quinta-feira, 8 de novembro de 2012


ADEUS À RAINHA DO BAIÃO
Morreu, aos 89 anos,  no último sábado, Carmélia Alves, a Rainha do Baião.
Quando iniciei no rádio na década de 1950, Carmélia Alves era uma cantora muito requisitada pelos ouvintes. Eu lembro ainda que na antiga Z.Y.F-7,  Rádio Erechim, existia um programa chamado "Peça o que Quiser para Ouvir o que Pediu", de grande audiência matutina, onde através de cartas os ouvintes solicitavam músicas de sua preferência. E Carmélia Alves era muito requisitada. Não só ela mas, Francisco Alves - o Rei da Voz; Orlando Silva, grande seresteiro,  Dircinha e Linda Batista; Carlos Galhardo, Nelson Gonçalves, Nora Ney, Dalva de Oliveira e tantos outros.
Filha de nordestinos, a carioca Carmélia Alves cresceu ouvindo os ritmos da região, e,  ganhou o título de Rainha do Baião, na Rádio Nacional, pela interpretação de músicas de compositores como Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e gravações com instrumentistas como o acordeonista paraibano Sivuca, a quem "descobriu" no Recife e trouxe para o Rio de Janeiro.
Ela morreu na noite de sábado (3),  de câncer. Morava havia dois anos no Retiro dos Artistas, onde seu corpo foi velado, domingo de manhã. O enterro foi no cemitério do Pechincha, próximo ao Retiro.
Carmélia Alves Curvello começou cantando à Carmen Miranda, sua grande inspiração, nos anos 40. Foi eleita "a melhor crooner do Rio" quando fazia shows no Hotel Copacabana Palace, o palco mais elegante da cidade. Participou dos mais importantes programas das rádios Mayrink Veiga e Nacional, além de filmes, e gravou com os conjuntos de Benedito Lacerda e Severino Araújo.
 O baião Sabiá na Gaiola, de Hervé Cordovil e Mário Vieira lhe deu sucesso nacional, e os LPs que viriam (mais de 50, vários por ano) lhe consagraram como uma das intérpretes mais populares do País na época. A "corte do baião" era então formada por Gonzaga, o rei, ela e Claudette Soares, a princesa. Mas,  Carmélia também cantava sambas, frevos, polcas, chulas e marchas.
Com o marido, o cantor Jimmy Lester, fez seguidas turnês internacionais. Eles foram casados por mais de 50 anos e não tiveram filhos.
A morte de Jimmy, em 1998, fez Carmélia cair em depressão, mas nos anos 2000 ela estaria de volta com Ellen, Violeta Cavalcanti e Carminha Mascarenhas no show Cantoras do rádio - Estão voltando as flores. Carminha, que vivia no Retiro e morreu no início deste ano, foi uma grande companheira de fim da vida.
Carmélia já havia passado por outros "renascimentos": em 1977, no palco do Teatro João Caetano, no Rio, com Gonzagão, fez show interpretando clássicos como Qui nem jiló e Trepa no coqueiro.
 No fim dos anos 80, iria se unir a Nora Ney, Zezé Gonzaga e Rosita Gonzales, além de Ellen de Lima e Violeta, para uma primeira retomada das cantoras do rádio. O grupo viajou pelo Brasil se apresentando "para públicos de todas as idades", lembra Ellen de Lima.
O amigo prefeito
Conheci Pedro Loenzi, muito jovem ainda, quando ele ganhou um concurso nacional de redação sobre o Estado de Israel. O resultado lhe rendeu uma viagem aquele país que, depois, lhe oportunizou escrever um livro (não recordo o título) onde registra aspectos interessantes e históricos do povo judeu. É um homem inteligente.
Na política vem se destacando há vários anos, tendo debutado como vereador da Câmara de Erechim e mais tarde se dedicado a sua bterra Paulo Bento, sempre desempenhando  cargos políticos. Na última eleição conquistou seu terceiro mandato de prefeito. E por um partido pequeno, o PV - Partido Verde. Aliás, o único representante executivo eleito no Estado pelo PV.  Lorenzi, tem, de fato, um jeito diferente de governar, por isso, talvez, o sucesso de suas administrações e sua escolha para mais um período administrativo.

 

 

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