MORREU NOSSO MAIOR
ARTISTA PLÁSTICO
Todo artista tem lá
suas manias. Frederico Guilherme Stein (Vili), como era mais conhecido, também
tinhas as suas. Além de ser apaixonado por fotografia, colecionava câmeras
fotográficas, muitas delas testemunhas de fatos históricos da cidade de
Erechim, terra que adotou quando aqui chegou aos 14 anos, procedente de Maximiliano
de Almeida, depois de trer residido com seus pais em Rio Ligeiro e Viadutos,
ainda distrito do nosso município. Era filho de imigrante alemão casado com uma
brasileira de origem alemã. Vili, além de tudo, era um artista como poucos,
quase completo e o que é importante autodidata. Tudo o que fez e deixou para a
posteridade aprendeu sozinho, não teve professor. Ele mesmo era professor de
si. Com a madeira realizava obras fantásticas: Santa Ceia, Jesus morto na cruz que
está localizado ao lado da mesa onde é rezada a missa da Catedral São José,
móveis e tantas outras peças de valor artístico inestimáveis. Trabalhos seus
foram levados até para o exterior. Outro hobby de Vili era a música. Desde a
fundação da Orquestra de Concertos de Erechim era um de seus integrantes.
Tocava violoncelo, instrumento que ele mesmo fabricou.
Como da vida nada se
leva, apenas se deixa saudades e a lembrança de obras por ventura realizadas, Frederico Guilherme Stein ao falecer aos 82
anos de idade, nos lega um acervo espectável de obras e objetos que qualquer
museu gostaria de possuir. Menos o de Erechim.
De acordo uma das
últimas entrevistas de Vili ao jornal Bom Dia em 2001, sua maior frustração, foi
não ter podido fazer com que alguém aceitasse sua coleção de objetos (cerca de
100 câmeras fotográficas das mais antigas e raras, centenárias, projetores e
obras) para ser transformado em um museu. “Passei um longo tempo disposto a
doar este acervo que, com muito esforço conquistei, para fazer parte do arquivo
histórico de Erechim, mas infelizmente ninguém se interessou”, lamentava Vili
Stein.
Não se sabe quem
herdará esse patrimônio histórico riquíssimo que Vili deixou, pois ele não possuía
filhos e sua esposa Luiza também é falecida. Algumas obras de escultura
ficaram inacabadas.
A morte de nosso
artista plástico deu-se no sábado motivada por infarto do miocárdio, após quase
duas semanas de internação no Hospital Santa Terezinha local. Ele tinha 82 anos
de idade. Seu sepultamento ocorreu ainda no sábado no Cemitério Municipal Pio
XII de Erechim.
É uma lástima que não
se tenha dada a importância merecida ao nosso artista plástico Frederico
Guilherme Stein! Aliás, Erechim que se importa com tantas outras coisas não sabe
dar valor a preservação dos valores daqueles que promovem a arte e a cultura de
nossa terra. E Vili não é o primeiro e não será o último a ser postergado a qualidade
ou estado de cidadão comum.
Acorda Erechim!
Está na hora!
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