DIA INTERNACIONAL DO DEFICIENTE
Em 2006, quando ainda estava em
Brasília, escrevi um artigo que publiquei no meu Blog na Internet (naquela
época não dispunha do espaço que o jornal Bom Dia me oferece todas as 3as. 5as.
e sábados) lembrando o dia 3 de dezembro, consagrado ao Dia Internacional da
Pessoa com Deficiência, criado pela ONU, dando ênfase ao Movimento Orgulho
Autista Brasil. Na época esse movimento era liderado e coordenado por dois
amigos Fernando Cotta, de Brasília, Nilton Paz com assessoramento de Niusarete
Margarida de Lima, do Paraná.
Estou lembrando este fato porque logo
estaremos atingindo mais um ano de recordação dessa data e é importante que
comentemos sobre essa doença da linha das psicoses, causada por isolamento extremo, alterações de linguagem
representadas pela ausência de finalidade comunicativa, rituais do tipo
obsessivo com tendência a mesmice e movimentos estereotipados. Hoje, essa
doença é definida como um conjunto de sintomas de base orgânica, com
implicações neurológicas e genéticas. Atualmente, o autismo é uma área de
intenso interesse, em que diferentes estudos se estabelecem e promovem desde
alterações conceituais até modificações terapêuticas de fundamental
importância. O autismo é visto ainda com muita fantasia.
Chegaram a dizer que o gênio da pintura
e da escultura renascentista Miguel Ângelo era autista. A especulação sobre se
ele sofria da síndrome de Asperger era só especulação, pois nunca foi
diagnosticada em vida. Todavia, os médicos chegaram a conclusão que o genial
pintor sofria mesmo de autismo após estudar seu comportamento através da
estrita rotina de trabalho, poucos amigos, natureza obsessiva, ao comprar com
atitudes de adultos que haviam sido diagnosticados com a síndrome.
O mesmo diagnóstico póstumo foi feito em
outras figurar histórias, como Charles Darwin, Isaac Nwton e Andy Warhol.
O professor Michael Fitzgerald, do
Trinity College em Dublin, um dos experts da teoria sobre Miguel Ângelo, disse
que a síndrome faz a gente mais criativa. Características do autismo:
dificuldades na interação social, atraso ou fala de linguagem verbal, entre
outras. Segundo as estatísticas, para cada 1o mil nascimentos, aproximadamente
15 crianças nascem autistas. Este é um problema que atinge, principalmente, bebês
do sexo masculino, numa proporção de quatro para cada criança do sexo feminino.
Da necessidade de saber mais sobre o autismo
com a troca de experiências e informações, nasceu, o Movimento Orgulho
Autista Brasil, por iniciativa de Fernando Cotta, que tive o prazer de
conversar e com Nilton Salvador, na época coordenador do MOAB em Curitiba, dois
grandes humanistas que dedicam parte de suas vidas ao autismo brasileiro. Dia 3
de dezembro próximo, Dia Internacional do Deficiente criado pela ONU, vai ser
marcado por intensa campanha de divulgação para desmistificar essa concepção,
muitas vezes distorcida e preconceituosa, que pela falta de informação
atrapalha a inclusão do autista na sociedade. A deficiência existe e é
incurável, mas a criança portadora dessa doença não pode ser esquecida pela
coletividade.
Quando escrevi despretensiosamente
artigo semelhante a este, dias depois surpreendi-me com o recebimento da
seguinte mensagem: "Caro Chico!
Seu artigo foi veiculado nos grupos de
Autismo no Brasil e Educautismo. Cerca de 1.200 associados especificamente no
Brasil, com ramificações para diversos países de língua espanhola (América do Sul e Central) e Espanha
propriamente dita. Muito grato.
Abraço fraternal.
Nilton Salvador
Preciso acrescentar algo mais? Ao Nilton
Salvador diria: foi um privilégio ter sido útil ao movimento autista
brasileiro.
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