JOSÉ
DIRCEU É CONDENADOP PELO STF
Era tudo o que se poderia
esperar do STF - Supremo Tribunal Federal: a condenação de José Dirceu,
coordenador da campanha eleitoral de Lula em 2005. Dirceu fazia parte do
esquema criminoso para compra de apoio político no Congresso, por isso teve seu
mandato cassado e processado, cuja decisão saiu nesta terça-feira, (9).
Os ministros entenderam que
JD em conluio com o ex-presidente do PT, José Genuíno, o ex-tesoureiro Delúbio
Soares com o grupo do empresário Marcos Valério, cometeram o crime de corrupção
ativa, ao esquematizar o desvio de verbas públicas que, misturados a
empréstimos bancários fraudulentos foram utilizados para a compra de
parlamentares.
Alguns ministros apontaram
que isto fazia parte de um projeto de permanência no poder e a expansão do PT.
O esquema só veio a público
depois que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) concedeu em 2005 entrevista
relatando a origem do principal escândalo do governo Lula, provocando uma CPI
no Congresso.
Faltam ainda a serem julgados
12 réus.
Votaram condenando José
Dirceu, Joaquim Barbosa (relator), Rosa Weber, Luiz Fux, Carmem Lúcia, Gilmar
Mendes e Marco Aurélio Mello.
Dias Tóffoli e Ricardo
Lewandowski inocentaram Dirceu por falta de provas.
É interessando lembrar que o
ministro Tóffoli exerceu cargo subordinado a José Dirceu por dois anos na Casa
Civil, onde desempenhou o cargo de sub-chefe da Casa Civil. No mínimo, o
ministro poderia se dar por impedido para julgar seu ex-patrão. Ficou evidente
que o seu voto foi para reconhecer a fautoria do então Chefe da Casa Civil da
Presidência. Ou alguém tem dúvida?
A condenação pelo Supremo
faz justiça ao grande executor do esquema corrupto e livra a vida política do
país, até onde a vista alcança, da atividade deletéria de um pretenso defensor
da democracia que sempre abrigou um projeto totalitário.
José Dirceu é duro na queda.
O ex-ministro u realizou um post em seu blog nesta terça-feira (09). O
texto é publicado após sua condenação pela maioria dos ministros do Supremo
Tribunal Federal. No post Intitulado "ao povo brasileiro", Dirceu
afirma que acatará a decisão, mas não se "calará". "Continuarei
a lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei
abater", escreveu. O resultado desta tarde do STF marca a primeira
condenação do ex-ministro e será formalizado assim que todos os ministros
concluírem seu voto. Dirceu responde ainda pelo crime de formação de quadrilha,
que será abordado somente mais adiante no julgamento.
Leia a íntegra da postagem de José
Dirceu abaixo:
Ao povo brasileiro
No dia 12 de outubro de 1968, durante
a realização do XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, fui preso, juntamente com
centenas de estudantes que representavam todos os estados brasileiros naquele
evento. Tomamos, naquele momento, lideranças e delegados, a decisão firme, caso
a oportunidade se nos apresentasse, de não fugir.
Em 1969 fui banido do país e tive a
minha nacionalidade cassada, uma ignomínia do regime de exceção que se
instalara cinco anos antes.
Voltei clandestinamente ao país,
enfrentando o risco de ser assassinado, para lutar pela liberdade do povo
brasileiro.
Por 10 anos fui considerado, pelos
que usurparam o poder legalmente constituído, um pária da sociedade, inimigo do
Brasil.
Após a anistia, lutei, ao lado de
tantos, pela conquista da democracia. Dediquei a minha vida ao PT e ao Brasil.
Na madrugada de dezembro de 2005, a
Câmara dos Deputados cassou o mandato que o povo de São Paulo generosamente me
concedeu.
A partir de então, em ação
orquestrada e dirigida pelos que se opõem ao PT e seu governo, fui transformado
em inimigo público numero 1 e, há sete anos, me acusam diariamente pela mídia,
de corrupto e chefe de quadrilha.
Fui prejulgado e linchado. Não tive, em meu benefício, a presunção de inocência.
Fui prejulgado e linchado. Não tive, em meu benefício, a presunção de inocência.
Hoje, a Suprema Corte do meu país,
sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que
dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de
provas e a minha inocência. O Estado de Direito Democrático e os princípios
constitucionais não aceitam um juízo político e de exceção.
Lutei pela democracia e fiz dela
minha razão de viver. Vou acatar a decisão, mas não me calarei. Continuarei a
lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei
abater.
Minha sede de justiça, que não se confunde com o ódio, a vingança, a
covardia moral e a hipocrisia que meus inimigos lançaram contra mim nestes últimos
anos, será minha razão de viver.
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