EMBELECOS OU IMPOSTURA

Quero insistir na tese de que a administração pública municipal precisa urgentemente agilizar uma ação administrativa que possibilite a recuperação e pintura do prédio da prefeitura, do Castelinho e dê um jeito no prédio dos Correios junto a sua superintendência regional, com sede em Passo Fundo. Não dá mais para aturar tanto descuido e omissão. O próximo vento forte que se abater sobre Erechim, não há dúvida, vai fazer cair parte do recorte em madeira que encima o telhado, do lado esquerdo do prédio. Do mesmo lado já se observa a falta de algumas tábuas, que pela ação do tempo, apodreceram e apresentam um rombo feio. Um outro problema é a falta de concentração administrativa. As secretarias estão muito distantes umas das outras, sem falar na despesa do município com alugueres. Perde-se mais tempo indo e vindo de uma secretaria para outra do que se resolve problemas. A Escola de Belas Artes Osvaldo Engel, já me referi em outra ocasião sobre a precariedade de suas instalações. Os professores e alunos, mais de 700, vivem como sardinha em lata, não há acomodação condizente, as salas de aula carecem de maior espaço, tudo é muito apertado. A nossa Biblioteca Pública é um outro problema. Mal localizada, e por falta de melhor acomodação é pouco visitada. Já recordei aqui um plano estudado pela Associação Comercial e Industrial de Erechim, há anos, para a construção de um centro administrativo que concentraria no terreno aos fundos da prefeitura, todas as secretarias municipais, algumas repartições do Estado, posto bancário e Câmara  de Vereadores. Nenhum prefeito até hoje se encorajou em realizar o projeto.

É desafiante?

- É

Não dá voto?

- Não dá.

A população seria contra esse projeto?

- Acho que não.

Erechim vai completar daqui a mais cinco anos o seu centenário. Sua população nos últimos 40 anos praticamente dobrou e a infraestrutura governamental continua a mesma. Desde a construção do prédio da antiga Companhia Telefônica Municipal, onde hoje funciona o poder Legislativo, nunca mais houve investimento para a melhoria das repartições públicas do município. Se há recursos que possam ser pleiteados para um projeto dessa natureza, por que não buscá-los?

Se fala tanto em alinhamento governamental que torna menos desembaraçosa a liberação de verbas para projetos junto aos governos do Estado e da União, por que não usar essa superconjunção política para realizar ações nesse sentido?

Percebe-se que falta uma oficina de projetos e vontade política de encarar com mais apetite os desafios que a modernidade administrativa exige.

E o presídio estadual?

Vai, ou não vai, ser construído na área comprada pelo município e doada ao Estado?

Este é mais um dos projetos embrulhados que nem mesmo com o alinhamento político-administrativo até hoje não passou de embeleco e impostura. E quando as câmeras que captam imagens do centro vão flagrar os ladrões da madrugada?

Como o vidro era a prova  de impacto, os ladrões não puderam alcançar êxito na sua ação. Outro assunto que está a exigir uma definição é sobre os abrigos que sobraram com a implantação do novo terminal rodoviário, na Na semana passada mais uma loja da Rua Nelson Ehlers foi atacada. Os meliantes estouraram o vidro da vitrina, a poucos metros de onde - não faz muito - um estabelecimento comercial - foi assaltado. Praça Júlio de Castilhos. O que a administração pensa em fazer com aquele material?

Aliás, sobre abrigos e transporte urbano, não estaria na hora de se fazer um reestudo sobre novas rotas e colocação de novos abrigadouros para os usuários?

A cidade cresceu, novos núcleos habitacionais também se formaram, mas o serviço de transporte urbano continua o mesmo.

O problema da mobilidade urbana é outro transtorno. Contratou-se uma empresa para o estudo de um novo projeto viário para a cidade, foram gastos consideráveis recursos, mas até hoje nada, sem falar no Distrito Industrial Norte, na BR-153 rumo a Concórdia-SC e reexame do Plano Diretor da cidade.

São desafios que neste novo período administrativo o prefeito Paulo Alfredo Polis terá que enfrentar de mangas arregaçadas se quiser receber os aplausos da população.