Eles se
protegem, não tem jeito!
Quanto mais ordinário e safado, mais adeptos
encontra para defendê-los e até elogiá-los. É o que fez o vice-presidente da
República, Michel Temer, nesta quarta-feira, 23, ao defender a candidatura de
Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado.
Na opinião dele, o fato de Renan ter deixado a
presidência do Senado em 2007 em meio a uma série de acusações não descredencia
o seu nome para voltar ao cargo.
Enquanto isto o inquérito aberto há cinco anos e meio para investigar o senador
- por supostamente ter apresentado notas fiscais frias - está parado há quase
dois anos na Procuradoria-Geral da República.
Com isso, a Procuradoria nem apresentou denúncia
nem arquivou o caso, surgido na esteira de suspeitas levantadas contra o
senador em 2007. O inquérito corre em segredo de Justiça.
Por meio de sua assessoria, o procurador-geral,
Roberto Gurgel, afirmou que o procedimento está em fase final e que "nos
próximos dias" vai se manifestar.
Gurgel disse que a demora deve-se ao fato de o
inquérito ter 43 volumes e de ele ter priorizado, no ano passado, o processo do
mensalão.
O procurador já foi alvo de críticas por ter
esperado três anos para pedir investigação sobre o ex-senador Demóstenes Torres
(GO), cassado por suas ligações com o empresário Carlinhos Cachoeira.
Mantida a intenção do procurador de se pronunciar
logo sobre o caso, a movimentação do inquérito pode ocorrer próxima à eleição
de Renan à presidência do Senado, no início do mês que vem.
Se confirmar o favoritismo, Renan voltará para o
cargo que teve de deixar em dezembro de 2007, num acordo para preservar seu
mandato.
Naquele ano, o senador enfrentou suspeitas de que
contas da jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha, eram pagas por um
lobista da empresa Mendes Júnior.
Ele negou e, para provar que tinha renda para os
pagamentos, apresentou notas referentes à venda de bois.
Um laudo do Polícia Federal, contudo, apontou que
as notas fiscais não comprovavam a capacidade financeira do senador para arcar
com a pensão --na época, de R$ 12 mil mensais à Mônica.
Dizia ainda que não havia comprovação das operações
de venda de gado e apontou incongruência entre a quantidade de vacinas contra
febre aftosa adquiridas e o número de bois declarados.
Contatado, Renan disse que não dará entrevista até
sua indicação oficial pelo PMDB como candidato à presidência do Senado.
Cláudio Gontijo, suspeito de ter pago despesas de
Mônica, disse que não comentaria o assunto. Ele ainda é funcionário da Mendes
Júnior.
Sabe de uma coisa, isso é tudo farinha do mesmo
saco.
A estas alturas não sei como ainda não pediram
indulto para os devassos do mensalão! É só o que falta.
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