ADEUS À RAINHA DO BAIÃO
Morreu, aos 89
anos, no último sábado, Carmélia Alves,
a Rainha do Baião.
Quando iniciei no rádio
na década de 1950, Carmélia Alves era uma cantora muito requisitada pelos
ouvintes. Eu lembro ainda que na antiga Z.Y.F-7, Rádio Erechim, existia um programa chamado
"Peça o que Quiser para Ouvir o que Pediu", de grande audiência
matutina, onde através de cartas os ouvintes solicitavam músicas de sua
preferência. E Carmélia Alves era muito requisitada. Não só ela mas, Francisco
Alves - o Rei da Voz; Orlando Silva, grande seresteiro, Dircinha e Linda Batista; Carlos Galhardo,
Nelson Gonçalves, Nora Ney, Dalva de Oliveira e tantos outros.
Filha de nordestinos, a
carioca Carmélia Alves cresceu ouvindo os ritmos da região, e, ganhou o título de Rainha do Baião, na Rádio
Nacional, pela interpretação de músicas de compositores como Luiz Gonzaga e
Humberto Teixeira e gravações com instrumentistas como o acordeonista paraibano
Sivuca, a quem "descobriu" no Recife e trouxe para o Rio de Janeiro.
Ela morreu na noite de sábado (3), de câncer. Morava havia dois anos no Retiro
dos Artistas, onde seu corpo foi velado, domingo de manhã. O enterro foi no
cemitério do Pechincha, próximo ao Retiro.
Carmélia Alves Curvello começou cantando à
Carmen Miranda, sua grande inspiração, nos anos 40. Foi eleita "a melhor
crooner do Rio" quando fazia shows no Hotel Copacabana Palace, o palco
mais elegante da cidade. Participou dos mais importantes programas das rádios
Mayrink Veiga e Nacional, além de filmes, e gravou com os conjuntos de Benedito
Lacerda e Severino Araújo.
O baião Sabiá na Gaiola, de Hervé Cordovil e
Mário Vieira lhe deu sucesso nacional, e os LPs que viriam (mais de 50, vários
por ano) lhe consagraram como uma das intérpretes mais populares do País na
época. A "corte do baião" era então formada por Gonzaga, o rei, ela e
Claudette Soares, a princesa. Mas, Carmélia também cantava sambas, frevos,
polcas, chulas e marchas.
Com o marido, o cantor Jimmy Lester, fez
seguidas turnês internacionais. Eles foram casados por mais de 50 anos e não
tiveram filhos.
A morte de Jimmy, em 1998, fez Carmélia cair
em depressão, mas nos anos 2000 ela estaria de volta com Ellen, Violeta
Cavalcanti e Carminha Mascarenhas no show Cantoras do rádio - Estão voltando as
flores. Carminha, que vivia no Retiro e morreu no início deste ano, foi uma
grande companheira de fim da vida.
Carmélia já havia passado por outros
"renascimentos": em 1977, no palco do Teatro João Caetano, no Rio,
com Gonzagão, fez show interpretando clássicos como Qui nem jiló e Trepa no
coqueiro.
No fim dos anos 80, iria se unir a Nora Ney,
Zezé Gonzaga e Rosita Gonzales, além de Ellen de Lima e Violeta, para uma
primeira retomada das cantoras do rádio. O grupo viajou pelo Brasil se
apresentando "para públicos de todas as idades", lembra Ellen de Lima.
O amigo prefeito
Conheci Pedro Loenzi,
muito jovem ainda, quando ele ganhou um concurso nacional de redação sobre o
Estado de Israel. O resultado lhe rendeu uma viagem aquele país que, depois,
lhe oportunizou escrever um livro (não recordo o título) onde registra aspectos
interessantes e históricos do povo judeu. É um homem inteligente.
Na política vem se
destacando há vários anos, tendo debutado como vereador da Câmara de Erechim e
mais tarde se dedicado a sua bterra Paulo Bento, sempre desempenhando cargos políticos. Na última eleição
conquistou seu terceiro mandato de prefeito. E por um partido pequeno, o PV -
Partido Verde. Aliás, o único representante executivo eleito no Estado pelo
PV. Lorenzi, tem, de fato, um jeito
diferente de governar, por isso, talvez, o sucesso de suas administrações e sua
escolha para mais um período administrativo.
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