domingo, 19 de agosto de 2012

CURIOSIDADES DA HISTÓRIA (I)
A história de Erechim é entremeada de curiosidades que na época em que tudo aconteceu valia apenas como registro. Mas, hoje, passados 94 anos de sua emancipação, recordar os fatos que mais destaques ganharam é como se vivêssemos naquele tempo.
Por exemplo, a vila e sede do município, conhecida ao tempo da sua criação, pelo nome de "Paiol Grande" originou-se da existência de um paiol de grandes dimensões que existiu nas proximidades do Desvio Giaretta, a poucos quilômetros de distância da cidade.
Encontrei em um pequeno livreto sobre dados históricos e geográficos de Erechim, já sem capa e sem data de publicação, com suas páginas amareladas e em fase de decomposição, uma previsão interessante, referindo-se a organização urbana. Está escrito: "É o primeiro exemplo no Estado de organização urbana projetada sobre o estudo prévio do relevo de terreno. O local dificilmente se adaptará ao estabelecimento de uma grande cidade, em virtude da deficiência de água corrente". A vila contava em 1918 com 110 prédios e 1.700 habitantes. Os prédios eram todos de madeira, sendo que o primeiro prédio de alvenaria foi construído em 1921 por Guilherme Seger.
Os principais "edifícios" (assim denominados) eram o Escritório da Comissão de Terras, Intendência Municipal, Estação da Viação Férrea, Igreja Matriz, Igreja Episcopal Brasileira, Bando Pelotense, banco Nacional do Comércio, Bando da Província do Rio Grande do Sul, Colégio São José e Cinema Gaúcho, inaugurado em 11 de dezembro de 1916.
A primeira Bandeira Nacional em Paiol Grande, foi confeccionada e hasteada por Albano Albino Stumpf, em cuja residência foi celebrada a primeira missa.
O livro que possui apenas 80 páginas insere a nomeação do Delegado de Polícia do Município Dr. Moreno Loureiro Lima, em 1923 assim redigido: "Compromisso. Aos vinte e cinco dias do mês de julho de mil novecentos e vinte e três, na sede da Administração provisória deste Município de Boa Vista de Erechim, compareceu o Dr. Moreno Loureiro Lima e disse que tendo sido nomeado pelo General Felippe Nery Portinho, Chefe das Forças Revolucionárias e Libertadoras que operam nesta Região, vinha prestar o compromisso de deempenhar o cargo de acordo com os princípios so Exército Libertador, de sã consciência e sob as penas legais. Presente o capitão Dr. Themistocles Ochoa, Administrador Provisório, foi dito que em nome do General Felippe Nery Portinho, comandante das forças, deferia o compromisso acima e para constar mandou lavrar o presente termo que vai assinado. Eu, Walter Gastão Buttel, secretário o escrevi.
(aa) Temistocles Ochoa
Moreno Loureiro Lima."
E assim eram lavradas todas as nomeações naquela época.
Figuram no livro como destaque as seguintes casas comerciais de: Abraham Litwin, Achylles Caleffi & Cia., Achylles Grando; Caleffi, Grando & Cia., Luis Fossati &Filhos, Otto Eduardo Müller, Saulle Pagnoincelli & Filhos; as refinarias de banha de Dall'Molin, Sciulo & Cia., Saulle Pagnoncell & Filhos; oficinas mecânicas de Thulke & Cia., Cesar Galli, José Bernardi e Fernando Ketner; as oficinas de móveis de Carlos Miorando & Cia., Francisco Pagliosa, Reichmann & Irmãos.; fábrica de produtos suínos de A. Emilio Grando & Cia., fábrica de café de Querino Consonatti; fábrica de chapéus de palha de J.A. Molin & Cia., casas exportadoras e importadoras Baptista Grando, Maciel, Seger & Cia. e Albino Cunha & Cia.
Entre os maiores proprietários de terras figuram: Saulle Pagnoncelli 2.397 hectares; Francisco Menegatti, 1254 hectares e Domingos Donida, 1053 hectares. A Jewisch Colonisation Association era dona de 92.597 hectares, portanto a maior proprietária de terras em nosso município. No próximo artigo pretendo voltar com novas curiosidades sobre a nossa história.








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