sexta-feira, 3 de agosto de 2012

PARA VOCÊ ACOMPANHAR RESUMIDAMENTE O JULGAMENTO DO MENSALÃO
13h00 José Dias Toffoli - o ministro do STF pode se declarar impedido no início do julgamento ou enfrentar o questionamento do procurador-geral da República. Toffoli, antes de assumir a vaga na Corte, foi advogado-geral da União do governo Lula e, antes disso, advogado do PT.
13h10 Às 14h desta quinta-feira, o STF dará início ao julgamento do mensalão. Após sete anos, os 38 acusados no maior escândalo do governo Lula sentam no banco dos réus. A previsão é que o julgamento dure até meados de setembro.
13h15 Carlos Vilardi chegaram ao STF. Questionado sobre o fato de a Justiça Federal de São Paulo ter acatado denúncia por lavagem de dinheiro , o advogado de Delúbio, Celso Vilardi, disse que ainda não leu a decisão: "Ainda não li, mas é uma bobagem", disse.
13h20 Os advogados dos réus do mensalão Márcio Thomaz Bastos, José Carlos Dias e Carlos Vilardi chegaram ao STF. Questionado sobre o fato de a Justiça Federal de São Paulo teracatado denúncia por lavagem de dinheiro , o advogado de Delúbio, Celso Vilardi, disse que ainda não leu a decisão: "Ainda não li, mas é uma bobagem", disse.
13h25 O maior julgamento da história do STF começa sob o fantasma da decisão que absolveu o ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1994, por falhas nas acusações ou manobras jurídicas de advogados. Collor se livrou da acusação de corrupção passiva.
13h30 Os 38 réus: veja onde estão e o que fazem os acusados do maior escândalo do governo Lula.
13h36 Nesse primeiro dia de julgamento, o ministro Joaquim Barbosa fará a apresentação do caso e o procurador-geral, a sustentação da denúncia contra os 38 réus. Destes, Gurgel vai pedir a condenação de 36. A sustentação dele tem aproximadamente 150 laudas. Provavelmente, o procurador utilizará todas as cinco horas para a sua fala. Infográfico do iG mostra como será o julgamento e o papel de cada um dos ministros do STF
13h48 Protagonista do primeiro dia do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que, para "ser feita a justiça", o tribunal terá de condenar todos os réus do caso .
13h58 Revelado pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, o mensalão marcou o primeiro mandato do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Veja a cronologia dos episódiosque derrubaram a cúpula do PT e do governo federal.
14h26 Por volta das 14h desta quinta-feira, o STF dará início ao julgamento do mensalão. Após sete anos, os 38 acusados no maior escândalo do governo Lula sentam no banco dos réus. A previsão é que o julgamento dure até meados de setembro. Veja como será o julgamento
14h31 O STF iniciou às 14h26 o julgamento do mensalão. O presidente do STF, Ayres Britto, abriu a sessão e conduzirá os trabalhos. O ministro relator, Joaquim Barbosa, deve falar em seguida
14h37O presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, ao ler o nome dos réus, se confundiu e acabou lendo o nome de um dos advogados que defende os acusados. Todo mundo riu no plenário e ele pediu desculpas a José Luís Oliveira Lima, que representa José Dirceu.
14h40 O advogado Márcio Thomaz Bastos, como era previsto, pediu questão de ordem antes do início do julgamento.
14h46 O que nós esperamos dessa alta Corte é que ela, fiel ao seu entendimento, já expressado por oito ministros, decida como Corte constitucional que é, de que esse é um direito estrito e não pode ser estendido por norma de menor nobreza que a constitucional", diz Thomaz Bastos. "As pessoas que não têm foro devem ser julgadas pela Justiça Comum.'
14h44 Thomaz Bastos, que representa o réu José Roberto Salgado, ex-executivo do Banco Rural, no processo do mensalão, pediu a palavra, logo no início da sessão, para solicitar desmembramento do caso. Segundo ele, o STF não tem competência para julgar os réus comuns. De acordo com o defensor, o julgamento de acusados sem prerrogativa de foro diretamente no STF contraria o direitos constitucionais do duplo grau de jurisdição - ou seja, de recorrer a instância superior em caso de condenação e de ser julgado por seu juiz natural. “Essa questão do desmembramento nunca, em nenhum momento, foi enfrentada por esta alta Corte”, disse Thomaz Bastos.
14h50 O ministro Celso de Mello sugeriu que o procurador-geral da República fosse ouvido sobre a questão de ordem de Bastos. Gurgel se manifestou pelo indeferimento do pedido de desmembramento da ação penal.
14h56 Mal começou, e o julgamento já tem o primeiro embate mais forte entre os ministros - no caso, o relator Joaquim Barbosa e o revisor do processo, Ricardo Lewandowski. "Me causa espécie Vossa Excelência se manifestar pelo desmembramento do processo quando poderia ter feito isso há seis meses. Nós não teríamos perdido um ano de preparação para esse julgamento. Isso me parece deslealdade", atacou Barbosa. Lewandowski rebateu: "Eu, como revisor, farei valer meu direito de manifestar-me sempre que entender necessário. Acho que esse é um termo forte que Vossa Excelência está usando. E já prenuncia que será um julgamento difícil. Nós temos que levar a sério e não podemos deixar de lado uma questão de ordem que foi feita com o maior respeito pelo advogado (Thomaz Bastos)."
15h00 Logo no início da discussão, o ministro Joaquim Barbosa chamou o ministro Ricardo Lewandowski de "desleal". O clima é tenso no plenário. Muito tenso.
15h01 Após a discussão com o relator Joaquim Barbosa, o ministro revisor do processo do mensalão, Ricardo Lewadowski, continua defendendo que os ministros do STF coloquem em pauta a questão de ordem apresentada pelo advogado Marcio Thomaz Bastos, que pediu o desmembramento do processo do mensalão – de acordo com essa tese, o Supremo não teria competência para julgar os réus comuns, que não têm a prerrogativa do foro privilegiado. Enquanto a discussão sobre a questão de ordem não é encerrada, o julgamento em si não começa. E Joaquim Barbosa ainda não começou a ler a síntese de seu relatório.
15h02 Do lado de fora I - Apesar do forte esquema de segurança montado na Praça dos Três Poderes com grades, policiais e até homens do Exército, ninguém se animou a ir até o STF para se manifestar no primeiro dia do julgamento do mensalão. Uma comentarista de TV chegou a dizer ao vivo que ouvia "manifestações" na frente do tribunal. Na verdade, era uma excursão de crianças gritando os nomes de algumas emissoras de TV cujos links estavam armados para a cobertura do julgamento. (
15h05 Do lado de fora II - Um grupo de aproximadamente 20 alunos e professores de uma faculdade de Direito de Cachoeiro do Itapemirim (ES), também em excursão por Brasília, tentou conseguir lugares na última hora para acompanhar o julgamento no plenário, mas foram informados que as 23 vagas já estavam preenchidas.
15h07 Enquanto isso, no plenário, o ministro revisor do processo do mensalão, Ricardo Lewandowski, sinaliza defender a mesma tese do advogado Márcio Thomaz Bastos de que o desmembramento do processo deve ser rediscutido pela Corte. “Não se ignora que o STF vem se defrontando com a complexa questão de determinar a competência para julgar infrações cometidas por detentores de foro e aqueles que não possuem. A solução deste problema tem sido buscada no Código de Processo Penal”, diz Lewandowski.

15h10 Réu do mensalão - O ex-ministro da casa Civil José Dirceu, o "chefe da quadrilha" segundo a Procuradoria Geral da República, nem sequer foi a Brasília no primeiro dia do julgamento. Dirceu passou toda a manhã em seu apartamento, em São Paulo, e deveria ir para sua casa em Vinhedo no início da tarde, antes do início dos trabalhos. O ex-ministro só deve ir ao STF às vésperas da sentença caso esteja seguro de uma decisão favorável.

15h12 O revisor do processo, Ricardo Lewandowski, sinaliza que é favorável à tese de Márcio Thomaz Bastos do desmembramento do caso. "O julgamento conjunto de agentes que tenham status processual distinto não é obrigatório, mas facultativo. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em tempo e lugares diferentes ou quando, pelo excessivo número de acusados, o juiz reputar conveniente a separação. O STF tem, de tempos para cá, sistematicamente determinado seu desmembramento pelos mais variados motivos", afirma.
15h17 O primeiro da fila - O advogado de José Dirceu, José Luiz Oliveira Lima, gostou de ter sido escolhido o primeiro a fazer a sustentação oral. "É bom porque assim a gente já tira a ansiedade da frente logo no começo", disse ele.
15h20Lewandowski enumera alguns casos em que o STF decidiu pelo desmembramento de outros processos.
15h22 "Insisito que o desmembramento de processos tornou-se prática corriqueira nesta Corte", diz o ministro revisor Ricardo Lewandowski, em defesa da tese apresentada como questão de ordem pelo ministro Márcio Thomaz Bastos, advogado de um dos réus do mensalão.
15h30 A demora na explanação do revisor Ricardo Lewandowski começa a deixar os demais ministros incomodados. "Eu peço para a Vossa Excelência para resumir o voto, se possível”, afirma o presidente do STF, ministro Ayres Britto. "Esse julgamento é histórico e estão em jogo vidas das pessoas. Alguém que for condenado por esta Corte terá sua vida irremediavelmente manchada”,responde Lewandowski. Enquanto o revisor segue com a palavra, o julgamento, na prática, não começa. O relator Joaquim Barbosa ainda não começou a ler a síntese de seu relatório sobre o processo do mensalão.
15h32 Lewandowski segue na defesa do desmembramento do processo do mensalão, atendendo à tese de Thomaz Bastos. Ele cita o caso do chamado "mensalão tucano", em que o pedido de desmembramento foi deferido - naquele caso, apenas o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) tinha prerrogativa de foro privilegiado. "O STF possui vários precedentes de ações criminais. Em quase todos eles, prevaleceu a racionalidade que conduziu ao desmembramento do processo pela Corte", diz o ministro revisor.
15h35 Um cortiço - Advogados dos réus do mensalão ficaram surpresos com a forma como o ministro Joaquim Barbosa começou o julgamento, quase impedindo o voto do ministro Ricardo Lewandowski na questão de ordem suscitada pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Eles afirmam que o julgamento "promete ser um cortiço" se continuar desta maneira.
15h41 "Só podemos permitir a prerrogativa de foro em situações absolutamente excepcionais", afirma o ministro revisor, Ricardo Lewandowski, que cita, inclusive, votos de alguns colegas favoráveis à tese do desmembramento em ocasiões anteriores. O ministro relator, Joaquim Barbosa, respondeu: "Eu tenho sempre em mente o princípio da colegialidade, ministro.. Eu propus o desmembramento há seis anos, mas eu fiquei vencido. O colegiado decidiu. Acabou", disse.
15h48 Depois de citar voto anterior do ministro Joaquim Barbosa em favor do desmembramento de outros processos, o revisor Ricardo Lewandowski lembra de entendimento semelhante de outro membro do STF, o ministro Marco Aurélio Mello. "“A competência do STF é de direito estrito”, diz trecho de voto anterior de Marco Aurélio lido por Lewandowski. Ele continua defendendo o desmembramento do processo do mensalão.
15h5 8Depois de citar interpretações anteriores dos ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio Mello em favor do desmembramento de processos, o revisor Ricardo Lewandowski agora recorda de seus próprios votos favoráveis à tese em outras ocasiões. A manifestação de Lewandowski é longa. O relator do caso do mensalão, Joaquim Barbosa, ainda não pôde iniciar a leitura da síntese de seu relatório sobre o caso.
16h00 Minguado- neste momento, cerca de 20 militantes do PSOL estão na Praça dos dos Três Poderes se manifestando pela condenação dos 38 réus.
16h03Enquanto os outros ministros esperam a conclusão da manifestação de Lewandowski, o revisor continua sua defesa do desmembramento do processo. O ministro Marco Aurélio Mello, que teve voto anterior favorável ao desmembramento citado por Lewandowski, pediu a palavra rapidamente e sinalizou concordar com a tese também defendida pelo advogado Marcio Thomaz Bastos, que representa um dos réus no processo do mensalão. A discussão sobre o pedido de divisão do processo por Thomaz Bastos, que o iG antecipou, já toma mais de uma hora de julgamento
16h10 Um pouco além - A análise do ministro Ricardo Lewandowski da questão de ordem está constrangendo os demais ministros do STF. O Ministro Gilmar Mendes já se retirou do plenário temporariamente, outros ministros mostram-se visivelmente desconfortáveis com o voto extenso de Lewandowski. Cármen Lúcia e Luiz Fux, por exemplo, consultaram várias vezes o Código Penal, durante o julgamento, comportamento não habitual em outros julgamentos do Supremo.
16h11 Lewandowski parece estar se encaminhando para o fim de seu pronunciamento. "Esse salutar exame e reexame dos autos está sendo sonegado aos réus deste processo, aos que não têm foro privilegiado. Serão julgados por pessoas que, por mais ilibada reputação que tenham, são seres humanos como outros quaisquer e falíveis como todos", afirmou o ministro revisor do processo do mensalão. Lewandowski também falou em "“colossal volume de documentos" relacionados ao processo e no calendário apertado estipulado para o julgamento.
16h12 O voto do ministro Ricardo Lewandowski já prejudica o julgamento do mensalão. Isso porque, a sessão precisa ser concluída até às 19h, por causa dos julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim, não haverá tempo hábil para a explanação total do relatório da Procuradoria Geral da REpública (PGR), que deve demorar cinco horas. A tendência é que a exposição da PGR (se a questão de ordem não for aprovada) comece nesta quinta e termine apenas na sexta-feira.
16h15Três votos s a favor- Apesar do ministro Ricardo Lewandowski ainda não ter concluído o seu voto sobre o desmembramento do processo, advogados já contam pelo menos três votos favoráveis à divisão desse caso: o próprio Lewandowski, Dias Toffoli e Marco Aurélio Mello. São necessários mais três votos para ocorrer a divisão da ação penal e mandar para a primeira instância os réus que não têm foro privilegiado.
16h22 Novo bate-boca entre o relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, e o revisor Ricardo Lewandowski. "Volto a dizer. O ministro Lewandowski, no final da sua fala, colocou em questão a legitimidade dessa Corte para julgar esta ação penal. Ele disse claramente que os réus estariam em risco por serem submetidos a um órgão que não seria competente para julgá-los etc. Eu pergunto: por que não trouxe essa questão nesses dois anos?", questiona Barbosa. Lewandowski rebate, e o presidente do STF, ministro Ayres Britto, não consegue controlar a discussão. 16h17Lewandowski conclui seu pronunciamento e acolhe a questão de ordem apresentada pelo advogado Márcio Thomaz Bastos.
16h38 O ministro Luiz Fux elogia Lewandowski pela apresentação dos argumentos “com elegância”, mas indefere o pedido de desmembramento. Placar 3x1.16h29Primeira a votar após a manifestação do revisor, Ricardo Lewandowski, a ministra Rosa Weber indeferiu o pedido apresentado pelo advogado Márcio Thomaz Bastos para o desmembramento do processo. Ela elogiou o voto de Lewandowski, mas não o acompanhou. No início de sua explanação, tentou aliviar o clima tenso e afirmou: "O tema é belíssimo!".
16h44 Atraso - Com a delonga nos debates sobre a questão de ordem relacionada ao desmembramento do julgamento do mensalão, como o iG antecipou, é cada vez mais provável que a exposição da Procuradoria Geral da República (PGR) seja extremamente curta ou fique apenas para essa sexta-feira. A discussão já dura duas horas.
16h45 O ministro José Antonio Dias Toffoli afirma, em sua explanação sobre o tema do desmembramento do processo, que o STF não se deparava com esse tema do foro privilegiado até muito recentemente. Segundo ele, esta é uma questão nova para a Suprema Corte. Outros ministros lembram que somente a partir de 2002 o STF passou a tratar diretamente desta questão, já que não havia nenhuma cláusula especial sobre a prerrogativa de foro até então.“Essa questão já foi analisada e esse plenário deliberou em colegiado pelo não desmembramento”, afirmou Toffoli, sinalizando que diverge do parecer do revisor Lewandowski.
16h50 Com o voto do ministro Dias Toffoli contrário à questão de ordem suscitada pelo ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, praticamente encerra-se a polêmica sobre o desmembramento do processo do mensalão. O placar já está 4x1 contra o desmembramento e existem pelo menos mais dois votos contrários à remeter os réus sem foro à Justiça de 1º grau - os ministros Ayres Britto e Cármen Lúcia. A tendência é que também os ministros Gilmar Mendes e Cézar Peluso também votem nesse sentido, com base em outros casos julgados pelo Supremo.
16h51 A ministra Cármen Lúcia não acompanha o revisor Lewandowski e também vota de forma contrária ao pedido de desmembramento do processo do mensalão. Placar de 5x1. "Essa matéria constitucional não foi desconhecida. A solução foi dada com base em legislação infraconstitucional. Neste momento, eu o acompanho para não acolher a questão de ordem", disse a ministra.
16h53 Com Cezar Peluso, placar agora é 6x1. Questão resolvida: mensalão continua no STF. Veja a cobertura completa do iG sobre o mensalão
17h03 O ministro Cezar Peluso é enfático em seu voto, contrário ao desmembramento do processo: "Não há enfoque novo, não há fato novo. A questão é a mesma. Há impossibilidade de retrocesso a fases anteriores do processo. Se a matéria está sempre em aberto, não é possível. Em outras palavras, vamos passar o resto da vida discutindo a mesma matéria", afirma.
17h13 Momento de descontração no encerramento do voto do ministro Cezar Peluso. Ele reforça que é contrário ao desmembramento do processo do mensalão e faz uma analogia ao trabalho que teria mesmo um "locutor de corrida de cavalos", que narra "muito rápido", para ler todo o processo. "Nós teríamos um atraso. O fato de que um juiz de um órgão inferior teria um julgamento mais rápido, é uma coisa discutível. Se não remetermos agora este processo a outro juiz, só para ele começar a ler o processo, ele vai levar pelo menos mais de seis meses. Isso se ele for um bom locutor de corrida de cavalos", afirmou Peluso, arrancando risadas dos demais ministros da Corte.
17h20 Gilmar Mendes vota contra o desmembramento. Placar 7x1: “Seria um absurdo que o tribunal afirmasse uma competência sem levar em conta a sua competência constitucional”. O debate, segundo Mendes, permitiu enfrentar uma outra lenda urbana. De que o tribunal não é vocacionado a esse tipo de processo, de que o tribunal não condena. “É lenda urbana de prerrogativa de foro. Este processo só está chegando ao seu termo com as dificuldades que ele têm porque ficou concentrado no STF”.
17h23 Derrota do ex-ministro da Justiça: Com o placar de 7 a 1 contra a tese do desmembramento do processo, o advogado Márcio Thomaz Bastos, que defende um dos réus, sofre sua primeira derrota no plenário do STF neste julgamento do mensalão. Ele apresentou a questão de ordem logo no início da sessão pedindo que o caso fosse desmembrado, como antecipou o iG.
17h35 Ao iniciar o seu voto, o ministro Marco Aurélio Mello sinaliza que acompanhará o voto do revisor e é favorável ao desmembramento. "Não consigo imaginar que a mais alta Corte do País possa assentar sua incompetência e, mesmo assim, julgar a ação. Aqui nós estamos diante da incompetência para tal", afirma. "Alguns dizem que sou um juiz teimoso", completa Marco Aurélio, arrancando risos dos colegas.
17h43 O ministro Marco Aurélio Mello confirma o voto favorável à tese do desmembramento do processo do mensalão. "Processo para mim não tem capa", afirma. O placar agora é de 7 a 2 contra a tese do desmembramento, que já está derrotada na Corte. “Temos que manter as discussões no campo das ideias, não permitindo que cheguem ao campo pessoal”, conclui o ministro, em recado ao relator Joaquim Barbosa, que se desentendeu com o revisor Ricardo Lewandowski.
17h49 O ministro Celso de Mello profere seu voto neste momento. Até aqui, o placar é de 7 a 2 contra a tese do desmembramento do processo do mensalão, levantada pelo advogado Márcio Thomaz Bastos logo no início da sessão, em uma questão de ordem, e apoiada pelo ministro revisor Ricardo Lewandowski e também por Marco Aurélio Mello.
18h02 "O voto vencido sempre é um momento que permite impulsionar a Corte, trazendo à Casa novas abordagens que permitem o aperfeiçoamento de nossas diretrizes", diz o ministro Celso de Mello.
18h06 Após proferir um longo voto, o ministro Celso de Mello também rejeita o pedido de desmembramento do processo. O placar, agora, é de 8 a 2 contra a tese apresentada pelo advogado Márcio Thomaz Bastos em questão de ordem. "Esse procedimento não viola as garantias da devida defesa e do devido processo. O tribunal já apreciou essa matéria pelo menos duas vezes. Não há que se cogitar de transgressão às cláusulas", afirmou. "O STF decidirá com apoio exclusivo na prova validamente e licitamente produzida nos autos desse processo criminal. O julgamento será justo, imparcial, impessoal, isento e independente."
18h46. O advogado queria que o Supremo reconsiderasse a decisão de proibir o uso de Power Point durante o julgamento , decidida ontem.
18h47 Placar final de 9 x 2 e sessão interrompida por 30 minutos: O presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, encerrou a discussão sobre a questão de ordem apresentada no início da sessão e também rejeitou o pedido de desmembramento do processo. Com isso, o placar final é de 9 a 2 contra a tese do advogado Márcio Thomaz Bastos, que representa um dos réus. Ayres Britto suspendeu a sessão por 30 minutos. Mesmo derrotado nesta votação inicial, Thomaz Bastos deve conseguir obter um atraso considerável no julgamento.
19h05 Volta do intervalo - Um dos advogado dos réus do mensalão recebeu um ‘não’ categórico do presidente do STF, Ayres Britto, assim que a sessão voltou após pouco mais de meia hora de intervaloàs
19h09 O relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, lê neste momento uma síntese de seu relatório sobre o caso. Inicialmente, ele cita os nomes de todos os réus. O texto é apenas um resumo do voto do relator e serve para que as pessoas que comparecem ao plenário tenham informações básicas sobre o que está na pauta.
19h13 Barbosa lê trechos da denúncia contra os réus do mensalão formulada pela Procuradoria Geral da República e apresentada ao STF. “Os réus teriam colocado em ação um intrincado esquema de lavagem de dinheiro", afirma o ministro relator do processo.
19h23 Segundo a denúncia da Procuradoria Geral, o mensalão teria sido elaborado ainda durante as eleições presidenciais de 2002 e teve início no ano seguinte, o primeiro do mandato inicial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda segundo a Procuradoria, a intenção era a compra de apoio político no Congresso Nacional para que partidos votassem de acordo com os interesses do governo.
19h28 O ministro Joaquim Barbosa lembra que o plenário recebeu a denúncia da Procuradoria contra os réus do processo do mensalão. O ministro destaca que foram impetrados recursos por parte de alguns acusados dos crimes, mas todos foram rejeitados pelo STF.
19h30 Joaquim Barbosa se encaminha para o final de sua explanação, citando individualmente os casos de alguns réus do processo, como o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. “O réu Delúbio Soares admite prática de caixa 2 de campanha, cuja pena é de até cinco anos de reclusão. Os réus que receberam os recursos alegaram que se tratava de ajuda financeira destinada ao pagamento de fornecedores de campanha”, afirma
Sessão do julgamento: Às 19h34, o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, declara encerrada a primeira sessão do julgamento do mensalão e convoca novo encontro para esta sexta (3), a partir das 14h. O segundo dia do julgamento começará com a explanação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que falará sobre as acusações da Procuradoria aos 38 réus. Ele terá cinco horas à sua disposição.
19h35 O ministro cita novamente a discussão sobre o desmembramento do processo e diz: “Já discutimos essa questão aqui e espero que definitivamente”. Na primeira parte da sessão desta quinta-feira, a tese do desmembramento foi rejeitada por 9 votos a 2. Apenas o revisor Ricardo Lewandowski e o ministro Marco Aurélio Mello deferiram o pedido do advogado Márcio Thomaz Bastos, que representa um dos réus.
19h37 O ministro Joaquim Barbosa lembra a decisão do STF de não incluir o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os réus do mensalão.
14h00 Mensalão, dia 2: Em instantes, começa o segundo dia do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta sexta-feira, será a vez de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, fazer a sustentação oral das acusações da Procuradoria contra os réus do processo. Na quinta, os ministros do STF decidiram rejeitar o pedido do desmembramento da ação penal, feito pelo advogado Márcio Thomaz Bastos. Além disso, o ministro Joaquim Barbosa leu uma síntese de seu relatório sobre o caso
14h10 O procurador geral da República terá cinco horas para apresentar seu parecer e vai pedir a condenação dos réus do mensalão. O ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o ex-assessor parlamentar Antonio Lamas foram excluídos do processo por falta de provas. Gurgel disse em entrevista que ’para ser feita justiça’ o tribunal terá de condenar todos os réus.
14h21 Nas cinco horas reservadas para a acusação, Gurgel pretende ressaltar a participação do que chamou de "núcleo político" do mensalão e lembrará os principais fatos que comprovariam a existência da compra de votos no Congresso Nacional, estratagema que foi classificado pelo procurador como "o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil". Assim como na denúncia, o ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, será apontado na sustentação oral do procurador como o "chefe de uma quadrilha". Saiba aqui tudo sobre o julgamento do mensalão..
14h25 O tempo de Gurgel: O procurador geral da República, Roberto Gurgel, disse a interlocutores que deve gastar apenas três das cinco horas a que tem direito para fazer a denúncia contra 36 dos 38 réus do mensalão
14h26 Bolão: Alguns dos advogados mais importantes do País fizeram, durante happy hour no bar de um hotel de Brasília, um "bolão" sobre o julgamento do mensalão. O valor de cada aposta foi R$ 50. (Ricardo Galhardo, enviado do iG a Brasília)
14h33 O presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, declara aberta a sessão desta sexta-feira. Começa o segundo dia de julgamento do processo do mensalão. Com a palavra, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para fazer sua sustentação oral das acusações aos réus.
14h35 Gurgel cita Raymundo Faoro: No início de sua sustentação oral, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, cita o jurista Raymundo Faoro (1925-2003) e fala em um modelo político que insiste em manter inalterada a construção do poder político. Gurgel aponta um “modelo a partir do qual são mutuamente concedidos favores e vantagens” e fala em “tênue ou nenhum colorido republicano” neste procedimento.
14h39 Roberto Gurgel, ainda sem citar nominalmente os réus do processo do mensalão, fala em uma "camada dirigente que atua em nome próprio" e tenta ampliar seu domínio sobre o "aparelho estatal". O procurador-geral da República dá sustentação teórica às denúncias da Procuradoria Geral contra os réus.
14h46 Depois da explanação teórica, o procurador-geral da República começa a falar especificamente sobre o processo do mensalão. Segundo ele, a afirmação de parte dos defensores dos réus de que "o mensalão não passaria de uma criação, de verdadeiro delírio do Ministério Público" não se sustenta. Para Gurgel, "a robustez da prova colhida faz, com todas as linhas devidas, risível essa afirmação".
14h48 Denúncia inconsistente - Pouco antes da exposição de Gurgel sobre o mensalão, o ex-ministro e advogado de um dos réus Márcio Thomaz Bastos afirmou que a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) é inconsistente. Para ele, a Procuradoria não conseguiu provar o real nexo entre todos os núcleos apontados na denúncia. “A PGR não conseguiu provar, nas suas alegações, que há ligação entre todos os núcleos”, disse o advogado. Já o procurador disse, no inícios de sua fala, que as provas são, sim, robustas e não foram fruto apenas de uma fantasia de Roberto Jefferson, como vem alegando advogados de réus como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino.
14h48 Gurgel continua a apresentar seus argumentos de acusação. “O conjunto probatório efetivamente não deixa dúvidas quanto à procedência da acusação”, afirma o procurador-geral da República. Para Roberto Gurgel, apesar de ter até cinco horas para destacar as denúncias aos réus, o tempo ainda é “insuficiente para abordar, com as miudezas que seriam desejáveis, todas essas condutas”.
14h49 “O conjunto probatório efetivamente não deixa dúvidas quanto a procedência da acusação”, afirma o procurador-geral da República. Para Roberto Gurgel, apesar de ter até cinco horas para destacar as denúncias aos réus, o tempo ainda é “insuficiente para abordar, com as miudezas que seriam desejáveis, todas essas condutas”. Veja a cobertura completa do julgamento do mensalão
14h52 Roberto Gurgel usa termos fortes para definir o mensalão: “É o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e desvio de dinheiro público já flagrado no Brasil”.
14h53 José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e Sílvio Pereira, segundo Gurgel, eram os principais articulares do esquema de compra de apoio político pelo PT no Congresso Nacional e pagamento de dívidas eleitorais. "Comprovou-se que os réus cometeram crimes contra o sistema financeiro nacional, administração pública, fé pública e crimes de lavagem de dinheiro", diz.
14h55 Para o procurador-geral da República, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu era o “líder do grupo”. Ele“foi a principal figura de tudo o que foi apurado. Foi o mentor da ação do grupo e seu grande protagonista”, afirmou Gurgel.
14h59 "Como quase sempre ocorre com os chefes de quadrilha, o acusado não apareceu ostensivamente nos atos da quadrilha. A prova é contundente quanto ao papel de liderança exercido pelo acusado (José Dirceu)", continua Roberto Gurgel, falando sobre o ex-chefe da Casa Civil do governo Lula e sua argumentação de que não há provas que o incriminem
15h02 “O autor intelectual nos chamados crimes organizados age entre quatro paredes. Não enviam mensagens eletrônicas, não assinam documentos. Atuam por meio dos chamados ‘laranjas’”, afirma Roberto Gurgel ainda em alusão a José Dirceu..
15h05 O procurador-geral da República é categórico quanto à participação do ex-chefe da Casa Civil no esquema do mensalão: “Afirmo que a prova é contundente quanto à atuação de José Dirceu como líder do grupo criminoso”.
15h10 O 'chefe da quadrilha': Ainda sustentando as duras acusações contra o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu de liderar o esquema do mensalão, o procurador-geral da República fala sobre a ação de outros réus do processo, como o ex-presidente nacional do PT José Genoino e o empresário Marcos Valério, e declarações de cada um deles assegurando a presença de Dirceu em reuniões e sua influência em negociações internas do PT com outros partidos.
15h13 Gurgel lembra de depoimento de Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, sobre a participação de José Dirceu em negociações políticas pelo PT. Segundo Jefferson, em encontro com Dirceu na Casa Civil, em janeiro de 2005, o petista teria afirmado que haveria um adiantamento para o pagamento de dívidas de campanha do partido. Ainda de acordo com a denúncia, Dirceu liderava as negociações com bancos e investidores, além da relação com outros partidos políticos.
15h17 O conta da participação de José Dirceu em reuniões sobre apoio político ao PT e pagamento de dívidas de campanha. Até este momento, Roberto Gurgel centrou as acusações ao ex-ministro da Casa Civil do governo Lula.
15h20 Gurgel x Dirceu: "Mais uma vez, tem-se a confirmação de que José Dirceu comandava, de fato, os atos ilícitos. Sabia de onde vinha o dinheiro que era utilizado para o pagamento dos parlamentares. Não há como pretender que estivesse alheio a todas as operações ilícitas", afirma o procurador-geral da República.
15h23 De acordo com a denúncia do procurador-geral da República, José Dirceu sabia de todos os atos ilícitos cometidos por seus subordinados, pois era o comandante do mensalão, seja para o pagamento das dívidas de campanha ou para a compra de apoio político no Congresso. “O que interessa, e está presente nos autos, é que houve acordo político associado ao acordo financeiro”, diz Gurgel.
15h57 Segundo Roberto Gurgel, sócios do empresário Marcos Valério, como Cristiano Paz, Ranom Hollerbach e Rogério Tolentino,
15h26 Gurgel detalha o acordo entre PT e PP, que consta nos autos do processo do mensalão. Segundo depoimentos de envolvidos nas conversas, as reuniões ocorriam no Palácio do Planalto, e não nas sedes dos dois partidos. “Parlamentares do PP integrariam a base aliada do governo e receberiam determinado valor, que foi pago”, afirma o procurador.
15h28 Roberto Gurgel também fala sobre os financiamentos nos Banco Rural e BMG e o uso de recursos públicos, por meio do Banco do Brasil, para o esquema do mensalão. “A operação possuía aval do presidente e do tesoureiro do PT, José Genoino e Delúbio Soares, respectivamente”, diz.
15h32 Após detalhar as denúncias contra José Dirceu, o procurador-geral da República inicia a explanação sobre a participação de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, no esquema do mensalão.
15h35 Roberto Gurgel adota o mesmo procedimento de sua sustentação oral com as denúncias contra José Dirceu. Ele usa trechos de outros depoimentos que relatam a participação de Delúbio Soares na arrecadação de recursos para o pagamento de dívidas de campanha do PT. "O objetivo principal era o financiamento ilícito do projeto de poder", diz o procurador-geral.
15h39 Delúbio, o 'elo': O procurador-geral relembra depoimentos do próprio Delúbio em que admite que teve vários encontros com o empresário Marcos Valério, embora tenha negado os crimes de que são acusados. “As relações que mantinham não eram de natureza pessoal, mas vínculos profissionais relacionados aos ilícitos dos quais eram autores. Delúbio Soares era o elo entre o núcleo político comandado por José Dirceu e o núcleo financeiro de Marcos Valério”.
15h44 Segundo Roberto Gurgel, as provas não deixam dúvidas de que foi José Dirceu quem imaginou a fórmula de compra de apoio ao governo mediante o pagamento aos partidos políticos. “Efetuados os acordos, a cargo de José Genoino e sob o firme comando de José Dirceu, cabia a Delúbio transmitir a Valério os valores a serem repassados e os nomes dos respectivos beneficiários”, diz o procurador-geral da República.
15h47 Roberto Gurgel narra o aumento da influência do empresário Marcos Valério, financiador do esquema, junto ao núcleo político do PT, em especial José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, além da intermediação que realizava entre empresas e o governo.
15h51 Policiais contratados para fazer saques:"Tão intensa era a movimentação de recursos, e recursos tão grandes, que ora se contratavam policiais para proceder os saques em dinheiro, ora se recorria à contratação de carros-fortes. Alguns dos saques feitos pela quadrilha tiveram carros-fortes, tamanha a magnitude dos valores. Fossem lícitas essas operações, por que fazê-las todas ao largo do nosso sistema financeiro e bancário?", questiona Roberto Gurgel.
16h00 Neste momento, o procurador-geral da República fala sobre o papel desempenhado por Simone Vasconcelos e Geysa Dias no esquema do mensalão. As duas eram funcionárias de empresas do publicitário Marcos Valério e realizavam saques e pagamentos a parlamentares. também sabiam das transferências de dinheiro e dos saques para o pagamento aos partidos e aos parlamentares envolvidos no mensalão. “A estrutura empresarial não passava de um instrumento para a consumação dos crimes", afirma o procurador-geral.
16h04 Agora, o procurador-geral da República aborda o núcleo financeiro, "o terceiro e último da quadrilha", segundo ele, e formado por integrantes da cúpula do Banco Rural. “O banco serviu aos propósitos ilícitos da quadrilha pelo menos desde 1998", afirma Gurgel. Em 2003, quando foi definido o acordo com o núcleo central do grupo criminoso, teria havido um “estreitamento do relacionamento”.
16h07 O papel do Banco Rural: "O Banco Rural tornou-se peça-chave do processo. Financiou o esquema mediante empréstimos no valor de R$ 32 milhões. Viabilizou a distribuição dos recursos em espécie sem comunicar aos órgãos de controle", aponta Roberto Gurgel.
16h10 'Dirceu está em todas': O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, volta a citar o nome do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, mesmo quando fala sobre as negociações envolvendo o Banco Rural. "Vale dizer, o ministro José Dirceu está rigorosamente em todas", diz Gurgel.
16h15 "Impressiona constatar que as ações dos dirigentes do Banco Rural passaram por todas as etapas do esquema ilícito. E tudo isso, esses saques gigantescos, jamais foi comunicado aos órgãos de controle", diz o procurador-geral da República.
16h19 Neste momento, Roberto Gurgel fala sobre Kátia Rabello, que faz parte da cúpula decisória do Banco Rural desde 1999, segundo o procurador. De acordo com Gurgel, Kátia "acompanhava, sim, os negócios que as empresas de Marcos Valério e seu grupo faziam com seu banco".
16h23 Agora, Roberto Gurgel fala sobre a participação de outra diretora do Banco Rural, Ayanna Tenório, no esquema. Ele lembra que Ayanna não fez parte do grupo desde o início, mas entrou mais tarde e atuou junto à quadrilha. “Todos administraram setores-chaves que viabilizaram a estrutura prática dos crimes”, diz o procurador-geral da República.
16h25 A 'quadrilha': "Fica, assim, provada a existência da quadrilha", afirma o procurador-geral da República. Neste momento, Roberto Gurgel começa a falar sobre os crimes cometidos pelos integrantes do que a Procuradoria chama de "organização criminosa", como corrupção ativa, corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.
16h28 Roberto Gurgel rebate a tese de que tudo não teria passado de mero "acordo partidário". “No entanto, (os réus) não apresentaram um único argumento aceitável para justificar por que os acordos envolviam sempre entrega de dinheiro em espécie por meio de esquema ilícito de lavagem implementado por Marcos Valério”, diz o procurador.
16h30 "As quantias constituíram vantagem indevida para viabilizar a formação da base aliada do governo", resume o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para definir o esquema do mensalão.
16h35 Duas horas de Gurgel: A sustentação oral do procurador-geral da República para as acusações contra os réus do mensalão já dura duas horas. Roberto Gurgel ainda tem mais três horas à sua disposição para concluir sua explanação, mas deve terminar a fala antes disso.
16h39 Dinheiro e votações no Congresso: O procurador-geral da República faz conexão entre a movimentação financeira nas contas de Marcos Valério e votações importantes para o governo no Congresso Nacional. Gurgel lembra que, às vésperas da votação da Reforma Tributária, no primeiro mandato do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram movimentados R$ 2 milhões em espécie.
17h18Sessão suspensa por 30 minutos: O presidente do STF, ministro Ayres Britto, suspende a sessão por meia hora. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, diz que está próximo da metade de sua sustentação oral com as denúncias contra os réus do mensalão. Até agora, ele usou cerca de 2h10min das cinco horas que tem à sua disposição.
17h20 Na primeira parte de seu pronunciamento, Roberto Gurgel se concentrou nas acusações ao ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, apontado como comandante da "quadrilha". O procurador-geral da República citou depoimentos de outros envolvidos no processo do mensalão e descreveu como funcionava o esquema de compra de apoio político no Congresso e pagamento de dívidas de campanha com recursos ilícitos, com intermediação do empresário Marcos Valério
17h27 Sessão é retomada: A sessão do STF é retomada após pouco mais de 30 minutos de interrupção. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ainda tem mais 2h49min para concluir sua sustentação oral com as denúncias aos réus do processo do mensalão. Até aqui, ele falou por 2h11min (ao todo, sua explanação oral pode chegar a cinco horas).
17h33 Neste momento, o procurador-geral da República começa a falar sobre a relação entre PT e o antigo Partido Liberal (PL). Na época, o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, um dos réus do mensalão, participava ativamente das negociações com os petistas
17h35 O dinheiro de Valdemar: Segundo o procurador-geral da República, Valdemar Costa Neto e Jacinto Lamas, seu homem de confiança, receberam mais de R$ 6 milhões "por meio de 63 operações de lavagem de dinheiro". As empresas de Marcos Valério fazia o repasse dos valores e, além disso, teria havido lavagem de dinheiro por parte do Banco Rural.
17h37 Sozinho, o próprio Valdemar Costa Neto, de acordo com Roberto Gurgel, recebeu uma quantia de R$ 1,5 milhão. O valor teria sido entregue pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
17h40Local do pagamento: Segundo o procurador-geral da República, "os pagamentos se realizavam em agências bancárias ou em hotéis".
17h42 O dinheiro de Jefferson: Agora abordando os pagamentos feitos a outro partido da base aliada do governo Lula, o PTB, o procurador-geral da República afirma que o presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson, recebeu R$ 4,545 milhões
17h47 Gurgel diz que Roberto Jefferson, ao assumir a presidência do PTB, "procurou dar continuidade ao sistema de financiamento do antecessor (José Carlos Martinez)". Em dezembro de 2003, diz o procurador, "foi reiniciada a entrega do dinheiro". O então ministro dos Transportes, Anderson Adauto, teria sido o intermediário para esse contato entre o governo e o PTB.
17h48 O pagamento do PT ao PTB: Roberto Gurgel afirma que "o acordo impunha o pagamento de R$ 20 milhões para que o PTB aderisse à base de apoio do governo". De acordo com o procurador-geral da República, seriam cinco parcelas de R$ 4 milhões. Ainda segundo Gurgel, Jefferson teria recebido apenas R$ 4 milhões dos R$ 20 milhões combinados ao partido.
17h50 Thomaz Bastos: O ex-ministro da Justiça e advogado de ex-dirigente do Banco Rural afirmou que ainda não preparou a defesa de seu cliente. Segundo ele, esse será um trabalho para os próximos quatro dias. "A sustentação dele (procurador-geral Roberto Gurgel) molda a nossa. Ele vai encarnar a acusação e isso segura a nossa, limita a nossa (defesa)".
17h55 Tudo azul: Após um primeiro dia tenso, o segundo dia de julgamento do mensalão transcorreu com uma tranquilidade acima do normal. Sem discussões, problemas ou interrupções. Houve até momento de bom humor, puxado pelo ministro Marco Aurélio de Mello.
17h58 Neste momento, o procurador-geral da República passa a falar sobre o pagamento do mensalão ao PMDB, especificamente ao deputado José Borba, que na época era o líder do partido na Câmara.
18h02 A participação do então ministro dos Transportes, Anderson Adauto, também é relatada pelo procurador-geral da República. De acordo com Roberto Gurgel, Adauto teria recebido R$ 950 mil.
18h15 João Paulo Cunha e o mensalão: Gurgel também lembra da participação do deputado petista João Paulo Cunha no esquema como um dos beneficiários do mensalão. A esposa do parlamentar recebeu R$ 50 mil em seu nome, afirmou Gurgel, ressalvando que João Paulo Cunha negou qualquer envolvimento com o esquema de Marcos Valério. “Essa versão não encontra qualquer respaldo nos autos. Causa perplexidade João Paulo Cunha não ter solicitado a Delúbio Soares fazer o depósito por meio de uma transferência bancária normal. Se o dinheiro era lícito e pertencia ao PT, nada mais lógico que fosse transferido normalmente. Tudo era sempre feito desse modo escuso”,afirma Gurgel.
18h19 O 'modus operandi' do mensalão: De acordo com o procurador-geral da República, "Delúbio (Soares, ex-tesoureiro do PT) indicava os beneficiários, e saía um e-mail ou fax indicando ao Banco (Rural) os nomes de cada um".
18h28Neste momento, Roberto Gurgel continua falando sobre a atuação do ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), no esquema do mensalão. Além dos R$ 50 mil recebidos pela esposa de João Paulo, Gurgel aponta uma série de irregularidades em serviços contratados pela Câmara, inclusive com participação da empresa SMPB, do empresário Marcos Valério. Com a saída do petista da presidência da Câmara, diz o procurador, o valor dos contratos da Câmara com a SMPB diminuiu consideravelmente.
18h30 O procurador-geral da República segue relatando as denúncias da Procuradoria contra os réus do mensalão. Neste momento, ele destaca o recebimento de R$ 20 mil pelo deputado Professor Luizinho (PT-SP).
18h46 O próprio deputado Professor Luizinho confirmou que manteve contatos frequentes com Marcos Valério, pessoais e por telefone, continua o procurador-geral. “Não se pode entender esses contatos constantes senão com este objetivo (pagamento ao parlamentar)”, diz Gurgel. A entrega foi feita a mando de Delúbio Soares.
18h48 "A desculpa apresentada por Henrique Pizzolato de tão esdrúxula e esfarrapada que nem merecia ser comentada", afirmou Gurgel em referência ao ex-diretor de marketing do Banco do Brasil. Segundo Gurgel, o dinheiro repassado a DNA Propaganda, empresa de Marcos Valério, é sim, público, contrariando a defesa do réu
18h5 2 O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, continua a usar seu tempo para a leitura da acusação contra os 38 réus do julgamento do mensalão.
19h02 Segundo Gurgel, a DNA Propaganda era obrigada a repassar ao Banco do Brasil tudo o que viesse a receber de vantagens, em razão de se tratar de dinheiro público. "A DNA recebeu bonificações no valor aproximado de R$ 2,9 milhões", apontou Gurgel18h56O procurador-geral relembrou a decisão recente em que o TCU julgou regulares as contas da DNA Propaganda, agência publicitária de Marcos Valério, réu do mensalão. "Entretanto, esse acórdão está com seus efeitos suspensos", afirmou Gurgel. "Na verdade, o Tribunal de Contas na decisão cujos efeitos estão suspensos não percebeu que o artigo 18 nao tratava de bônus de volume", criticou.
19h08 Sobre os empréstimos realizados pelo Banco Rural, Gurgel afirmou que o dinheiro repassado a integrantes do PT e a empresa SMP&B, também de Marcos Valério, eram na verdade doações, pelas quais se esperava algum benefício em troca. "Nem o Banco Rural pretendia receber, nem os tomadores dos empréstimos pretendiam pagar", disse. O procurador aponta "negligência dos acusados" na feitura dos empréstimos, nos quais não constam cadastros nem das pessoas físicas, nem jurídicas dos envolvidos pelo banco.
19h14 Gurgel afirma que houve fraudes nos empréstimos realizados pelo Banco Rural. Como um dos motivos, ele aponta o fato de Delúbio Soares possuir patrimônios "insignificantes" se comparado com a dívida assumida. "Delúbio possuía uma conta bancária no valor de R$ 173 mil e um veículo Corolla", diz o procurador-geral. Segundo ele, nem mesmo o PT tinha condições de pagar a dívida, pois, no ano de 2004, o déficit contraído pelo partido somava R$ 20 milhões.
19h15 Gurgel afirma que as normas do Banco Rural estavam "absolutamente dissociadas das normas do Banco Central". Para provar seu ponto, ele lê uma ata de reunião do Comitê de Controles Internos da instituição. "'A movimentação de clientes com mais de dois anos de relação com o banco não caracteriza lavagem de dinheiro'. Ou seja, faça o que faça o cliente, a despeito do que a lei prevê", diz o procurador. "Isso mostra a postura adotada pelo Banco Rural em relação aos clientes que usavam a instituição para a lavagem de dinheiro.
19h20 Ainda sobre o Banco Rural, Gurgel disse que a intenção da instituição era fazer atos ilícitos, passando ileso aos órgãos de controle. "O esquema delituoso atendeu plenamente a esses objetivos. Era simples, mas eficiente", afirmou o procurador.
19h30Gurgel afirma que Kátia Rabello, Vinicius Samarane e José Roberto Salgado, por ocuparem cargos de alto escalão no Banco Rural, "tinham íntima relação" com as transações caracterizadas pela procuradoria como lavagem de dinheiro.
19h38O procurador-geral também criticou o que chamou de ocultamento de dados realizada pelos dirigentes do Banco Rural. "Os documentos que o Banco Rural tinha jamais foram entregues a este Supremo Tribunal Federal no decorrer da investigação. Todos foram obtidos mediante a mandato de busca e apreensão. Todos eles."
19h40 "Muito embora a denúncia em razão dos fatos descritos tenha atribuído a Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Katia Rabelo, José Salgado, Vinícius Samarane, Geiza Dias e Simone Vasconcelos o crime de evasão de divisas a análise das provas conclui que as condutas amoldam-se mais ao crime de lavagem de dinheiro", afirmou Gurgel.
19h42 Ao ler a acusação, Roberto Gurgel cita Padre Antônio Vieira: "Perde-se o Brasil, senhor, porque alguns ministros de sua majestade não vem cá buscar nosso bem, vem cá buscar nossos bens."
19h45 Roberto Gurgel pede a absolvição dos réus Luiz Gushiken e Antonio Lamas "dada a insuficiência de provas" contra os acusados. Ele pede também a "expedição de mandados de prisão cabíveis imediatamente após a conclusão do julgamento."
19h46 O procurador-geral da República afirmou também jamais ter enfrentado "nada comparado a onda de ataques grosseiros e mentirosos" que surgiram a partir do momento em que redigiu as alegações finais da denúncia do julgamento do mensalão. "Foi o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e desvio de dinheiro público no Brasil", afirmou
O advogado de Marcos Valério requereu um aumento de tempo para realizar a defesa do réu para "respeitar a garantia constitucional da paridade de armas". O advogado pediu duas horas, em vez de uma, uma vez que Gurgel dispôs de cinco horas. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto indeferiu o pedido19h49Roberto Gurgel concluiu sua exposição citando um trecho da música Vai Passar, de Chico Buarque. "Dormia a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações."
(Fonte IG)

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