terça-feira, 27 de novembro de 2012


DIA INTERNACIONAL DO DEFICIENTE

Em 2006, quando ainda estava em Brasília, escrevi um artigo que publiquei no meu Blog na Internet (naquela época não dispunha do espaço que o jornal Bom Dia me oferece todas as 3as. 5as. e sábados) lembrando o dia 3 de dezembro, consagrado ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, criado pela ONU, dando ênfase ao Movimento Orgulho Autista Brasil. Na época esse movimento era liderado e coordenado por dois amigos Fernando Cotta, de Brasília, Nilton Paz com assessoramento de Niusarete Margarida de Lima, do Paraná.

Estou lembrando este fato porque logo estaremos atingindo mais um ano de recordação dessa data e é importante que comentemos sobre essa doença da linha das psicoses, causada por isolamento extremo, alterações de linguagem representadas pela ausência de finalidade comunicativa, rituais do tipo obsessivo com tendência a mesmice e movimentos estereotipados. Hoje, essa doença é definida como um conjunto de sintomas de base orgânica, com implicações neurológicas e genéticas. Atualmente, o autismo é uma área de intenso interesse, em que diferentes estudos se estabelecem e promovem desde alterações conceituais até modificações terapêuticas de fundamental importância. O autismo é visto ainda com muita fantasia.

Chegaram a dizer que o gênio da pintura e da escultura renascentista Miguel Ângelo era autista. A especulação sobre se ele sofria da síndrome de Asperger era só especulação, pois nunca foi diagnosticada em vida. Todavia, os médicos chegaram a conclusão que o genial pintor sofria mesmo de autismo após estudar seu comportamento através da estrita rotina de trabalho, poucos amigos, natureza obsessiva, ao comprar com atitudes de adultos que haviam sido diagnosticados com a síndrome.

O mesmo diagnóstico póstumo foi feito em outras figurar histórias, como Charles Darwin, Isaac Nwton e Andy Warhol.

O professor Michael Fitzgerald, do Trinity College em Dublin, um dos experts da teoria sobre Miguel Ângelo, disse que a síndrome faz a gente mais criativa. Características do autismo: dificuldades na interação social, atraso ou fala de linguagem verbal, entre outras. Segundo as estatísticas, para cada 1o mil nascimentos, aproximadamente 15 crianças nascem autistas. Este é um problema que atinge, principalmente, bebês do sexo masculino, numa proporção de quatro para cada criança do sexo feminino. Da necessidade de saber mais sobre o autismo  com a troca de experiências e informações, nasceu, o Movimento Orgulho Autista Brasil, por iniciativa de Fernando Cotta, que tive o prazer de conversar e com Nilton Salvador, na época coordenador do MOAB em Curitiba, dois grandes humanistas que dedicam parte de suas vidas ao autismo brasileiro. Dia 3 de dezembro próximo, Dia Internacional do Deficiente criado pela ONU, vai ser marcado por intensa campanha de divulgação para desmistificar essa concepção, muitas vezes distorcida e preconceituosa, que pela falta de informação atrapalha a inclusão do autista na sociedade. A deficiência existe e é incurável, mas a criança portadora dessa doença não pode ser esquecida pela coletividade.

Quando escrevi despretensiosamente artigo semelhante a este, dias depois surpreendi-me com o recebimento da seguinte mensagem: "Caro Chico!

Seu artigo foi veiculado nos grupos de Autismo no Brasil e Educautismo. Cerca de 1.200 associados especificamente no Brasil, com ramificações para diversos países de língua espanhola  (América do Sul e Central) e Espanha propriamente dita. Muito grato.

Abraço fraternal.

Nilton Salvador

Preciso acrescentar algo mais? Ao Nilton Salvador diria: foi um privilégio ter sido útil ao movimento autista brasileiro.

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