Fui assistir sábado pela manhã na Igreja
Central Adventista do 7º Dia, em Porto Alegre, uma palestra ministrada pelo pastor Denny Peterson e sua esposa, durante o culto
matinal.
Confesso que foi uma aula nunca antes
recebida. Verdadeiramente nossos filhos são órfãos de pais vivos. Se de um lado
o homem alcançou todo o progresso que se constata no dia-a-dia, no trabalho,
nos negócios, em todas as atividades humanas, há que se admitir infelizmente que
esse desenvolvimento desenfreado está nos afastando cada vez mais do ambiente
familiar, do amor aos nossos filhos, das esposas e das pessoas a quem devemos
fazer felizes.
Exemplos foram demonstrados pelo casal
adventista que na maior das vezes não nos damos conta que agimos erradamente, e
consequentemente imprimimos uma má educação aos nossos filhos.
As nossas inconsequências, as nossas irreverências,
rejeição muitas vezes, menosprezo, falta de atenção etc., são características
de pais que não conhecem o amor e o respeito que devem ter com o filho, seja
criança ou adolescente. Ninguém é igual a ninguém. Deus nos fez únicos.
Entretanto, Ele não ensinou que devemos tratar nossos filhos com indiferenças,
desamor, superioridade ditatorial.
Na verdade, devemos compreender que a
importância do impacto das palavras e atitudes dirigidas aos nossos filhos,
constroem ou destroem, anima ou desanimam, alegram ou deprimem, dão noção de
valor pessoal ou de autodesprezo.
Por isso sempre é recomendável ser
honesto com a criança. Não mentir. Não prometer o que não faremos, só para
"acalmar". Exercer autocontrole evitando atos agressivos, decisões
impulsivas, disciplinas exageradas é o aconselhável.
Outro hábito incorreto é aquele em que
quando focalizamos um erro, logo vamos dizendo:
- Você não aprende! Quantas vezes já lhe
ensinei!
Em vez disto diga: Você pode aprender!
Você é legal, mas isso que você fez não é legal!
O hábito de criticar sempre o erro ou a
limitação faz com que a criança ou adolescente creia que não tem jeito e acaba
perdendo a esperança de melhorar.
Valorize os esforços feitos pelo seu
filho, mesmo que pequenos, e se fez uma parte do que lhe cabia ou do que lhe
foi pedido. Focalize o que fez de bom. Ao falar ao que deixou de lado, não deprecie,
reforce o pedido, explicando como fazer, foram conselhos transmitidos.
Foi um sábado que mexeu com as
consciências de muitos pais que lotaram a Igreja. Há muito tempo não ouvia
tantas verdades e tão importantes lições.
A palestra do casal adventista foi
baseada na obra, recentemente traduzida e lançada no Brasil do argentino Sergio
Sinay, terapeuta, palestrante e pesquisador dos vínculos humanos.
Assim como o escritor, o pastor Denny sustentou
a predominância atual de uma "sociedade de filhos órfãos" de pais
vivos. Para ele, não basta colocar um filho no mundo para ser pai ou mãe. Na
sociedade atual, em que pais e mães vivem excessivamente atribulados, crianças
e adolescentes carecem de orientação, referências, limites e valores que deem
sentido às suas vidas. Fez um chamado aos pais para que seja assumida a
responsabilidade da educação dos filhos, tarefa que não cabe exclusivamente às
escolas, muito menos às mídias, apresentando uma reflexão extremamente lúcida
das consequências dessa omissão Esclareceu ainda que o acesso à TV e à internet
sem qualquer supervisão de pais que não filtram nem esclarecem mensagens de
manipulação publicitária, puramente mercadocráticas, são alguns dos fatores
responsáveis pelo desencadeamento dos males que cabe a pais e mães presentes e
atentos estancar.
Tem muitos pais e mãe que precisam mudar
de hábitos se não quiserem, mesmo estando vivos, ter filhos órfãos.
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