quarta-feira, 22 de agosto de 2012


Curiosidades da história (II) 

Como prometi, cá estou novamente com alguns fragmentos da história da criação de Erechim. O município foi palco de movimentos revolucionários entre forças legais e os sediciosos, logo após sua emancipação em 1918 - segundo consta no Relatório apresentado ao Intendente Coronel Pedro Pinto de Souza, empossado em 7 de setembro de 1924, pelo Intendente provisório Renato Pereira Gomes.
Narra o relatório que em 24 de abril de 1923, na Fazenda dos Quatro Irmãos, a Brigada do Norte, sob o comando do general Firmino de Paula, bateu os revolucionários ao mando de Felippe Portinho que depois de completamente desbaratados fugiram em direção aos campos de Erechim.
A 23 de junho do mesmo ano, deu-se novo encontro das forças revolucionárias em "terrível emboscada, no lugar denominado "Desvio Giareta". Os revolucionários entrincheirados, dinamitaram a via férrea, oferecendo forte resistência que cedeu mais tarde ao peso impetuosos das forças legais que os desalojaram das suas posições, numa heroica investida, tomando de assalto todas as trincheiras inimigas". Houve de parte a parte muitos mortos e feridos. Sobre essa refrega o pesquisador e advogado Altair José Menegati e o jornalista Geder Carraro (falecido) resgatam toda a história do "Combate no Desvio Giareta", contribuição que se fazia necessária.
Entre todos os combates realizados neste município o que mais se salienta pela ação militar das forças legais, foi incontestavelmente, o combate dos Quatro Irmãos, travado a 13 de setembro de 1923. O 1º. Corpo da Brigada Militar do Norte comandando pelo Te.Cel. Victor Domoncel, foi forçado a oferecer combate aos revolucionários, numa apavorante inferioridade - segundo narra o relatório da Intendência.
Eram apenas 275 homens contra uma força inimiga de cerca de 1.000 homens. Entre os mortos foi vitima o capitão Aparicio M. de Souza, comandante do 3º. Esquadrão. Os revolucionário tiveram importantes perdas, entre elas a morte do Cel. Januário Corrêa, Júlio Müller e vários outros oficiais.
O mesmo relatório da Intendência afirma que no dia "15 os revolucionários tentaram cercar o 6º. Corpo que se achava nos campos de Erechim, havendo então forte tiroteio, tendo aquela corporação resistido heroicamente a despeito da grande inferioridade numérica, obrigando os sediciosos a fugirem debaixo de tenaz perseguição das forças do Cel. Firmino Paim Filho, que a 18 do mesmo mês tomou conta do município". Os rebeldes fugiram em direção a Lagoa Vermelha, varrendo desta sorte os sertões completamente dos revolucionários que mantinham o domínio do município há oito meses.
A pacificação do Rio Grande do Sul, foi firmada a 14 de dezembro de 1923 num acordo inspirado em sentimentos de humanidade, retornando o município a sua vida normal de trabalho e desenvolvimento.
Esta narrativa do relatório é formidável: "Iluminação Pública. Completamente danificada pelos revolucionários que subtraíram e depredaram os faróis a citilene, a Vila ressente-se dessa iluminação que, incontestavelmente, é indispensável". O Eng. Sylvio Barbosa chegou a sugerir que uma usina hidráulica com capacidade de 800 HP, dado o aproveitamento da cascata do Rio Erechim, distante 30 Km de da cidade,fosse construída.
Durante e ano e 1924 o Cartório de Registro Civil no primeiro semestre realizou 134 casamentos; 754 nascimentos e 155 óbitos. O relatório traz a assinatura do secretário Oscar Cesar.

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