quinta-feira, 31 de julho de 2014

O CAMPEÃO ESTÁ DOENTE

Está hospitalizado há bastante tempo lutando contra a doença que o acometeu, mal de Alzheimer, Adilson Maguila, o grande campeão brasileiro dos pesos pesados.
O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções intelectuais, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na personalidade. De início, o paciente começa a perder sua memória mais recente. Pode até lembrar com precisão acontecimentos de anos atrás, mas esquecer que acabou de realizar uma refeição. Com a evolução do quadro, o Alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa e afeta a capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. A pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação.
A situação de Maguila hoje é delicada, ele está hospitalizado na Santa Casa de São Paulo.
A TV-SBT, no Domingo Legal,  dedicou cerca de meia hora do programa para homenagear o peso pesado campeão. Sua mulher, Irani, emocionou os telespectadores ao fazer revelações íntimas e históricas de Maguila. Uma delas diz respeito a discriminação sofrida quando resolveu casar-se com o pugilista. Tinha na época 16 anos e Maguila oito anos mais. "Todos diziam que o casamento não iria dar certo", disse Ivone. "Estamos casados há 28 anos, temos filho, e sou uma mulher feliz".   
Não sei porque as pessoas discriminam os outras pela idade quando elas se amam e casam. Eu, por exemplo, tenho 25 anos de diferença de idade com minha mulher, e somos felizes. O que vale é a beleza interior da pessoa, o compartilhamento, a solidariedade o companheirismo, que juntos formam a palavra amor. Tendo tudo isto, não importa a idade. Aliás, não sei quem disse que "amor não tem idade", pois eu sou testemunha disso.
O nosso Maguila há dias vem lutando bravamente contra o peso pesado Alzheimer. Já se passaram vários rounds.
 A luta  só vai terminar quando um cair primeiro. Desse modo, não se sabe até quando o nosso campeão peso pesado vai aguentar. Muitos, prevendo que o fim se aproxima estão abandonando o local da luta para não ver o Maguila cair.
No dia que isso acontecer vai ser muito triste.
Centenas de mensagens estão chegando via Facebook e outros meios para Maguila, todas elas pedindo que ele continue lutando e tenha fé. A mais emocionante foi a do adversário George Foreman para quem Maguila perdeu em Las Vegas, em 16 de junho de 1990. Depois lutou ainda 45 vezes e destas perdeu três, sendo que a ultima foi na noite de 29 de fevereiro de 200 em São Paulo para Daniel Frank no quarto assalto.
Em toda sua carreira, o sergipano Maguila obteve  77 vitórias (61 nocautes, 16 decisões por pontos), 1 empate e 7 derrotas (7 nocautes). José Adilson Rodrigues dos Santos, nasceu em Aracaju em 12 de junho de 1958 e tornou-se conhecido como como Maguila, por semelhança ao porte físico do personagem Magilla Gorila de Hanna-Barbera.
A última aparição pública do campão foi em  Campinas-SP, no enterro do narrador Luciano do Valle, em 20 de abril. O ex-lutador já vinha apresentando uma forma física bem mais magra do que se via nos anos anteriores ao seu diagnóstico, quando tentou uma carreira como cantor, em 2009, e se candidatou a deputado federal, em 2010. Rezemos pela saúde de nosso grande campeão.

sábado, 26 de julho de 2014

ABORDAGEM MAL SUCEDIDA


A nossa Brigada Militar, por mais que a respeitemos e exaltemos os relevantes serviços que presta à comunidade,  ou seja, prender bandidos, perseguir assaltantes, apoiar socialmente boas iniciativas etc., como não é uma Instituição perfeita, as vezes seus integrantes pisam na bola.
Pois, foi o que aconteceu nesta quinta-feira, 24. Mesmo estando em Porto Alegre, por dever de ofício, passei por momentos de muita apreensão por culpa de uma ação mal sucedida de um grupo de policiais militares do 13º BPM local, que açodadamente abordaram meu filho menor quando adentrava no edifício onde residimos.
Foi muito chocante e desproporcional a ação dos policiais chefiados por um sargento contra meu filho menor, desarmado e sem saber a razão da abordagem naquelas circunstâncias. Até metralhadora foi apontada para o meu guri. A cena, você que está me lendo, pode imaginar: gritaria, correria, vizinhança assistindo, um verdadeiro fiasco.
Ao ser cientificado da confusão, imediatamente procurei me inteirar junto ao 13º BPM por telefone, e, casualmente, o atendente foi o sargento que comandou a malfada operação.
Justificativas apresentadas do ocorrido: que, momentos antes da abordagem uma Casa Lotérica havia sido assaltada na Av. Sete de Setembro e que as características físicas, vestimenta etc. coincidiam com as usadas na ocasião pelo meu filho, que ao final, ficou comprovado não tinha nada a dever à ação criminosa de alguém que, por estar trajado semelhantemente a ele, meu filho, praticou o assalto. O Sargento desculpou-se e tudo ficou esclarecido.
Só que, o vexame público a que foi submetido meu filho e nossa família não foi reparado. O que, a meu ver, a Brigada deveria ter feito através do seu comando, ou responsável pelo policiamento ostensivo da cidade, é noticiar como fazem todas as manhãs as emissoras locais, os boletins de ocorrência, dando explicações pela "mancada"  na ação vexatória e espetacular, no início da noite da última quinta-feira.
A abordagem além de desproporcional foi agressiva, desrespeitosa, violando a integridade física, psíquica e moral do adolescente, abrangendo a preservação da imagem da identidade, da autonomia, dos valores, idéias etc., como, aliás, expressa o Art. 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
O Art. 18 do mesmo Estatuto complementa: É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Pois nada disso foi respeitado.
Admiro muito a Brigada Militar, conheço a sua história e sei das suas dificuldades materiais e de pessoal. Talvez, entre tantas, uma delas seja a preparação dos que são designados com a responsabilidade de lidar com situações que envolvam público, pessoas, principalmente quando não se tem certeza de que quem está sendo abordado é, de fato, um bandido ou assaltante.
Um assaltante de Casa Lotérica não residiria há duas quadras, tão próximo, portanto, do local do crime. Seria algo fenomenal, uma novidade em matéria de crime organizado.
De outra parte, só mesmo quem sofre de miopia poderia confundir o verdadeiro do falso assaltante. Tive acesso a foto do criminoso. Nem de longe pode ser comparado com meu filho. O assaltante vestia na ocasião moleton branco com listras, gorro preto, tênis vermelho. Meu filho vestia moleton cinza claro com casaco de nylon cinza escuro, calça jeans escura, tênis azul.
A situação da segurança pública está muito complicada. Quando você não é vítima do ladrão, assaltante, ou criminoso, é humilhado pelos agentes da lei sem ter a obrigação da culpa.

Aos meus vizinhos e a todos que assistiram o fiasco público promovido por soldados do 13º BPM quero esclarecer, já que a Brigada não o faz, que tudo não passou de um lamentável engano esperando-se não seja mais repetido.

terça-feira, 15 de julho de 2014

ERECHIM PERDEU SEU FILHO HISTORIADOR

Morreu domingo pela manhã de forma súbita o advogado, professor e historiador Dr. Altair José Menegati, aos 75 anos de idade. Estive por alguns minutos apenas no seu velório, tempo suficiente para manifestar aos seus filhos e irmãos a minha dor pela perda do amigo e compadre. Lastimei não poder acompanhá-lo até sua última morada, devido ao meu retorno a Porto Alegre na triste tarde de segunda-feira. Nossa amizade iniciou nos bancos escolares do Medianeira quando juntos estudávamos na antiga e chamada admissão, ou seja, o quinto ano preparativo ao primeiro ano ginasial. Ele continuou seus estudos chegando a formar-se em direito pela Faculdade de Passo Fundo. A trajetória política e social do amigo "fuminho", apelido dado carinhosamente, pois era um fumante inveterado, foi permeada de boas ações na comunidade em que sempre viveu.
Professor da Escola Profissional Aidée Tedesco Realli, vereador de nossa  Câmara Municipal, piloto, instrutor e mecânico do Aero Clube de Erechim, tendo seus trabalhos reconhecidos pela Força Aérea Brasileira que lhe concedeu a medalha Santos Dumont, empresário do ramo da madeira, escritor e juiz leigo na Vara de Pequenas Causas no Fórum local. Ainda consta do seu currículo como sendo membro da turma de 1978 da ADESG - Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra e fundador da Sub-Secção  de Erechim da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil.
Em parceria com  o jornalista, já falecido, Geder Carraro escreveu o livro o "Combate do Desvio Giaretta", importante obra de pesquisa lembrando a Revolução de 1923 em nossa região.
Tomou gosto pela história do nosso município há muitos anos, colecionando jornais, documentos, livros, dono, portanto, de um acervo inigualável. Ninguém sabia mais sobre a história de Erechim do que o Dr. Altair. Por muitas vezes colaborou com seus artigos para os órgãos de imprensa da cidade, sempre que um fato relevante merecesse lembrança histórica.
Histórica também foi uma viagem que fiz na companhia do amigo à cidade de Curitibanos na década de 60. Estava eu em férias. Ele precisava tratar de assuntos da empresa e levou-me para auxiliá-lo em uma missão no retorno dessa viagem. A missão era trazer uma Kombi que havia sido usada na campanha política de seu irmão Aldo, candidato a deputado estadual, na época, por Santa Catarina, e um cavalinho da raça Poney, pois era desejo de seu pai procriar a raça em sua propriedade localizada no Km 10, Povoado Argenta. E assim aconteceu. Tiramos um dos acentos da Kombi e o Poney viajou comodamente até Erechim. Foi uma viagem inesquecível.
A morte do prezado amigo deixa um vazio difícil de ser preenchido, ficando o seu legado, cuja lembrança deverá ser sempre saudada, por tantos quantos conviveram com esse personagem distinto e benemérito.
O Dr. Altair era viúvo e deixa os filhos Marcelo, Luciano e Daniela.
Infelizmente, por obras de forças que estão muito além de nós, nem tudo segue como desejamos. Todavia, Deus sabe o que faz e o que é melhor para cada um de nós. Quem sabe um dia nos reencontraremos outra vez.

domingo, 6 de julho de 2014

AS BODAS DE DOM GIRÔNIMO

Os 50 anos de ordenação presbiteral do bispo emérito da Diocese de Erechim, Dom Girônimo Zanandréa, foi festivamente comemorado neste domingo, no Seminário de Fátima, com a presença de grande número de católicos, autoridades e convidados e obviamente colegas sacerdotes.
Bispos de outras dioceses também se fizeram presentes, com destaque para o de Jales, Dom Luiz Demétrio Valentini, seu conterrâneo de paróquia em São Valentim que comemora idêntica efeméride, bodas de ouro de ordenação, em fevereiro do próximo ano.
Nesta oportunidade não poderia deixar de homenagear também o amigo Dom Girônimo através desta coluna, reafirmando minha admiração e estima pelo trabalho exercido até aqui no pastoreio das ovelhas de Cristo. Sou testemunha, entre tantas, do dia em que o recém formado padre recebia sua ordenação sacerdotal no pequeno distrito de Benjamim Constant, município de São Valentim. Acho que já fiz menção nesta coluna, de uma das mais inéditas façanhas radiojornalísticas em que participei, juntamente com o falecido colega Waldemar De Toni Jr., tendo como foco fundamental a transmissão do recebimento do mandado sacerdotal  do recém formado padre Girônimo, no dia 3 de julho de 1964. Era um acontecimento singular para aquela comunidade e região. Lembro ainda daquele dia: presença de grande público, manhã bonita de sol e a pequena igreja lotada de público.
Além da importância da cerimônia, vale destacar a originalidade e o ineditismo da transmissão radiofônica do acontecimento. Naquele tempo não havia na localidade energia elétrica e linha telefônica, principais fontes para a realização de uma transmissão radiofônica. Foi quando, pela primeira vez utilizamos um pequeno gerador á gasolina e um transmissor de radioamador para registrar o importante acontecimento religioso. Outro fato incomum com Dom Girônimo é a data do nosso aniversário, ele nasceu dia 9 de junho de 1936 e eu, cinco dias antes. Portanto, temos a mesma idade, 78 anos.
O homenageado bispo emérito de Erechim, substituiu Dom João Hoffman responsável pela instalação do bispado em Erechim. Mas, antes de assumir a espinhosa missão, ainda como padre, Dom Girônimo Zanandréa trabalhou na formação de padres no Seminário Nª Sª de Fátima, foi vigário paroquial e pároco da Catedral São José, professor no Centro de Ensino Superior de Erechim e Instituto de Teologia e Pastoral de Passo Fundo.
Deixou o cargo de Bispo em 2012 por atingir a idade máxima compulsória para o cargo.
Ao lembrar um pouco da sua história, Dom Girônimo, como temos aprendido com o senhor nos últimos anos!
Com o exemplo, com a palavra e com a ciência, o Espírito Santo, através do senhor, não só tem reconduzido à fé católica inúmeras pessoas já há muito afastadas, mas também aquelas multidões das quais nosso Senhor se compadeceu por serem "como ovelhas sem pastor" (Mt 9, 36).
Lançando o olhar à sua vida e ao seu sacerdócio, enxergamos não um homem, mas o sacrifício de um homem; não o Bispo Girônimo, mas o grande seguidor de Cristo. 
Neste dia em que o senhor celebra seus 50 anos de ordenação presbiteral, queremos agradecer a Deus pelo dom da sua vida, por sua doação integral a Jesus e à Igreja, pelo "sim" que o senhor responde cotidianamente ao Magistério e à Tradição, e que torna possível o "sim" de tantos outros fiéis católicos na nossa região.Que Deus lhe dê muita luz e permaneça convosco, é o mínimo que posso lhe desejar.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

O VÍCIO DO "NÉ"

O governador Tarso Genro é um homem inteligente e dono de um extenso currículo que o credencia para ocupar qualquer cargo público. Pena que está em partido errado. Chamou-me atenção uma entrevista de sua excelência terça-feira no programa Debate, da TV-Pampa durante a entrevista que concedeu ao jornalista Paulo Pinto tratando de vários assuntos. Quando liguei a televisão a entrevista já estava em andamento. Pude assistir os últimos 25 minutos. Os assuntos tratados foram vários, inclusive sobre as providências que o governo vem tomando para amenizar o sofrimento das famílias que foram atingidas pelas enchentes nas Regiões Norte, Nordeste e Sudoeste do Estado; a recuperação das estradas, a falta de mais policiamento com o aumento do efetivo da Brigada Militar etc.
Mas, a medida que a entrevista seguia, comecei a ter minha atenção desviada para um cacoete verbal do governador, fazendo com que minha concentração se voltasse para um vício vocal que ele utiliza, além de uma fala afetada que o torna arrogante, prepotente e sem graça. Aliás, alguém tem que avisá-lo que quando chegar o horário da propaganda gratuita, que antecede ás próximas eleições, especialmente durante os debates, ele deve tomar o cuidado de procurar evitar o cacoete "né".
Além de irritante, tira a atenção do telespectador pelo uso exagerado do "né". É uma chatice ouvi-lo a cada final de frase pronunciar, "né".
No momento em que percebi que essa palavra estava me incomodando auditivamente, comecei a anotar toda vez que o governador a pronunciava. Pois, durante os 25 minutos que permaneceu diante do vídeo ele disse 93 vezes o "né", ou seja, 3,72 vezes por minutos. É muito "né"!
E o pior é que a pessoa não se dá conta. Mas, não é só o governador que tem esse vício verbal, há também locutores de rádio e um político muito conhecido em nossa cidade que quando fala, a cada final de frase, lá vem o "né".
Há outros cacoetes verbais, por exemplo: "ta", "ta legal", "viu", "entende", "sabe?", ou "veja bem". Uma outra palavra usada é a "evidentemente".
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, usa muito o "obviamente". Esse vício torna a fala cansativa e prolixa. Outros vícios linguísticos são as expressões "hahan" "quer dizer", "praticamente", "então", "dai" e agora, mais recentemente, "com certeza".
Outros exemplos de vícios verbais: exemplo clássico é o famoso "subir para cima" ou o "descer para baixo". Mas há outros, como: - elo de ligação - acabamento final - certeza absoluta - quantia exata - nos dias 8, 9 e 10, inclusive - juntamente com - expressamente proibido - em duas metades iguais - sintomas indicativos - há anos atrás - vereador da cidade - outra alternativa - detalhes minuciosos - a razão é porque - anexo junto à carta - de sua livre escolha - superávit positivo - todos foram unânimes - conviver junto - fato real - encarar de frente - multidão de pessoas - amanhecer o dia - criação nova - retornar de novo - empréstimo temporário - surpresa inesperada - escolha opcional - planejar antecipadamente - abertura inaugural - continua a permanecer - a última versão definitiva - possivelmente poderá ocorrer - comparecer em pessoa - gritar bem alto - propriedade característica - demasiadamente excessivo - a seu critério pessoal - exceder em muito Note que todas essas repetições são dispensáveis. Por exemplo, "surpresa inesperada". Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia. Verifique se não está caindo nesta armadilha.