segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA

Não há como não comentar a exemplo de toda mídia nacional e estrangeira a desgraça que ocorreu na cidade de Santa Maria que vitimou 233 frequentadores da boate Kiss, a maioria universitários, que realizavam uma comemoração.

O Brasil inteiro se comoveu com a tragédia. Até a presidente Dilma num gesto de solidariedade deixou de concluir compromisso no Chile para se juntar ás famílias enlutadas e compareceu ao local do incidente. Durante entrevista ao chegar a Santa Maria, Dilma chorou dizendo que ela e o Brasil estavam juntos naquele momento.

Fica mais uma vez a indagação, e a fiscalização onde andava que não autuou os proprietários da boate por estar com a vistoria do local vencida? Por que foi concedido Alvará de funcionamento para uma casa de diversões em local não apropriado? Em fim, existem hoje muitos porquês. Longe de nós querer incentivar caça as bruxas, mas que foi uma irresponsabilidade e imprudência, foi. Cabe agora as autoridades policiais e Jusdiciais encontrar os culpados e puni-los de acordo com a legislação brasileira.

Ás famílias dos atingidos, como gaúchos e brasileiros, a expressão da nossa dor e tristeza por tudo o que aconteceu.

Até o papa Bento XVI disse estar "consternado" pelo trágico incêndio ocorrido na boate Kiss em Santa Maria. A mensagem foi divulgada nesta segunda-feira através de uma telegrama. O texto foi enviado em nome do pontífice pelo secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, ao arcebispo da cidade de Santa Maria, monsenhor Hélio Adelar Rubert. "Consternado pela trágica morte de centenas de jovens em um incêndio em Santa Maria, o Sumo Pontífice pede que sejam transmitidos aos familiares das vítimas seus pêsames e participação na dor de todos os atingidos", diz o documento divulgado pelo gabinete de imprensa do Vaticano. "Confio a Deus Pai Misericordioso os falecidos e peço ao Céu conforto e melhoras para os feridos". Na Catedral São José houve missa concelebrada na segunda-feira em sufrágio ás almas dos falecidos e em solidariedade das famílias enlutadas em nome da comunidade Católica de Erechim.

Por oportuno, vale lembrar outro incidente que levou a vida de mais de 50 de pessoas cujos responsáveis acabaram fugindo do país. Lembram do naufrágio da embarcação Bateau Mouche IV, barco de turismo que desapareceu na costa brasileira no dia 31 de dezembro de 1988, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, quando estava a caminho de Copacabana? Nesse caso também falhou a fiscalização.

A embarcação, utilizada no rio Amazonas, havia sido modificada com o acréscimo de dois andares e de um terraço suplementar.

Durante as comemorações do Ano Novo de 1989, embora estivesse regularizada pelas autoridades competentes e fosse considerada um cartão-postal da cidade do Rio de Janeiro, ao se deslocar para fora da barra da baía de Guanabara para assistir à queima de fogos na praia de Copacabana, deparou-se com ondas pesadas no mar, vindo a adernar. A rápida e acentuada movimentação de carga nos andares superiores causou o naufrágio, onde pereceram 55, dos 142 passageiros a bordo.

No inquérito que se seguiu foram apontados diversos responsáveis, entre eles a empresa de turismo, os passageiros que disputavam um lugar  do terraço da embarcação, as autoridades competentes do estado do Rio de Janeiro, e a Capitania dos Portos, dando lugar a um longo processo judicial.

O laudo pericial apontou que o Bateau Mouche IV transportava mais que o dobro da lotação permitida (62 passageiros). Os sócios majoritários da empresa Bateau Mouche Rio Turismo, Faustino Puertas Vidal e Avelino Rivera (espanhois) e Álvaro Costa (português), foram condenados por homicídio culposo (sem a intenção de matar), sonegação fiscal e formação de quadrilha, em maio de 1993, a quatro anos de prisão em regime semi-aberto (só dormiam na prisão), mas em fevereiro de 1994 eles fugiram para a Espanha.

A atriz Yara Amaral perdeu a vida na tragédia. Também se encontrava a bordo da embarcação o ex-ministro do Planejamento, Anibal Teixeira, que sobreviveu. O que se espera das autoridades é que as verdadeiras causas determinantes da tragédia sejam esclarecidas e os culpados condenado pelo flagicioso cometido. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário