sábado, 30 de março de 2013

A FORÇA DA COMUNICAÇÃO
Entre várias advertências que fiz nesta coluna pedindo providências ao poder público local, pelo menos, três delas já foram atendidas, por isto agradeço em nome da sociedade o prefeito Polis. A primeira providência atendida foi a retirada dos abrigos desativados da Praça Júlio de Castilhos, com a inauguração do novo terminal rodoviário urbano; segunda, a promessa de editar urgentemente a licitação para a recuperação do Castelinho, marca e símbolo do Município, e a terceira, a presença da ALL – América Latina Logística, concessionária da ferrovia que liga Marcelino Ramo, Erechim, Passo Fundo....  com uma equipe de limpeza para expurgar o lixo e o matagal que vinha tomando conta da linha férrea, principalmente nas proximidades do viaduto Rubem Berta.
Ficaria duplamente realizado se, brevemente, o quarto pedido fosse efetuado: a reconstrução, arrumação, demolição, doação, seja lá o que for, do prédio dos Correios, aquele lixo imundo que enfeia o centro da cidade e só serve para proliferação de ratos, baratas, sapos e outros bichos.
Ainda acho que é questão de tempo, se o prefeito juntamente com os vereadores, fizerem mais uma pressãozinha junto a direção dos Correios para que  a questão fique resolvida. E por último, já que se fala em "reformas paisagísticas na área central", a retirada de vários troncos de árvores que foram cortadas há anos, nas Ruas Ângelo Emilio Grando esquina com Amintas Maciel e na Rui Barbosa esquina com Cel. Pedro Pinto de Souza. As raízes, a exemplo do que acontece na Maurício Cardoso levantaram a calçada formando verdadeiros quebra molas para pedestres. Manda fazer o serviço, prefeito, e a população vai aplaudi-lo.
O crime está vencendo
O crime contra o patrimônio e contra a pessoa humana está vencendo de goleada e não se observa nenhuma ação do governo, ou das suas instituições de segurança para estancar o avanço da violência, do furto, roubo, assalto e toda sorte de criminalidade.
Só neste final de semana, cinco postos de gasolina foram assaltados em Porto Alegre; em Campestre da Serra, pequeno município de cerca de três mil habitantes, localizado nos campos de cima da serra, três agências bancárias foram também assaltadas; na fronteira, três motoristas de táxi assassinados, e mais três na capital e se investigarmos, mais outros delitos no tempo que levo para escrever esta coluna já aconteceram.
A Secretaria da Segurança Pública está anunciando que vai aumentar o número de municípios com instalação de câmeras de segurança.
Depois do prosaico provérbio, "depois da porta arrombada tranca de ferro", pouco efeito pode se esperar. Onde anda o serviço de inteligência das polícias militar e civil que não detecta mais nada?
Não pensem que os bandidos são pacóvios e imbecis. Enquanto a segurança anda de joelhos, a bandidagem toma conta.
 
Páscoa
A Páscoa, como sempre, foi de muito chocolate.
Do hebreu Peseach, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade.
É a maior festa do cristianismo e, naturalmente, de todos os cristãos, pois nela se comemora a Passagem de Cristo - "deste mundo para o Pai", da "morte para a vida", das "trevas para a luz".
Embora tenha sua origem no Peseach, quando os judeus comemoram a libertação dos hebreus da escravidão no Egito, a Páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo.
E é na Páscoa que devemos refletir sobre a culpa, o perdão, a vida, o amor, a morte, a penitência, a solidariedade e a liberdade.

quinta-feira, 28 de março de 2013


VOCÊ SABE QUANTO CUSTA UM DEPUTADO FEDERAL?

Custa R$ 142 mil por mês.

Medidas anunciadas e promessa de reajuste salarial elevam em R$ 20 mil custo de cada gabinete. Confira os atuais benefícios e como eles ficarão com as mudanças em curso na Câmara.

Parlamentares têm direito a uma série de benefícios. Salário de quase R$ 30 mil por mês. Ajuda de custo para mudar para Brasília. Verba de aproximadamente R$ 30 mil mensais para pagar alimentação, pesquisas, aluguéis, combustível, consultoria. Até 25 funcionários, um gabinete, apartamento funcional com telefone liberado. Tudo isso e muito mais são os direitos e benefícios que cada um dos 513 deputados federais no Brasil tem à sua disposição para desempenhar suas atividades, como apresentar projetos, relatar outras propostas, votar, aprovar, rejeitar, fiscalizar o governo, apoiar o governo, representar a sociedade, ou a parte dela que o elegeu.

Um deputado e seu gabinete custavam R$ 122 mil por mês até o início de 2011, quando o salário tinha acabado de subir para R$ 26.723,13. Mas, agora, com medidas tomadas no final da gestão de Marco Maia (PT-RS) e outras em curso na administração de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), um gabinete deve custar R$ 142 mil por mês. Olha só: o salário dos deputados deve subir para R$ 28 mil por mês, graças à PEC da Bondade, negociada pelos parlamentares com o aval de Henrique Eduardo Alves. O “cotão”, a verba multiuso que paga da refeição à passagem de avião, vai passar de R$ 29 mil por mês em média, para R$ 33 mil.

E o auxílio-moradia vai de R$ 3 mil para R$ 3,8 mil por mês. Quem não recebe o benefício geralmente mora em um dos 432 apartamentos funcionais que ficam na Asa Sul e na Asa Norte, áreas nobres de Brasília. O presidente da Câmara tem direito a residência oficial no Lago Sul. Com os aumentos em curso, a conta final para o contribuinte será de quase R$ 1 bilhão por ano.

Os gabinetes funcionam nos anexos III e IV da Câmara. Os primeiros têm 33,7 metros quadrados, mas não dispõem de banheiro privativo. Pela falta de conforto, os deputados apelidaram o edifício de “Carandiru”. O anexo IV é aquele prédio amarelo de dez andares, ao qual se tem acesso pelo subterrâneo por meio de uma esteira rolante. Lá tem restaurante na cobertura e vários elevadores. Os gabinetes têm banheiro próprio e possuem de 39 a 40 metros quadrados.

Carro oficial não é como no Senado, onde cada um dos 81 parlamentares daquela Casa tem direito a um. Na Câmara, só 11 deputados têm esse benefício: o presidente, os outros seis membros da Mesa, como vice-presidente e secretários, o ouvidor-geral, o procurador parlamentar, a procuradora da mulher e o presidente do Conselho de Ética.

É por isso que muita gente quer ser deputado.

segunda-feira, 25 de março de 2013

AS PANDORGAS
Estamos na Semana Santa. Lembro de uma viagem que fiz a Santana do Livramento em plena semana da Paixão e constatei uma tradição que é todos os anos reprisada nesta época. Na região da fronteira, se houver vento e sol, aparecem nos céus as pandorgas. Sempre há alguém nos campos ou nos cerros a levantar pandorgas. A prática de soltar pandorgas foi trazido ao Rio Grande do Sul por imigrantes espanhóis de Valência. Até hoje, os valencianos empinam papagaios, pipas, caixas e bonecos. Desde as últimas décadas do século passado, Santana do Livramento e a gêmea uruguaia Rivera são as cidades em que o culto às pandorgas é maior. Os preparativos começam antes mesmo da Semana Santa, com a procura de taquaras, papéis, e linhas. Para os que não tem habilidades para montar uma pandorga, chegam a ser armadas bancas nas praças para oferecerem pipas de todos os tipos. É um espetáculo muito bonito de se assistir. Há mais de um século os santanenses e riverenses torcem para que não chova nem falte vento na Sexta-Feira Santa.
Se o dia é bonito, desde cedo gente de todas as idades saem de casa com suas pandorgas, vão para os arredores das duas cidades, nas coxilhas e cerros.
Nunca tinha visto coisa igual, o céu fica tomado de pandorgas. Desde 1970 os melhores pandorgueiros da fronteira disputam concurso internacional.  Enquanto as diversas categorias são julgadas por uma comissão, desde a menor pandorga até a mais original, o público assiste um show de acrobacias.
Nesse dia também todos aproveitam e cumprem mais uma tradição da Sexta-Feira Santa: colhem macela antes do nascer o sol. A erva medicinal se torna milagrosa com o sereno do dia santificado.
Portanto, a Sexta-Feira Santa, antes do Domingo de Páscoa, é a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultamento de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos.
A Igreja Católica exorta aos fiéis que pratiquem algum sinal de penitência, em respeito pela morte de Cristo. Por isso é tradição a prática do jejum e abstinência, seja da carne ou qualquer outro ato que se refira a prazer.
Por que a carne? Porque é um alimento do qual, normalmente, todos comem regularmente. Não seria sacrifício abster-se de uma coisa da qual não gosta.
Nesse dia come-se peixe. É um costume bem antigo, instituído no final do século XI, pelo papa Urbano II, definindo a abstinência  de carne vermelha como prática de penitência.
No domingo celebra-se a Páscoa da ressurreição. Páscoa é passagem de uma vida independente dEle para uma vida com sua presença, e é muito difícil não abrir a porta de nossa casa interior para essa reconciliação, não constranger-se, não curvar-se a isso, tendo em vista que Ele mesmo vem a nós e nos chama!
A reconciliação proposta pela Páscoa é algo fantástico! É uma proposta ampla demais, uma vez que se estende para uma reconciliação com a vida interior, com nossa vida, com nossos relacionamentos, com nossas tarefas profissionais, nossas esperanças, nossos sonhos Que você experimente essa novidade em sua vida todos os dias, que você vivencie a Páscoa – com toda a sua significação – cotidianamente! Sempre que vivenciando desespero, perdas, mágoas, brigas que parecem sem solução com pessoas estimadas e∕ou muito amadas e diversas outras intempéries, lembre-se que o terceiro dia vem! Cristo ressuscitou ao terceiro dia (entregou seu espírito a Deus às três da tarde e ressurge dos mortos na madrugada de domingo, exatamente como prometido: ao terceiro dia após sua morte – Marcos 14,58) e este tempo também chega para nós! Que o Espírito nos conceda “marcos simbólicos” que nos permitam perceber essa “passagem” de um momento a outro, de um tempo marcado por tristezas, choros, cansaço, para um tempo de refrigério, paz, alegria, marcado por reconciliação e que te dê a percepção da amplitude da vivência da Páscoa! Feliz Páscoa a todos.

 

 

domingo, 24 de março de 2013

OS LEITORES NAS IGREJAS
Resisti para escrever sobre os leitores nas Igrejas, mas hoje foi a gota d'àgua. Sempre fui frequentador da Igreja Pão dos Pobres, em Porto Alegre por "n" razões. Foi a primeira igreja que entrei quando cheguei a capital há cerca de 18 anos; foi nela que meu filho fez a primeira eucaristia e, mais tarde, foi elevado a coroinha numa cerimônia ritualística muito bonita e inesquecível. A igreja estava lotada, era um domingo. O padre celebrante, permitiu que ao final eu falasse e expressasse toda a minha alegria por viver aquele momento. Depois disso passei a ser o narrador das leituras nas missas. Um domingo fazia a primeira a leitura, em outro a segunda, no próximo as preces da comunidade, enfim virei leitor oficial das missas. E isso me dava prazer, porque permitia que na interpretação dos textos eu orasse a Deus com maior fervor e respeito.  Foi uma situação particular que nunca vou esquecer, assim como, não vou deixar de recordar o último domingo de ramos.
Depois de dois anos ao regressar a Porto Alegre, voltei a minha antiga Igreja. Encontrei-a fisicamente igual, mas os padres não eram os mesmos e muito menos os colaboradores denominados ministros e coroinhas. A Igreja Pão dos Pobres é frequentada por 99,9% de pessoas da terceira idade em diante, por deficientes, cadeirantes, gente de muletas, portanto, gente diferente.
E aqui o meu desapontamento: quando todos estávamos acomodados no interior do templo, eis que o padre manda que todos saíssem do templo e se postassem, para a procissão de entrada, cada um levando consigo um galho de ramos. Já não gostei, pois considerando que aquelas pessoas, muitas das quais com dificuldades para andar, bem que poderiam ter o privilégio de permanecer no seu local.
Como não houve o anúncio que de que poderiam  ficar nos seus lugares, todos foram para fora da Igreja. Mas o pior veio mais tarde. Para a leitura da passagem bíblica que conta a entrada triunfal de Jesus no final de seu ministério em Jerusalém, montado em um burrico, faltou o brilho necessário na leitura do extenso texto com a participação de vários interlocutores, inclusive dos assistentes. Pela deficiência de um dos narradores que além de não saber ler, confundiu-se por várias vezes saltando linhas do texto, criando uma verdadeira confusão,  não suportei e deixei o templo. Não deu para aguentar.
Culpa tem a equipe de liturgia da igreja que não prepara antecipadamente uma cerimônia tão importante como aquela. Tudo na base da improvisação. Não pode ser assim!
Outra observação: não existe mais o órgão, imprescindível nas cerimônias religiosas para harmonizar os cantos e dar maior brilho. Que pena! É por isso que as pessoas se afastam do comparecimento às missas. É certo que quando se vai a missa o importante é a oração, e a ligação que fazemos com Deus através dela, mas quando os atores da cerimônia não cumprem uma atuação absorvente e convidativa, a concentração dos fiéis deixa de ser interessante.
Acho que às equipes de liturgia precisam urgentemente rever seus quadros de cooperadores e melhor avaliar quem verdadeiramente pode fazer o uso da palavra, afinal um bom leitor sempre torna a cerimônia mais solene e expressiva.
A missa deste domingo foi a primeira de uma série de eventos de celebração da Páscoa, a semana mais importante do calendário da Igreja Católica.
Na próxima quinta-feira, acontecerá a cerimônia do lava pés. Em Roma, esse acontecimento costuma ser celebrado em uma catedral, com padres representando os apóstolos de Cristo. Segundo a antiga tradição cristã, durante a missa, o papa lava e beija os pés de 12 pessoas, para replicar a transcrição bíblica do gesto de humildade de Cristo diante de seus apóstolos uma noite antes de ser crucificado. Esse gesto é repetido em todas as igrejas do mundo.

quinta-feira, 21 de março de 2013

 
AS DOMÉSTICAS GANHAM IMPORTÂNCIA
O Senado deve concluir na próxima semana, após votação em segundo turno, a implantação da Proposta de Emenda à Constituição das Domésticas, que estende uma série de direitos trabalhistas à categoria. Os direitos serão, então, automáticos aos 7,2 milhões de trabalhadores domésticos do País. O acesso a direitos como piso salarial, registro obrigatório em carteira e correção de salários por acordo coletivo, porém, vai exigir dos trabalhadores negociar com os patrões termos de enquadramento na nova lei. Enfrentar falta de preparo dos sindicatos é uma das tarefas na conquista do contrato.
A recomendação que se faz é para que as domésticas procurem seus empregadores para estabelecerem os termos de um contrato formal de trabalho. Mesmo com a regulamentação de direitos pela PEC das Domésticas, cabe à categoria pressionar para que os patrões cumpram a lei. É importante definir em contrato itens como o horário de trabalho, que não pode ultrapassar 8 horas por dia e 44 horas semanais. Assim como, o tipo de trabalho que será executado.

Cooperativismo

O cooperativismo gaúcho, o mais forte do país, volta a ficar doente, pode estar sendo acometido de uma nova crise sistêmica de dimensões que deixou a Fecotrigo e a Cotrijuí de muletas.
Fala-se que a situação da Cotrijuí é de insolvência. Estaria devendo R$ 160 milhões para seus associados e mais R$ 90 milhões a fornecedores, sem contar R$ 40 milhões que não pagou por produtos  recebidos de seus associados.
As informações dizem ainda que desde o mês de julho de 2012 a Cotrijuí vem suportando crise financeira grave, e agora, parece não ter mais fôlego para vencer o assédio de grupos estrangeiros interessados nos seus ativos.
A boca pequena comenta-se que tais ativos estariam valendo R$ 2 bilhões.

Pena de morte para estupro
O Parlamento da Índia – aprovou nesta terça-feira (19) uma lei que emenda a Constituição do país para punir de forma mais severa casos de abusos sexuais e estupro. Os políticos do país debatem mudanças no Código Penal indiano após a morte de estudante vítima de um estupro coletivo em Nova Delhi. O caso repercutiu no país todo, gerando protestos da população. O caso mais recente envolveu uma turista Suíça que visita o país para conhecer o Taj Mahal. Pelo texto da nova lei, o crime de estupro será punido com 20 anos de prisão. Se houver agravantes, como a morte da vítima, a punição pode ser a prisão perpétua, ou até mesmo a pena de morte. O texto prevê também punição para pessoas que perseguirem mulheres nas ruas.

O castelinho vai cair
O alerta não é de hoje. Durante os festejos do Natal apontei a falta de cuidado e imbirrância da prefeitura na recuperação do prédio símbolo do município. Mais um vento forte e seu telhado, bem como, parte da lateral esquerda superior virá abaixo. A última reforma foi feita na administração do prefeito Antônio Dexheimer, que para não deixar o prédio ruir está pagando pesada pena imposta pelo de Tribunal de Contas que, além de pagar multa no valor corrigido gasto na época, tornou-o inelegível até 2015.

Coleta da Solidariedade
Amanhã, domingo, em todas as Igrejas Católicas haverá o Dia Nacional de Coleta da Solidariedade gesto concreto e de desprendimento que todos os anos se realiza durante a Campanha da Fraternidade. Em 2012, o Fundo Nacional de Solidariedade recebeu R$ 5.449.723,13 e apoiou 156 projetos. Este valor corresponde a 40% dos recursos arrecadados. Se existe a Casa da Criança em Erechim deve-se a Campanha da Fraternidade.

terça-feira, 19 de março de 2013

Leia aqui a íntegra da homilia do papa Francisco


Leia abaixo a íntegra da homilia do papa Francisco, lida em italiano durante a missa de inauguração do pontificado. A celebração começou às 9h30 locais (5h30 em Brasília) e toda a celebração durou cerca de duas horas. Ao menos 200 mil pessoas acompanharam a missa na Praça São Pedro.
“Queridos irmãos e irmãs!
Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do ministério petrino na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.
Saúdo, com afeto, os irmãos cardeais e bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos representantes das outras igrejas e comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos chefes de Estado e de governo, às delegações oficiais de tantos países do mundo e ao corpo diplomático.
Ouvimos ler, no Evangelho, que “José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa” (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: “São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo” (Exort. ap. Redemptoris Custos, 1).Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egito e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.
Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projeto d’Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é “guardião”, porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!
Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Gênesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!
E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem Herodes que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher. 
Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para guardar, devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura. A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar, requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!
Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afeto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.
Na segunda leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou “com uma esperança, para além do que se podia esperar’ (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.
Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu! Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amém.”
*Homilia publicada pelo site doVaticano.

segunda-feira, 18 de março de 2013


STF VAI COMEÇAR MANDAR PRENDER

 Vai começar o festival de prisões de deputados que se envolveram em crimes de peculato e formação de quadrilha, mensalão e outros. O STF publicou nesta segunda-feira,18, acórdão sobre prisão de deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO) que poderá ir para a cadeia a partir da próxima segunda-feira (25/3) quando completa o prazo de cinco dias para que o processo seja finalizado, caso não haja novos recursos. A perda do mandato, porém,será definido pela Câmara dos Deputados. Ele foi condenado a 13 anos, 4 meses e dez dias em regime fechado. É o primeiro a ser preso por condenação criminal do Supremo durante o exercício do mandato.

O acórdão (resumo da condenação) no qual o Supremo rejeitou os embargos de declaração apresentados por Donadon também  foi publicado no Diário da Justiça, por decisão da ministra relatora da ação penal, Cármen Lúcia. A publicação do acórdão é o último passo do processo antes de a prisão ser decretada. Tão logo a ação penal transite em julgado — quando não há mais possibilidade de recursos — o mandado de prisão será expedido e terá de ser cumprido imediatamente.

Em dezembro, o STF já havia rejeitado os embargos apresentados pela defesa do deputado. O advogado de Donadon, disse que vai examinar a decisão para avaliar se vai ou não recorrer. O Supremo não deve aceitar outro recurso caso o considere uma manobra para atrasar o desfecho do processo. Caberiam embargos somente para contestar eventual omissão da Corte.

A Secretaria Geral da Câmara dos Deputados informou que o mandado de prisão não deve ser questionado, mas vai aguardar a chegada do ofício do Supremo, que pode trazer mais detalhes sobre os efeitos políticos da decisão. O STF poderá mandar o parlamento cumprir o mesmo que foi definido no julgamento do mensalão — a perda imediata do mandato.

Caso o ofício não traga essa exigência, a própria Câmara irá analisar a cassação de Donadon, por meio de representação a ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, em seguida, no plenário. O parlamentar só perde os direitos políticos com a votação de pelo menos 257 dos 513 deputados. Caso contrário, Natan Donadon poderá apenas ser afastado temporariamente do cargo para cumprir a prisão.

Natan Donadon será o primeiro deputado federal a ser preso após condenação criminal pelo Supremo. Ele foi condenado em outubro de 2010 por peculato e formação de quadrilha, pelo envolvimento com o desvio de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia.

 O advogado do deputado estuda entrar com um pedido de revisão criminal logo depois do encerramento do processo, sob o argumento de que seu cliente foi condenado a pena maior que a de outros réus do mesmo crime julgados pela primeira instância em Rondônia, contra quem pesava, segundo ele, acusações mais graves do que as apontadas ao parlamentar. Nabor Bulhões pretende pedir uma cautelar a partir do trânsito em julgado da ação para que o processo fique suspenso e, assim, a prisão seja postergada. 

 

 


MISERICÓRDIA, FÉ E SOLIDARIEDADE
A Igreja Católica comemora a Quaresma e logo entraremos na Semana Santa que termina com a festa da Páscoa, no próximo domingo. Este ano há muitos motivos para esta celebração ser mais cheia de entusiasmo e oração, independentemente dos ritos especiais que são próprios da época, relembrando todo o martírio e sofrimento de Jesus que morreu na cruz para a salvação da humanidade.
No evangelho do domingo passado, em todas as missas, recordou-se a passagem de Jesus no Templo quando ensinava e apareceram os fariseus para dizer-lhe que havia sido flagrada em adultério uma mulher, e que pela lei de Moisés ela deveria ser apedrejada até a morte. E perguntaram a Jesus: o que dizes tu?
A pergunta era provocativa para saber por onde Jesus iria sair. Num primeiro momento continuou escrevendo no chão. Ao ser novamente  incitado respondeu:
- Se dentre vós existe alguém sem pecado que atire a primeira pedra.
E diante da resposta, um a um foram saindo da sala, permanecendo apenas a mulher pecadora. Jesus olhando pra ela disse disse: "vá e não peques mais".
Essa atitude do Senhor serve para todos nós refletir que não devemos julgar para não ser julgados; que não devemos acusar e colocar nosso próximo a execração popular, mas exaltar apenas as coisas boas, os acontecimentos que fazem o bem da comunidade e perdoar como Ele mesmo perdoou.
Você que se sente caído, sem estímulo, levanta-te. Não tenha medo. Não fique parado. Parar é andar para trás, persista, tenha fé. Além disso seja solidário e não tenha receio de ajudar a quem precisa.
Esta é uma semana que nos induz a tudo isso. É tempo de refletir, de dizer a Deus:
- Senhor eu preciso de ti. Abro a porta da minha vida e recebo-te com o meu salvador e Senhor. Toma conta da minha vida. Agradeço-te porque perdoas os meus pecados e aceitas-me como sou. Desejo estar dentro do teu propósito para a minha vida.
Coincidentemente na primeira aparição da janela do apartamento no Vaticano, o papa Francisco rompeu uma tradição ao chamar a atenção para o poder de Deus para perdoar, em vez de ler um discurso com temas políticos e internacionais, como outros pontífices fizeram na mesma ocasião. Falando apenas em italiano, muito simpático e bem humorado, o novo papa encantou uma multidão de mais de 150 mil pessoas que estavam na Praça de São Pedro, que retribuiu com risos e aplausos em vários momentos.
No primeiro Ângelus do seu pontificado O papa destacou a importância da misericórdia. "Temos que aprender a ser misericordiosos com todos", disse. Ele pediu que as pessoas não sejam tão rápidas em condenar as falhas dos outros.
"Eu acho que, às vezes, somos como essas pessoas que por um lado querem ouvir Jesus, mas, por outro, gostam de jogar a pedra e condenar os outros. A mensagem de Jesus é esta: "misericórdia", disse ele.
A posse do papa Francisco já aconteceu nesta terça-feira, com a  missa de seu pontificado no  dia de São José, padroeiro da Igreja,  ás 5,30h (hora de Brasília), com a presença de chefes de Estado.
A presidente da República Dilma Rousseff está  na Itália e participou da missa desta manhã.
Segundo assessores da Presidência da República, ela também terá uma breve reunião com o papa em seguida, quando os dois devem conversar sobre a Jornada Mundial da Juventude, que ocorrerá em julho, no Rio de Janeiro. Francisco já confirmou presença no encontro e o Vaticano informou que o papa fala português.


sexta-feira, 15 de março de 2013



QUEM GANHA E QUEM PERDE COM O NOVO PAPA
Eleição de argentino representa derrota da Cúria Romana e vitória de Bento XVI, diz autor de livro sobre Sucessão no Vaticano. Para ele, Francisco não promoverá mudanças em questões morais, mas pode reaproximar a igreja da população. 
Abaixo o artigo escrito por Wellington Miareli Mesquita , jornalista e autor do livro que narra a morte de João Paulo II e a eleição de Bento XVI.
"A eleição de Jorge Mario Bergoglio representa, sem dúvida, uma derrota para a Cúria Romana, encabeçada pelo cardeal decano Angelo Sodano. Vitória do emérito Joseph Ratzinger – que deve ter brindado com suave vinho italiano ao assistir pela televisão, em Castel Gandolfo, a eleição de seu sucessor. Contra a sujeira, a soberba e a auto-suficiência, apresenta-se Francisco, embora não franciscano, mas jesuíta.
Por séculos, os jesuítas elegeram o seu papa negro, assim era chamado o líder da poderosa congregação, o Prepósito-geral, que se apresentava numa imponente batina preta. A alcunha fazia referência à influência que a companhia exercia dentro da Igreja Católica. Desta vez, os jesuítas e toda a igreja terão um papa branco, e latino-americano, região onde eles se confundem com o próprio processo de colonização.
A escolha de um papa não europeu vai ao encontro dos planos de Bento XVI. Em seus inúmeros consistórios, o papa emérito alemão promoveu ampla renovação e internacionalização no colégio de eleitores. Dividido, o clero italiano rejeitou a candidatura Ângelo Scola. Contra Dom Odilo Scherer, talvez, tenha pesado a idade (ficaria pelo menos 20 anos no cargo) e, principalmente, seu envolvimento na comissão que gerencia o Banco do Vaticano.
Bergoglio entrou cardeal e saiu papa, confirmando a máxima. Em 2005, foi apontado como preferido do reformista Carlo Maria Martini, e ficou em segundo lugar no Conclave. A idade avançada, 76 anos, e seu posicionamento ferrenho contrário ao carreirismo mandaram um recado claro à cúria romana: pontificados longos imobilizam a máquina e a corroem, fato bem compreendido após o extenso pontificado de João Paulo II.
Finda a euforia do Conclave, sucesso de audiência em todo o mundo, Bergoglio precisará de muita força para enfrentar as disputas internas.  Os oito anos de Bento XVI não foram fáceis, a oposição de dentro da cúria lhe causou sérios incômodos. Vazamento de informações sigilosas, ataques constantes ao secretário de Estado Tarcisio Bertone, e intrigas, tudo isso manchou o conturbado noticiário vaticano. Apesar de sua experiência em alguns órgãos da Santa Sé, Bergoglio é visto como um homem extramuros.
Em questões morais, papa Francisco não se afastará de seus antecessores. Contrário à pílula, ao aborto e à legalização de uniões de casais homossexuais. Todavia, apesar da timidez inicial, mostra-se um homem de carisma e mais próximo à população, ao diálogo, de gestos simples, contrário à ostentação e próximo aos mais necessitados. Em recente entrevista ao diário La Stampa, disse que a igreja deve andar em direção à periferia.
Conversando com um alto prelado em Brasília, percebi o clima de otimismo e grande expectativa pela eleição do papa portenho. Mudança histórica, que sinaliza uma nova era para o catolicismo. Que o Novo Mundo dê vigor à missão do sucesso de Pedro e o papa argentino transmita mais humanidade à violenta América Latina. A reforma na Igreja Católica, como previsto, não será de esquerda ou direita, mas virá pelo centro".

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