domingo, 6 de janeiro de 2013


DIA DO LEITOR

O assunto de hoje é sobre um leitor já falecido, que segundo seus familiares, manifestou por várias vezes a vontade de me conhecer pessoalmente. Todavia a morte súbita não permitiu que o seu desejo se consumasse. Além disso, antes de partir desta vida, de acordo com a conversa que manteve comigo sua filha, aspirava ele ser entrevistado por mim, pois queria revelar a sua história de vida para que servisse de exemplo. Infelizmente não deu. Mas como homenagem pós morte o faço agora baseando-me no que sua filha Adriana me relatou.

Diogo Ricardo Canova, filho de Viltale e Genoveva Canova, neto de Maria Luiza Somenzi Canova, uma das famílias colonizadoras da comunidade Alto Caçador – Gaurama/RS, em 1911, nasceu em 03/04/1929 e faleceu em 30/07/2012, portanto, aos 83 anos de idade.

Contabilista, Professor e Técnico em Agropecuária, atuou fielmente como membro do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Descendente de família com perfil político comunista, era também reconhecido pelas identidades de Artênio e Matheus, nomes que usara durante a Ditadura Militar. Apoiou o antigo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), tendo em 1992 concorrido a vereador pelo Município de Gaurama com o objetivo de eleger os líderes da coligação, aos cargos de prefeito e vice, Dr. Leonel Dário Lanius e Darcí Maitto.

Além disto, destacou-se como sócio fundador da Associação dos Colonos de Erechim, em 10/08/1952 no local denominado Linha Alto Caçador, Gaurama, (na época) pertencente a  Erechim. Também foi sócio fundador da Cooperativa Tritícola Erechim Ltda. – COTREL, em 30/09/1962.

Apesar da crise econômico-administrativa da entidade, sempre permaneceu ao lado e em defesa da mesma.

Casou-se em 1987 com Arlete Terezinha Canova, e ambos tiveram dois filhos: Adriana Beatriz e Diogo Vitale.

Era um homem de personalidade forte, seguro de si, pois sempre foi um pai muito presente á formação dos filhos, amigo, companheiro, o porto seguro da família.

Fiquei frustrado  em não tê-lo conhecido. A fatalidade da sua morte chegou antes que eu, por isto meu malogro em não tê-lo conhecido para a entrevista que ele tanto desejava.

Essas manifestações de apreço quando são expressas espontaneamente como a do seu Canova, revelam como podemos interatuar sem que nos conheçamos pessoalmente.

De qualquer sorte, fico envaidecido por saber que desejava me conhecer. Mas, a vida é assim.

Vinicius de Morais é que dizia: um dia a maioria de nós irá se separar, (como o seu Canova se separou). Sentiremos saudades do que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...

Por isso, amigo leitor, não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Espero que este depoimento de estima e  respeito a Diogo Ricardo Canova que queria me conhecer em vida e não conseguiu, seja um tributo a ele que deixou saudades á sua família e a tantos amigos que conquistou.

Volto a afirmar: gostaria muito tê-lo conhecido.

  

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