quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

JOAQUIM BARBOSA PRESIDENTE
Começa a nascer em Erechim um movimento suprapartidário para que o ministro Joaquim Benedito Barbosa Gomes, 57 anos, presidente do Supremo Tribunal Federal, dispute as próximas eleições presidenciais.
Os líderes do movimento estão organizando um manifesto que será divulgado nos principais jornais do país conclamando a população brasileira a se unir à ideia, diante dos desregramentos morais e éticos da maioria dos políticos que integram o Congresso Nacional nos últimos anos.
Abrão Martins, ex-vereador da Câmara Municipal, um dos integrantes do grupo disse a este colunista, que o Brasil já teve presidente branco, presidente mulher, mas ainda não teve um presidente negro. Sem ser apologista do racismo, o ex-vereador de Erechim, afirmou que os participantes do movimento devem se reunir nos próximos dias para discutir a organização do movimento e traçar os seus rumos. O primeiro passo será encaminhar ao ministro Barbosa ofício-manifesto, onde formulam convite para que aceite concorrer ás próximas eleições presidenciais.
O presidente do STF é o primeiro filho dos oito que o pai, Joaquim, e a mãe, Benedita, tiveram (por isso se chama Joaquim Benedito).
Em Paracatu, no interior de Minas, “Joca”, como é conhecido na intimidade, teve uma infância de pobre do interior, com área verde para brincar, muito rio para nadar, muita diversão. Era tímido e fechado.
A mãe era dona de casa. O pai era pedreiro. Mas ele era aquele cara que não se submetia. Tinha temperamento duro e falava de igual para igual com os patrões. Tanto é que veio trabalhar em Brasília, na construção, mas se desentendeu com o chefe e foi embora, lembra ele.
O pai vendeu a casa em que morava com a família e comprou um caminhão. Chegou a ter 15 empregados no boom econômico dos anos 70. “E levava a garotada para trabalhar.” Entre eles, o próprio Joaquim, então com 10 anos. No começo da década, Barbosa se mudou para a casa de uma tia na cidade do Gama, no entorno de Brasília. Cursou direito, trabalhou na composição gráfica de jornais, no Itamaraty. Ingressou por concurso no Ministério Público Federal.
Tirou licenças para fazer doutorado na Universidade de Paris-II. E passou períodos em universidades dos EUA como acadêmico visitante. Fala francês, inglês e alemão.
Diz que não gosta de ser tratado como “herói” do julgamento do mensalão. “Isso aí é consequência da falta de referências positivas no país. Daí a necessidade de se encontrar um herói. Mesmo que seja um anti-herói, como eu.” Hoje, Barbosa fica a maior parte do tempo em Brasília, onde moram a mãe, os sete irmãos e os sobrinhos. O pai já morreu.
Relator da Ação Penal 470, (Mensalão) que condenou 25 integrantes da quadrilha organizada, o Presidente do Supremo Tribunal Federal passou a ser a figura mais importante e aplaudida deste país.
A Suprema Corte ainda precisa publicar o acórdão do processo mensalão e julgar os recursos que devem ser impetrados pelas defesas dos réus. Só depois de transitado em julgado os condenados devem ser presos. A Corte tem até abril para redigir o acórdão. Durante os quatro meses de trabalho exaustivo na análise e julgamento do mensalão Joaquim Barbosa foi, sem dúvida, a figura principal de destaque na apreciação e exame do maior crime de corrupção, formação de quadrilha e peculato que se tem notícia em toda a história do Brasil.
Para o ex-vereador Abrão Martins, o que o ministro Barbosa está fazendo não é nada além de sua obrigação como magistrado da mais alta corte do país, contudo, em um país que, infelizmente, nos últimos tempos, anda sem heróis, com descrença nos políticos e nas instituições brasileiras, quando a sociedade se depara com um barnabé lutando contra o mau uso do erário público, é mais do que natural que ela se encha de orgulho e de júbilo e torça para que ele não esmoreça e que a Suprema Corte do país não falhe e não traia os anseios do povo brasileiro, que clama por justiça em relação a um dos maiores desvios de dinheiro público da história democrática brasileira e que finalmente os culpados tenham a mesma “sorte” do ladrão de galinhas. O Brasil precisa de Joaquim Barbosa, concluiu Martins.

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