quinta-feira, 23 de agosto de 2012


HOTELARIA: UMA PAIXÃO
O que inspira a todas as pessoas que entram neste ramo de negócio? Paixão. Impossível conversar com profissionais do ramo hoteleiro e não ouvir dos mesmos o quanto trabalhar com hotelaria "vicia". Diante de tantos apaixonados e de milhares de hotéis que se multiplicam em todo o mundo, nos fizemos a pergunta: de onde vem a hotelaria e como ela começou?
O termo "hostellum" começou a ser utilizado para designar palacetes onde reis e nobres se hospedavam na época do Império Romano. No Brasil, a hotelaria nasceu da mesma forma que na Europa, por iniciativa dos portugueses. Ainda que em solo brasileiro, pessoas passaram a receber viajantes em suas próprias casas. Por sua vez, colégios e mosteiros como o Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, recebiam viajantes ilustres no período colonial. São Paulo é parte do marco histórico do desenvolvimento hoteleiro no Brasil, pois as primeiras hospedagens ocorreram na cidade por volta do século XVII. Detalhe interessante: hospedarias mais requintadas da capital paulista só recebiam pessoas importantes e com carta de apresentação.
No Rio, o primeiro hotel de classe internacional foi inaugurado em 1816 pelo francês Louis Pharoux  sob fortes influências europeias, é claro. E nem é preciso dizer que o grande marco da hotelaria carioca veio com a inauguração de dois hotéis famosos e com prestígio que perdura até hoje: Hotel Glória, em 1922, e, no ano seguinte, o Copacabana Palace, construído pela família Guinle e desenhado pelo arquiteto Joseph Gire. Falando em família, durante muitos anos as administrações hoteleiras eram majoritariamente familiares.
Em nossa cidade o mais antigo hotel continua sendo da família Parenti que teve em Alberto Parenti seu fundador em 1936. Mas, antes dele o hotel pertencia a seu sogro Agostinho Guerra (1926), sob a denominação de "Hotel Popular", e de lá para cá, o tradicional Hotel Parenti vem passando de pai para filho, já estando na teceira geração.
Conversando com o atual dirigente, Hely Luiz Parenti, para saber da sua história, contou-me que tudo começou com seu avô materno Agostinho Guerra. Ele adquiriu um casarão de madeira que servia de hospital e transformou-o em hotel. Seu pai Alberto, ex-sócio da firma Madalozzo, com o resultado da venda de suas cotas societárias comprou o estabelecimento, e com sua esposa Irene e os filhos passou a explorar o ramo da hotelaria. Este ano completa 76 anos.
Ele também recorda que houve época em que além de oferecer quartos de dormir e refeições aos seus hóspedes, proporcionava cocheiras para os cavalos e um galpão onde eram depositados a forragem para os animais e os arreios dos viajantes que ali pernoitavam. Hoje octogenário, Hely, lembra figuras notáveis da política estadual e federal, além de artistas famosos que se hospedaram no Hotel Parenti: Teixeirinha, Gregório Barrios, Roberto Carlos, Jerry Adriani, Roni Von, Martinho da Vila, João Dias; da política,, Alberto Pasqualini, Ernesto Dornelles, governador do R.G.do Sul, José Loureiro da Silva, prefeito de Porto Alegre, governador Ildo Meneghuetti, senador Pedro Simon, deputado Celso Testa, governador Sinval Guazzelli, Dante Dal Molin, e até o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, quando visitou Erechim como líder sindical e depois como candidato à presidência. A história da hotelaria erechinense também está ligada ás famílias de Bartolomeu Stumph (1º. hoteleiro, 1910), João Tozzo, Sgarabotto, De Marchi, Michelon, Saggin, Grazziotin, Sicoli, Assmann e Florêncio Antunes de Oliveira.
Outro tradicional estabelecimento hoteleiro da cidade é o Erechim Hotel fundado por Antoninho Zuchi em sociedade com Pedro Alexandre Záffari, hoje de propriedade de Valdir Cunha. Nele em 1970 se hospedou a delegação do Santos para a inauguração do Estádio do Ypiranga F.C.. Tive o privilégio de entrevistar Pelé na sala de recepção do hotel. Na ocasião testemunharam a entrevista o Dr. Danton Hartmann e Isaque Rosa Osório, ambos da Comissão de Construção do Estádio Colosso da Lagoa.

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