CURIOSIDADES DA HISTÓRIA (I)
A história de Erechim é
entremeada de curiosidades que na época em que tudo aconteceu valia apenas como
registro. Mas, hoje, passados 94 anos de sua emancipação, recordar os fatos que
mais destaques ganharam é como se vivêssemos naquele tempo.
Por exemplo, a vila e
sede do município, conhecida ao tempo da sua criação, pelo nome de "Paiol
Grande" originou-se da existência de um paiol de grandes dimensões que
existiu nas proximidades do Desvio Giaretta, a poucos quilômetros de distância
da cidade.
Encontrei em um pequeno
livreto sobre dados históricos e geográficos de Erechim, já sem capa e sem data
de publicação, com suas páginas amareladas e em fase de decomposição, uma
previsão interessante, referindo-se a organização urbana. Está escrito: "É
o primeiro exemplo no Estado de organização urbana projetada sobre o estudo
prévio do relevo de terreno. O local dificilmente se adaptará ao
estabelecimento de uma grande cidade, em virtude da deficiência de água
corrente". A vila contava em 1918 com 110 prédios e 1.700 habitantes. Os
prédios eram todos de madeira, sendo que o primeiro prédio de alvenaria foi
construído em 1921 por Guilherme Seger.
Os principais
"edifícios" (assim denominados) eram o Escritório da Comissão de
Terras, Intendência Municipal, Estação da Viação Férrea, Igreja Matriz, Igreja
Episcopal Brasileira, Bando Pelotense, banco Nacional do Comércio, Bando da
Província do Rio Grande do Sul, Colégio São José e Cinema Gaúcho, inaugurado em
11 de dezembro de 1916.
A primeira Bandeira
Nacional em Paiol Grande, foi confeccionada e hasteada por Albano Albino
Stumpf, em cuja residência foi celebrada a primeira missa.
O livro que possui
apenas 80 páginas insere a nomeação do Delegado de Polícia do Município Dr.
Moreno Loureiro Lima, em 1923 assim redigido: "Compromisso. Aos vinte e
cinco dias do mês de julho de mil novecentos e vinte e três, na sede da
Administração provisória deste Município de Boa Vista de Erechim, compareceu o
Dr. Moreno Loureiro Lima e disse que tendo sido nomeado pelo General Felippe
Nery Portinho, Chefe das Forças Revolucionárias e Libertadoras que operam nesta
Região, vinha prestar o compromisso de deempenhar o cargo de acordo com os
princípios so Exército Libertador, de sã consciência e sob as penas legais.
Presente o capitão Dr. Themistocles Ochoa, Administrador Provisório, foi dito
que em nome do General Felippe Nery Portinho, comandante das forças, deferia o
compromisso acima e para constar mandou lavrar o presente termo que vai
assinado. Eu, Walter Gastão Buttel, secretário o escrevi.
(aa) Temistocles Ochoa
Moreno Loureiro Lima."
E assim eram lavradas
todas as nomeações naquela época.
Figuram no livro como
destaque as seguintes casas comerciais de: Abraham Litwin, Achylles Caleffi
& Cia., Achylles Grando; Caleffi, Grando & Cia., Luis Fossati
&Filhos, Otto Eduardo Müller, Saulle Pagnoincelli & Filhos; as
refinarias de banha de Dall'Molin, Sciulo & Cia., Saulle Pagnoncell &
Filhos; oficinas mecânicas de Thulke & Cia., Cesar Galli, José Bernardi e
Fernando Ketner; as oficinas de móveis de Carlos Miorando & Cia., Francisco
Pagliosa, Reichmann & Irmãos.; fábrica de produtos suínos de A. Emilio
Grando & Cia., fábrica de café de Querino Consonatti; fábrica de chapéus de
palha de J.A. Molin & Cia., casas exportadoras e importadoras Baptista
Grando, Maciel, Seger & Cia. e Albino Cunha & Cia.
Entre os maiores
proprietários de terras figuram: Saulle Pagnoncelli 2.397 hectares; Francisco
Menegatti, 1254 hectares e Domingos Donida, 1053 hectares. A Jewisch Colonisation
Association era dona de 92.597 hectares, portanto a maior proprietária de
terras em nosso município. No próximo artigo pretendo voltar com novas
curiosidades sobre a nossa história.
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