O corte de uma árvore da espécie
Ligustre, no Bairro Menino Deus, em Porto Alegre, está causando a maior discussão
na mídia, um verdadeiro absurdo por algo insignificante: uma árvore
exótica que, segundo os entendidos, o pólen de suas flores causa alergia a
pessoas sensíveis. Com tanto assunto para comentar e noticiar, os jornais,
principalmente, dão grande centimetragem para o noticiário do corte da árvore.
Há dois dias que só se fala na tal árvore. Tem coisas muito piores do que
cortar uma árvore e não há o mínimo interesse em comentar ou noticiar. Por
exemplo, a falta de uma ação mais efetiva dos órgãos de segurança contra as depredações
ao patrimônio público e de pessoas por grupos principalmente no centro do País.
O que fez um grupo de torcedores do lado
de fora do estádio em Brasília domingo último, no jogo Flamengo e São Paulo foi
algo inacreditável. Um torcedor foi quase morto a ponta-pé e socos sob o olhar cândido
de policiais que só passaram a agir depois que o miserável quase foi linchado.
Isto é, ao em vez de prevenir o ato de selvageria deixou que ele se consumasse,
passando depois reprimir a agressão.
Comentando com um amigo a cena mostrada
na televisão, o argumento apresentado é que a Polícia procede assim por receio dos
Direitos Humanos. Mas que Direitos Humanos são esses que só protege o agressor,
o bandido?
Direitos humanos são direitos e
liberdades básicos que devem gozar todos os seres humanos. Normalmente o
conceito de direitos humanos pressupõe também a liberdade de pensamento e de
expressão e a igualdade perante a lei. A Declaração Universal dos Direitos do
Homem da Organização das Nações Unidas afirma: "Todos os seres humanos
nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”. Ora, se assim é, então ele
acaba onde começa o meu direito, por exemplo, de não ter minha propriedade
invadida, não ter minha loja depredada, ou sofrer agressão como aquele
torcedor, considerando que ele era um contra uns vinte. Proteger esse tipo de
gente, pra mim não é ter direito humano coisa nenhuma.
Outro tipo de movimento que envolve os
Direitos Humanos e não os humanos direitos é o bloqueio de estradas e ruas hoje
um hábito revoltante. Qualquer movimento reivindicatório virou moda interromper
rodovia, ruas urbanas...
Em Porto alegre, esta semana, uma
manifestação de funcionários da EPTC – Empresa Porto-Alegrense de Transportes
Coletivos do setor executivo, para reivindicar equiparação salarial com
motoristas e cobradores, bloqueou a Av. Ipiranga de intenso movimento causando
grande transtorno. Um cidadão que tinha cirurgia marcada no Hospital de
Clínicas teve que adiá-la porque ficou preso ao trânsito. Onde está a ação dos
Direitos Humanos nessa hora?
Cada vez mais estão tirando o direito do
cidadão mais equilibrado e pacato o seu direito de ir e vir. Isto é Justo?
Aliás, esse direito é uma falácia da nossa Constituição que só é válido para um
lado, daqueles que promovem baderna, prejudicam o cidadão que, normalmente,
nada tem a ver com uma categoria insatisfeita por causa de seus interesses particulares.
Por tudo isto, digam o que disserem, sou
contra qualquer manifestação que implique em tirar o direito de ir e vir.
Já é hora dos nossos políticos criarem
leis onde definitivamente fique proibido qualquer movimento que implique em não
deixar que o cidadão transitar livremente por onde quiser
Afinal não vivemos numa democracia?
Assim como a Constituição garante que se
faça greve, que haja reunião em praça pública, que permite o xingamento da mãe
do juiz de futebol, pois que não tolha a vontade de qualquer pessoa andar por
onde queira. Tenho dito.
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