segunda-feira, 30 de julho de 2012

TENTATIVA DE SUBORNO
As pessoas quando se envolvem com a Justiça, para se livrar dela fazem qualquer negócio. Arriscam até o suborno não se importando com as consequências. Foi o que aconteceu com a mulher do bicheiro goiano, Carlinhos Cachoeira, Andressa Alves Mendonça.
Ela é suspeita de ter tentado comprar o juiz federal Alderico Rocha, responsável pelas investigações sobre a organização criminosa supostamente liderada pelo seu marido, oferecendo a ele algumas vantagens em troca da redução da pena do marido.
Ela foi levada de viatura até a sede da Polícia Federal por volta das 7h desta segunda-feira onde prestou depoimento por quase três horas e foi liberada.
Andressa teria citado o nome de três pessoas que escreveram um dossiê contra o juiz, e ameaçado divulgar estas informações a uma revista de circulação nacional. De acordo com a PF, Alderico recusou a oferta e denunciou Andressa por corrupção ativa ao Ministério Público Federal.
Em sua residência, a polícia apreendeu computadores, tablets e documentos para averiguação. Andressa tem três dias para pagar fiança de R$ 100 mil, determinada pela PF, para evitar uma um possível mandato de prisão preventiva. Além disso, ela não pode mais ter contato com nenhum investigado na Operação Monte Carlo, inclusive o marido.
Por outro lado, já estamos na contagem regressiva para a realização do mensalão, previsto para iniciar na próxima quinta-feira, 2, no STF – Supremo Tribunal Federal. Todos os detalhes estão sendo adotados para o mais julgamento da história do STF. Serão cerca de 30 dias com três sessões semanais do Supremo até o voto final do desembargador presidente da Corte, ministro Ayres Brito.
O primeiro a ser julgado da lista de 38 acusados será José Dirceu, ex- chefe da Casa Civil no governo Lula.
A apenas três dias do início do julgamento do mensalão, o criminalista José Luís Oliveira Lima, defensor de José Dirceu, mira o ex-deputado do PTB, Roberto Jefferson, autor da denúncia que levou à cassação do ex-ministro. A defesa vai sustentar na tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF) que "a história foi montada por Jefferson" e que o esquema de compra de apoio parlamentar "não existiu". As informações foram publicadas no jornal Estado de S. Paulo.
Zé Dirceu é apontado pela Procuradoria-Geral da República como principal articulador da "sofisticada organização criminosa". Segundo o criminalista, em mais de 500 depoimentos, nenhuma testemunha confirma as acusações levantadas pelo ex-deputado. Conforme ele, a prova judicial assegurou que o seu cliente se dedicava exclusivamente ao governo, não comandava os atos dos dirigentes do PT, não tinha controle nem ciência das atividades de Delúbio Soares, não decidia nomeações e não mantinha vínculo com Marcos Valério.
COMO TUDO COMEÇOU
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
A defesa do ex-deputado federal José Genoino, também se concentrará em descolar as atividades do então presidente do PT - descritas por seus advogados como meramente políticas e institucionais - das decisões financeiras, função do ex-tesoureiro Delúbio Soares.
Também tentará provar que Genoino mantinha relações apenas políticas com parlamentares do PP e do PTB e rebaterá as acusações de formação de quadrilha, sustentando que não houve crime nenhum.
As alegações finais, entregues em setembro do ano passado, ressaltam o estilo de vida modesto do ex-parlamentar. À reportagem, o próprio Genoino transmitiu esse recado. “Não tenho bens”, disse o ex-deputado.
“Vivo há 28 anos na mesma casa em São Paulo, me hospedo no mesmo hotel simples há mais de 20 anos em Brasília, cidade onde trabalho de segunda a sexta.”
Querem saber de uma coisa? No andar dessa carroça cheia de melancias podres ainda poderá acontecer um milagre: as melancias voltarão ser verdes por fora e vermelhas por dentro, como se nada tivesse acontecido. Nada me surpreende se Zé Dirceu for considerado inocente. Tomara que me engane. Vamos esperar.


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