segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


O CÚMULO DO ESQUECIMENTO

Tem sido frequente os pais esquecerem no interior do automóvel seus filhos de tenra idade. A que atribuir tanta distração?

Não sei! Mas, alguns entendidos dizem que distração é um problema ligado ao Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Um bebê de sete meses morreu semana passada em Divinópolis, Minas Gerais, depois de ter sido esquecido dentro do carro pelo pai. A criança ficou no interior do automóvel por cerca de cinco horas e chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu.

De acordo com o jornal mineiro O Tempo, o pai deveria ter deixado o filho na creche, mas foi direto para o trabalho, em um supermercado. Ao perceber o esquecimento, voltou para o automóvel, que estava no estacionamento, e viu que o filho passava mal. A criança foi levada para o hospital, recebeu atendimento médico, mas morreu minutos depois.

Segundo os entendidos, a falta de desatenção ou esquecimento é  proveniente  de uma propensão mental do ócio e das abstrações estéreis que torna as pessoas ingênuas e inseguras. A atenção em tudo o que se faz sem o concurso da consciência individual se tornará inoperante, na medida em que a consciência humana fica inativa, escondida, deprimida. Num mundo onde grandes mentiras são tidas como grandes verdades, a ampliação da área da consciência fica impossibilitada e a síndrome da distração alastra-se em proporções assustadoras. Tempo é dinheiro. Ter é poder. Onde falta dinheiro, falta felicidade. Estas são algumas das inúmeras faces da Grande Mentira que comprou a alma humana para sacrificá-la como o diabo descrito por Goethe. Lembro-me de ter ouvido certa vez que uma mente distraída é uma mente separada de Deus. E que recordando o Deus único, o verdadeiro, não aquele inventado para separar os homens, mas o que existe no coração e nas mentes de todos os seres humanos e não é propriedade de ninguém, de nenhuma seita secreta, seria a forma mais eficiente de estar conectado com tudo o que está acontecendo dentro e fora de nós, pois Deus está sempre presente, nós é que não estamos.

Quem não pensa, vive sempre distraído. E como pensar é criar, seria interessante mirar-se no exemplo do Grande Criador e criar algo, uma ideia, uma obra de arte, um pensamento, um ser humano melhor em nós mesmos para encontrá-lo no futuro e poder dizer que aproveitamos bem o tempo de vida que nos foi presenteado.

Um artigo da Dra. Cacilda Amorim, diretora clínica do Instituto Paulista de Déficit de Atenção ensina que   esse problema acaba dando lugar a outros, como deprssão, ansiedade, baixa estima, e desorganização. Seguido acontece de pessoas irem trabalhar com uma sandália diferente em cada pé, ou colocar uma meia diferente da outra. Você nunca percebeu isso? A Dra. Cacilda conta que teve um paciente que certo dia não estava conseguindo chegar ao seu consultório porque pegou o metrô na direção contrária do que deveria. Quando ele se deu conta do equívoco, desceu e pegou o metrô correto, mas deixou passar a estação em que deveria parar. Então teve que descer novamente e pegar outro metrô.

O Tratamento do Déficit de Atenção e Hiperatividade infelizmente não tem cura, mas é possível amenizar os sintomas com tratamento medicamentoso e terapia. A medicação é estimulante e faz com que o córtex afetado volte a funcionar normalmente, diminuindo os sintomas e oferecendo ao paciente maior poder de concentração. A pessoa vai se ajustando à concentração de acordo com os medicamentos e a terapia comportamental-cognitiva e vai trabalhar o autocopntrole ajustando o seu comportamento. A duração do tratamento varia de acordo com cada caso. Cerca de 85% dos pacientes têm sucesso no tratamento, mas vale lembrar que os sintomas podem voltar futuramente, uma vez que o TDAH não tem cura.

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