ESCÂNDALOS
NOS GOVERNOS ESTADUAL E MUNICIPAL
“Polícia
Federal prende Fernando Zachia (PMDB), Berfan Rosado (PPS) e Carlos Fernando Niedeersberg, (PC do B), secretários e ex-secretário do Meio Ambiente”.
Esta manchete acordou os gaúchos nesta
segunda-feira deixando-nos todos perplexos, pois jamais se poderia imaginar que
dois ex-deputados estaduais, considerados probos e intocáveis fossem se meter
num escândalo que, mais uma vez, enfeia a imagem dos governos do Rio Grande do
Sul e do município de Porto Alegre.
Em um trabalho, mais uma vez, eficiente
e competente da Polícia Federal, conjuntamente com o Ministério Público, foi
desarticulada uma rede de corrupção que vinha atuando na Secretaria do Meio
Ambiente do Estado na concessão de licenças ilegais ambientais em benefício de
várias empresas.
Os três foram presos em companhia de mais 18
pessoas (servidores públicos estaduais e municipais, empresários e consultores
na área ambiental).
Numa
medida normal e salutar tanto o governador do Estado, Tarso Genro como o
prefeito, José Fortunati, determinaram o afastamento dos envolvidos até que o
inquérito seja concluído.
Cerca de
150 policiais federais estiveram participando da ação que se denominou
Concutare.
Evidentemente que esta operação que já virou em
inquérito, terá novos desmembramentos. A cada dia podem surgir novidades por
isso é ainda prematuro fazer-se qualquer juízo de valor. É a história do saco
de penas, depois de espalhadas de cima da torre, nunca mais se consegue
juntá-las. Ao que se pode supor, devem ser anunciados nas próximas horas nomes
importantes do ramo da construção civil e empresas comerciais, pois a rede de
envolvidos pode ser maior do que a do escândalo do Detran.
No
trabalho minucioso da PF ficou claro inicialmente o suposto pagamento de
propina para a agilização de processos envolvendo empresários e servidores
públicos de alto escalão no Rio Grande do Sul. Sem estrutura e pessoal, a fila
de processos de licenciamento cresce geometricamente, transformando-se em um
campo fértil para vicejar a corrupção. De um lado, empresários tentando abreviar
o tempo de espera dos seus processos e, de outro, servidores que, em meio à
maratona burocrática, vendem celeridade.
As irregularidades não aconteceram
somente na Capital. No Estado, também foram cumpridos mandados em Caxias do
Sul, Caçapava, São Luiz Gonzaga, Santa Cruz do Sul e em Florianópolis (SC).
“Não há como fazer um trabalho efetivo de repressão aos crimes ambientais sem
desarticular esta quadrilha”, afirmou Sandro Caron, superintendente da Polícia Federal.
Nem bem a notícia foi divulgada o vereador Pedro Ruas
(Psol) e o deputado Mik Breier (PSB) estão solicitando instalação de Comissão
Parlamentar de Inquérito nos legislativos municipal e estadual para investigar
e colher informações sobre os atos de corrupção na Fepam.
É interessante, não sei o porquê de uma CPI a essas
alturas, se a Polícia Federal e o Ministério Público já estão investigando o
crime!
Como os nossos políticos gostam de pirotecnia,
pousar para as câmeras e fazer proselitismo, tudo isso para eles é muito natural,
dando a impressão de que estão prestando grande serviço a causa pública.
A única coisa que a sociedade espera é que a
Operação Concutare, não caia no esquecimento como a Operação Rodam que até hoje
não se sabe a quantas anda.
O que
aconteceu na Fepam evidencia mais uma vez, como os nossos órgãos públicos e
seus servidores estão deformados, a tal ponto que acabam estimulando cada vez
mais o crescimento da corrupção. Temos que combater essa prática ignominiosa
que fomenta a vergonha estimula a infâmia e incentiva o horror.