IMPRENSA TUPINIQUIM
Até agora não sei o por quê a imprensa
dar tanta importância a um julgamento que é semelhante a tantos outros já realizados
no Brasil. É coisa de imprensa tupiniquim. Você liga a TV de manhã, de tarde e
à noite só se vê e se ouve falar no julgamento do ex-goleiro Bruno, do
Flamengo, envolvido no crime de sua mulher Eliza Samudio, em junho de 2010, como se fosse
algo tão extraordinário. Que há de interessante em dar tanto espaço para esse
tipo de noticiário?
- Por que a mídia não noticia, por
exemplo, quais as razões da retirada da pauta das sessões da Câmara do Projeto
que acaba com o fator previdenciário?
- Por que não entrevista o senador Paulo
Paim "defensor dos aposentados" e pergunte a ele por que não fala
mais na tribuna defendendo o aposentado?
- Por que a imprensa não divulga e não
cobra a injustiça que o governo Tarso Genro (PT) vem cometendo com os
professores gaúchos em não pagar o piso nacional?
- Por que não dá ênfase e comenta as
negociatas do fisiologista Partido do Movimento Democrático Brasileiro para
tornar Renan Calheiros novamente presidente do Senado?
- Por que a grande imprensa não aponta
as verdadeiras causas que colocaram o
seu Cachoeira para fora da cadeia?
Não. Prefere todos os dias falar de um assunto
que é corriqueiro, manjado, à toa. Como se no Brasil não existem fatos
relevantes para serem debatidos e trazidos ao conhecimento da população.
Sobre o maior partido brasileiro, o
PMDB, vale lembrar o que disse há algum
tempo o ex-presidente do STF, Nelson Jobim. Fez fortes críticas e
cobranças aos principais dirigentes do seu partido, entre eles o
vice-presidente da República, Michel Temer.
Jobim surpreendeu pela contundência, ao
afirmar que o PMDB não discute nem tem posição sobre importantes questões
federativas que estão em discussão. E citou vários exemplos, como a guerra
fiscal do ICMS, a mudança do indexador das dívidas dos Estados, a repartição
dos royalties do petróleo e a exigência feita pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) de aprovação, pelo Congresso, de uma lei com novo critério de rateio do
Fundo de Participação dos Estados (FPE) até 31 de dezembro de 2012.
Na verdade, o PMDB não tem posição.
Porque não tem opinião. O partido se tornou simplesmente um grupo de homologadores.
Jobim disse: "nos cobram lealdade de posições das que não
participamos". O ex-preisdente do STF é coordenador de uma comissão de
especialistas, para apresentar propostas a essas questões.
Ele defende candidatura própria à
Presidência da República.
"A sobrevivência do PMDB está dependendo
de termos cara e voz. Quem não tem curva-se. E quem se curva leva um
pontapé", afirmou. "Ter posição é correr riscos. E desde 89, o PMDB
não quer correr riscos."
Em 89, o PMDB lançou a candidatura de
Ulysses Guimarães a presidente. Foi a última vez. De que adianta ser o maior
partido, ter maior número de prefeitos, ter isso e mais aquilo, se anda sempre
a reboque do PT?
E não pense que por aqui a coisa é
diferente!
Está faltando uma vassourada com água
sanitária.
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