GREVE DOS
CAMINHONEIROS
Os
caminhoneiros autônomos de todo o país, iniciaram na quarta-feira, 25, Dia do
Motorista, uma paralisação contra deliberações da ANTT - Associação Nacional
dos Transportes Terrestres - órgão do Governo Federal que, segundo a categoria,
consideradas prejudiciais à categoria. Eles reivindicam reajuste no frete, são
contrários ao aumento das tarifas de pedágio; do aumento do preço do óleo
diesel; querem o retorno da carta-frete; não aplaudem a lei que regulamentou a profissão
de motorista e uma série de outros benefícios, conquistados ao longo dos
últimos 10 anos. O desassossego é organizado pelo Movimento União Brasil
Caminhoneiro, entidade que tem sua sede no Rio de Janeiro e é dirigida pelo empresário
de uma cooperativa de transportes, Nélio Botelho. O estranho de tudo isso é que
a Confederação dos Transportadores Autônomos, Federações estaduais e Sindicatos
não apoiam a greve, por considerá-la intempestiva e por ter sido incitada por
uma entidade, que segundo ás lideranças da classe, não tem legitimidade para
tal. Pois ela não é associação e muito menos Sindicato, é um Movimento. Alegam
as representações sindicais que os assuntos pautados pelo Movimento União
Brasil Caminhoneiro estão sendo discutidos com a ANTT - Associação Nacional dos
Transportadores Terrestres, órgão do governo, no sentido de aprimorar a recente
lei que regulamentou a profissão e subsequentes resoluções, não existindo,
portanto, razão para a deflagração de uma greve.
É verdade que as condições de trabalho
do caminhoneiro e do transportador de cargas no Brasil têm se deteriorado ao
longo dos anos. Mais horas de trabalho, mais riscos no trânsito, menos
segurança contra roubos e furtos, fretes cada vez mais achatados, tudo isto,
por si só, é suficiente para justificar uma greve geral dos caminhoneiros. No
entanto, a pauta de reivindicações dos que estão sendo convocados pelo Movimento
União Brasil Caminhoneiro, não trata de melhorias para essa situação.
A volta da carta-frete, instrumento
ultrapassado fonte de exploração do trabalho do motorista, como querem alguns,
não vai melhorar a vida do
caminhoneiro. O adiamento do controle da jornada vai trazer benefícios para
quem?
Se o próprio caminhoneiro passasse a
exigir respeito à lei da balança e à lei do descanso, obrigaria os outros
envolvidos na operação de transporte (embarcadores, principalmente) a
respeitá-lo como profissional e ser humano. E obterá um ganho mais justo.
As novas leis, embora já em vigor,
devem ser discutidas, sim – mas não revogadas. O caminhoneiro precisa de
lugares seguros, nas estradas, para parar e descansar? Precisa. Isso não está
resolvido, é um problema que exige solução urgente. Os embarcadores também devem
ser chamados à responsabilidade. O transportador, seja empresa ou autônomo, não
pode arcar sozinho com o custo dos avanços que trarão benefícios à sociedade
como um todo.
Catgegorias profissionais sofridas como
a dos caminhoneiros sempre terão bons motivos para protestar contra a situação
em que vivem e para reivindicar melhorias. Mas é preciso andar para a frente e
não pedir “liberdade” para a manutenção de práticas comerciais do tempo do
desbravamento rodoviário do interior do Brasil.
De nossa parte, como observador,
cabe-nos apresentar todas as visões dos problemas que chegam ao nosso
conhecimento. Mas não podemos deixar de assumir uma posição clara em favor dos
avanços necessários, e que já chegam tarde.
Recebi a seguinte comunicação:
ESCLARECIMENTO
AOS CAMINHONEIROS
Diante dos acontecimentos desta semana, que levou uma parcela dos
transportadores de carga autônomos a efetivarem um movimento comandado por uma
Entidade que está a serviço de empresas e cooperativas, a Federação dos
Caminhoneiros Autônomos dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina vem
esclarecer:
a) - A resolução da ANTT que regula o Transporte rodoviário como
determina a Lei 11.442, aprovada pelo setor de transporte ainda em 2007,
recebeu a concordância de Empresários, Autônomos, Empregados, Embarcadores e o
próprio Movimento União Brasil Caminhoneiro.
b) - O Registro Nacional de Transportador Rodoviário de Carga é
necessário conforme determina a mesma lei, e tem como objetivo proteger o setor
para evitar que o transporte sirva como opção de especuladores do mercado
financeiro, e, principalmente, para a regulação do frete.
c) - A recente Lei 12.619/2012, igualmente, foi apoiada por
Empresários, Autônomos, Empregados, Embarcadores e o Movimento União Brasil
Caminhoneiro (promotor da paralisação), incluindo-se ainda as Centrais
Sindicais, para a regulação do tempo de trabalho e descanso do caminhoneiro;
d) - As Entidades legalmente constituídas representantes do Setor
de Transportes, Confederação, Federações e Sindicatos de Empresas, Autônomos e
Empregados, bem como, os Embarcadores mantém um Fórum permanente de discussões
técnicas e ou executivas, buscando sempre aprimorar a legislação e regular o
mercado de forma igualitária a todo o setor;
e) - Outrossim, o caminhoneiro Autônomo está tendo assegurado o
direito ao trabalho com dignidade, e tem em suas Entidades representativas todo
o empenho para os ajustes necessários na legislação junto aos órgão competentes;
f) - A FECAM também esclarece que essa manifestação, não é
legítima. Os oportunistas estão usando de falsas promessas feitas por
empresários e cooperativas do setor) como preço do frete que é regulado pelo próprio
mercado; a revogação da legislação que acabou com a carta-frete, para que as
empresas não declarem o volume transportado e não recolham o INSS sob a
contratação do Caminhoneiro Autônomo, é uma visão retrógrada, assim como, a
prorrogação da vigência da Lei 12.619/2012 por mais um ano, sendo que os que
reivindicam foram os que elaboraram o seu texto.
Finalmente alerta os caminhoneiros autônomos que não serão os
oportunistas de plantão que quitarão seus custos no final desse movimento. Eles
não arcarão com o prejuízo. São agenciadores de carga, Empresários,
Transportadoras, Cooperativas, aproveitadores do momento delicado do País, para
usar você Caminhoneiro, como escudo às suas pretensões.
Volte a estrada, diga não a paralisação e as falsas promessas; não
a baderna irresponsável. Apoie suas Entidades representativas à manter um bom
relacionamento com os órgãos reguladores buscando a solução pacífica de todos
os problemas do setor.
Esses que aí estão, passarão....e o caminhoneiro autônomo ?.....
Este o esclarecimento da FECAM, com relação a paralisação dos
caminhoneiros.
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