terça-feira, 9 de outubro de 2012

JOSÉ DIRCEU É CONDENADOP PELO STF
Era tudo o que se poderia esperar do STF - Supremo Tribunal Federal: a condenação de José Dirceu, coordenador da campanha eleitoral de Lula em 2005. Dirceu fazia parte do esquema criminoso para compra de apoio político no Congresso, por isso teve seu mandato cassado e processado, cuja decisão saiu nesta terça-feira, (9).
Os ministros entenderam que JD em conluio com o ex-presidente do PT, José Genuíno, o ex-tesoureiro Delúbio Soares com o grupo do empresário Marcos Valério, cometeram o crime de corrupção ativa, ao esquematizar o desvio de verbas públicas que, misturados a empréstimos bancários fraudulentos foram utilizados para a compra de parlamentares.
Alguns ministros apontaram que isto fazia parte de um projeto de permanência no poder e a expansão do PT.
O esquema só veio a público depois que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) concedeu em 2005 entrevista relatando a origem do principal escândalo do governo Lula, provocando uma CPI no Congresso.
Faltam ainda a serem julgados 12 réus.
Votaram condenando José Dirceu, Joaquim Barbosa (relator), Rosa Weber, Luiz Fux, Carmem Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello.
Dias Tóffoli e Ricardo Lewandowski inocentaram Dirceu por falta de provas.
É interessando lembrar que o ministro Tóffoli exerceu cargo subordinado a José Dirceu por dois anos na Casa Civil, onde desempenhou o cargo de sub-chefe da Casa Civil. No mínimo, o ministro poderia se dar por impedido para julgar seu ex-patrão. Ficou evidente que o seu voto foi para reconhecer a fautoria do então Chefe da Casa Civil da Presidência. Ou alguém tem dúvida?
A condenação pelo Supremo faz justiça ao grande executor do esquema corrupto e livra a vida política do país, até onde a vista alcança, da atividade deletéria de um pretenso defensor da democracia que sempre abrigou um projeto totalitário.
José Dirceu é duro na queda. O ex-ministro u realizou um post em seu blog nesta terça-feira (09). O texto é publicado após sua condenação pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal. No post Intitulado "ao povo brasileiro", Dirceu afirma que acatará a decisão, mas não se "calará". "Continuarei a lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater", escreveu. O resultado desta tarde do STF marca a primeira condenação do ex-ministro e será formalizado assim que todos os ministros concluírem seu voto. Dirceu responde ainda pelo crime de formação de quadrilha, que será abordado somente mais adiante no julgamento.
Leia a íntegra da postagem de José Dirceu abaixo:
Ao povo brasileiro
No dia 12 de outubro de 1968, durante a realização do XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, fui preso, juntamente com centenas de estudantes que representavam todos os estados brasileiros naquele evento. Tomamos, naquele momento, lideranças e delegados, a decisão firme, caso a oportunidade se nos apresentasse, de não fugir.
Em 1969 fui banido do país e tive a minha nacionalidade cassada, uma ignomínia do regime de exceção que se instalara cinco anos antes.
Voltei clandestinamente ao país, enfrentando o risco de ser assassinado, para lutar pela liberdade do povo brasileiro.
Por 10 anos fui considerado, pelos que usurparam o poder legalmente constituído, um pária da sociedade, inimigo do Brasil.
Após a anistia, lutei, ao lado de tantos, pela conquista da democracia. Dediquei a minha vida ao PT e ao Brasil.
Na madrugada de dezembro de 2005, a Câmara dos Deputados cassou o mandato que o povo de São Paulo generosamente me concedeu.
A partir de então, em ação orquestrada e dirigida pelos que se opõem ao PT e seu governo, fui transformado em inimigo público numero 1 e, há sete anos, me acusam diariamente pela mídia, de corrupto e chefe de quadrilha.
Fui prejulgado e linchado. Não tive, em meu benefício, a presunção de inocência.
Hoje, a Suprema Corte do meu país, sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência. O Estado de Direito Democrático e os princípios constitucionais não aceitam um juízo político e de exceção.
Lutei pela democracia e fiz dela minha razão de viver. Vou acatar a decisão, mas não me calarei. Continuarei a lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater.
Minha sede de justiça, que não se confunde com o ódio, a vingança, a covardia moral e a hipocrisia que meus inimigos lançaram contra mim nestes últimos anos, será minha razão de viver.

 

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