terça-feira, 25 de novembro de 2014

SEMANA DA CONCILIAÇÃO

Teve início nesta segunda-feira,24, a Semana Nacional da Conciliação. 
A iniciativa  promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com os tribunais brasileiros tem por objetivo é reduzir o estoque de processos judiciais em andamento no país. De cada dois brasileiros, um tem processo judicial. Só no Rio Grande do Sul existem hoje 9,4 mil audiências agendadas no Tribunal de Justiça e Foros da Capital e Interior. No País são 92,2 milhões.
De acordo com a desembargadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, Coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do TJRS, a conciliação pode ser utilizada em quase todos os casos: pensão alimentícia, divórcio, desapropriação, inventário, partilha, guarda de menores, acidentes de trânsito, dívidas em bancos e financeiras, problemas de condomínio, seguros, cobranças, indenizações, despejos, entre vários outros.
Cada Tribunal (Federal, Estadual e Trabalhista) ficará responsável por selecionar os processos que têm condição de serem resolvidos pela conciliação.
 Segundo a Desembargadora As últimas oito edições da Semana foram responsáveis pela liquidação de 1 milhão de acordos, que movimentaram R$ 6,3 bilhões em valores absolutos homologados. O maior número de conciliações foi alcançado no ano passado: foram 376.518 audiências realizadas em todo o país, com acordos em 54% delas, totalizando 203.370 processos liquidados.
O Judiciário Estadual já tem cerca de 9.448 audiências agendadas para a semana. Elas serão realizadas nas unidades judiciárias de 1º e 2º Graus do Estado.
Aproximadamente 700 conciliadores atuarão nas audiências, com o objetivo de auxiliar as partes envolvidas a encontrarem uma solução que atenda aos interesses de todos.
Atualmente, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul conta com 15 Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania. Cada um deles tem sua própria programação para a semana.
Vá até o Fôro local e tenha maiores informações.
A conciliação é um método de autocomposição do litígio.
Conciliar supõe a harmonização entre duas ou mais pessoas com interesses contrapostos, podendo ocorrer com ou sem auxílio de uma terceira pessoa. A transação é uma espécie de conciliação que consiste em um acordo decorrente de mútuas concessões.
Para a Semana Nacional da Conciliação, os tribunais selecionam os processos que tenham possibilidade de acordo e intimam as partes envolvidas no conflito. Caso o cidadão ou instituição tenha interesse em incluir o processo na Semana, deve procurar, com antecedência, o tribunal em que o caso tramita.
Quando uma empresa ou órgão público está envolvido em muitos processos, normalmente, o tribunal faz uma audiência prévia pára sensibilizar a empresa/órgão a trazer ao mutirão boas propostas de acordo.
As conciliações pretendidas durante a Semana são chamadas de processuais, ou seja, quando o caso já está na Justiça.  No entanto, há outra forma de conciliação: a pré-processual ou informal, que ocorre antes do processo ser instaurado e o próprio interessado busca a solução do conflito com o auxílio de conciliadores e/ou juízes.
A Semana Nacional da Conciliação é um marco anual das ações do Conselho Nacional de Justiça e dos tribunais para fortalecer a cultura do diálogo.
Com a conciliação todo mundo ganha. Conciliar economiza tempo, dinheiro e contribui para a paz social.


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

IDEIA LATÍFERA

Há alguns dias escrevi sobre o salário que eles mesmos aprovam, referindo-me ao Legislativo tanto federal como estadual e judiciário. Eles fazem as contas quanto deu a inflação, somam mais outros índices e aplicam sobre o que ganham hoje. É assim que eles procedem.
Pois bem, na quinta-feira saiu na imprensa uma formidável notícia, cujo ator principal é o presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul que começa a esvaziar suas gavetas e armários para se despedir da sua apagada administração.
Antes, porém, deixa um despropositado projeto de lei para que o plenário examine e vote. Como o aumento percentual dos seus salários são equivalentes a 75% do que ganha um deputado federal, a Mesa Diretora da Casa presidida pelo deputado Gilmar Sossella, apresentou projeto de lei 249/2014 que altera o regime de aposentadoria dos parlamentares, ou seja, de contribuintes do INSS, para aposentadoria especial, paga com dinheiro do Tesouro do Estado, do contribuinte.
Nas explicações dadas a imprensa Sossella disse: "Deixei a carreira (Banco do Brasil) para ser deputado, ajudar a população, e vou ganhar R$ 6 mil. Isso não é justo!!!"
Para uma lamúria dessas, meu prezado leitor, que resposta você daria?
Quando li a notícia, sinceramente, fiquei com dó do parlamentar. "Não sei por que ficam só no nosso pé. Nossas famílias vão ficar desamparadas, disse, justificando artigo do projeto, que estende os benefícios aos dependentes em caso de morte do deputado.
Embora não seja simpatizante do PT, desta vez obrigo-me a aplaudir sua bancada que imediatamente se manifestou contrária a sua aprovação. O deputado Raul Pont (PT), após tomar conhecimento desse agro alcantilado projeto não escondeu a possibilidade de recorrer ao Ministério Público, sob a alegação de projeto imoral. Esclareceu mais, "é um evidente benefício pessoal às custas do dinheiro público."
O que a Mesa da Assembleia deveria fazer é espelhar-se no bonito exemplo deixado pelo deputado federal Inocêncio de Oliveiura, no seu último pronunciamento da tribuna da Câmara Federal nesta quinta-feira, ao anunciar sua aposentadoria. O parlamentar, depois de quatro mandatos consecutivos (40 anos) e tendo desempenhado os mais importantes cargos na Câmara desde secretário, por mais de uma vez, até a presidência e assumido a presidência da República no governo de Itamar Franco, salientou que considerava ter cumprido sua missão e que era hora de se aposentar, "pelo INSS" - afirmou.
Para Inocêncio de Oliveira é possível viver com R$ 6 mil por mês, para Sossella, não, considerando as diferenças entre ambos, sociais, intelectuais e éticas.

O projeto vai a plenário na próxima terça-feira,25. É preciso que as pessoas protestem junto aos parlamentares da nossa Assembleia Legislativa, enviando mensagens de protesto manifestando, inclusive, pelas redes sociais a sua perplexidade pelo infecto projeto de lei, uma verdadeira negação dos princípios da moralidade e da impessoalidade. Isso não é "pegar no pé", é, sim, consignar contrariedade a uma ideia latífera para benefício próprio.