domingo, 4 de agosto de 2013

NOVO SISTEMA DE MOBILIDADE URBANA UM MAU NEGÓCIO


Sinceramente eu não desejava comentar a respeito do sistema viário urbano de Erechim. Uma porque é um problema de engenharia de tráfego que exige estudos, anteprojetos até chegar ao projeto final para execução, e, outra, porque é realmente um assunto mais para técnicos do que para leigos. Pois bem, mas atendendo a inúmeros e-mails para que me manifeste em torno desse assunto tão polêmico, como leigo não vou fugir de opinar, mesmo que não agrade a maioria, ou melhor, não agrade aqueles que defendem, por exemplo, a execução do projeto encomendado pelo Poder Executivo, cuja maioria da população não conhece.
Vamos lá. Acho que as mudanças propostas não são as ideais e se a administração continuar obstinadamente defendendo as alterações como está no projeto vai, logo ali adiante, quebrar a cara.
Para que o Município possa realizar o projeto e como não dispõe dos recursos foi buscá-los junto a Caixa Econômica Federal, através de empréstimo no valor de R$ 14,8 milhões, para ser pago em 24 anos, ou seja, 288 meses, a juros e taxas de 9% cujo cálculo ao final soma R$ 32,1 milhões.
Portanto, o total de endividamento do Município com a Caixa no prazo dos 24 anos elevar-se-á somando capital financiado mais juros e taxas para R$ 47 milhões, uma verdadeira bola de neve. Agora, veja como vai ficar no frigir dos ovos: nessa transação existe um período de carência de 48 meses. Nesse decurso de tempo somente de juros e taxas o valor será de R$ 111,6 mil que somados a R$ 62 mil, o total, de R$ 173,6 mil será o quanto o Município terá de pagar mensalmente após a carência de quatro anos. Em resumo, para cada Real financiado, o Município pagará R$ 3,20 (três reais e vinte centavos). É um péssimo negócio. Além disso, as mudanças não vão resolver coisa nenhuma. Imagina você descendo a Av. Mauricio Cardoso, ao chegar na esquina da Catedral, não poder continuar contornando a Praça da Bandeira para atingir a Av. Sete de Setembro, ou Av. Pedro Pinto de Souza. Terá, pelo projeto, dobrar á direita, tomar a Av. Uruguai, entrar na Aratiba, dobrar a esquerda para ingressar na Salgado Filho para atingir a Pedro Pinto de Souza. Não vai funcionar. Considerando ainda mais, que a Comte. Kraemer, Uruguai, Valentim Zambonato, Pedro Álvares Cabral para ficar somente nessas quatro, passarão a ter mão única. Isso sem falar na instalação de mais de uma dezena de semáforos.
Não vai dar certo!
Além disso o custo final estimado em R$ 47.038.572,20 (quarenta e sete milhões, trinta e oito mil, quinhentos e setenta e dois reais e sessenta centavos) é, me desculpe o termo, um despropério.
Outro detalhe. As prestações mensais que terão de ser pagas de R$ 173.665,60 estão vinculadas as Receitas e Quotas do Fundo de Participação dos Municípios. Isto quer dizer que já na distribuição a Caixa Federal fica com a sua parcela, não tem como o Município deixar de pagar.
Portanto, antes de ser colocado em execução o novo projeto de mobilização urbano, era de se repensar para não se arrepender logo adiante. Como o empréstimo será feito por 24 anos, faça você mesmo a conta quantas administrações passarão até a sua liquidação total.
LIQUIDAÇÃO DO BANCO RURAL
O Banco Rural, epicentro do chamado "núcleo financeiro" do mensalão, teve sua liquidação decretada pelo Banco Central, na sexta-feira última. Em 2005, o banco foi acusado de abrir e manter contas de pessoas e empresas ligadas ao maior escândalo de corrupção da história do País. O BC ressaltou também a existência de "graves violações" às normas legais e de estatuto do setor e os "sucessivos prejuízos" como motivos para a ação. Ao apresentar recorrentemente balanços no vermelho, a instituição sujeitava os credores a um "risco anormal". Segundo o BC, pesou também na tomada de decisão, a falta de um plano viável para a recuperação da situação do banco.
Com a ação, os bens dos controladores e ex-administradores do Rural, um total de 18 pessoas, ficam indisponíveis. A liquidação atinge ainda as demais empresas que fazem parte do conglomerado financeiro: o Banco Rural de Investimentos S/A; o Banco Rural Mais; o Banco Simples; e a Rural DTVM.
Ao contrário do que acontece usualmente com instituições em dificuldade, o BC optou desta vez por decretar a liquidação diretamente, sem passar antes pelo trâmite burocrático de intervenção na instituição financeira. Agora só falta o STF mandar para a cadeia os já julgados e condenados pelo envolvimento no esquema "mensalão".

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