sexta-feira, 5 de julho de 2013

MORRO E NÃO VEJO TUDO

Cada vez que ouço ou leio nos jornais o nome de Fernando Collor aflora a sudorese na pele de raiva de um dia ter contribuído pela eleição desse antropopiteco à presidência da República. É que naquela época o cara era ele. Como me arrependi!
Mas, me conformo porque cerca de 50 milhões de brasileiros também entraram nessa canoa furada.
Agora leio na imprensa que o ilustre senador por Alagoas quer diminuir o poder de fiscalização do Tribunal de Contas da União – TCU. Não é um absurdo inominável?
Collor apresentou duas propostas para submeter ás decisões do tribunal, como paralisação de obras, ao crivo do Congresso. Além disso, defende punição para auditores responsáveis pela fiscalização.
Esse cara está completamente doido, não é possível!
Se, com fiscalização roubam e somem com o dinheiro público, subfaturam obras, o que não será sem fiscalização!
Desde que assumiu a presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado, o senador alagoano tem feito barulho nas críticas ao trabalho dos auditores do Tribunal de Contas da União.
A proposta de Collor é uma emenda ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, sugerindo punição criminal, cível e administrativa para auditores de tribunal pelo “exercício irregular” na fiscalização de obras e por danos ao Erário, “inclusive aqueles decorrentes da paralisação ou atraso” das construções.
É, ou não é um contrassenso em um período de protestos por menos corrupção e melhores condições sociais. Além de absurdo, é o sinal verde para a corrupção no Brasil, um incentivo ao roubo e uma mordaça aos inspetores e auditores.
Por que será que Collor quer dificultar a fiscalização, quais sãos seus objetivos?
 
A farra dos aviões
Quando estive na Câmara dos Deputados, como assessor parlamentar, conheci o deputado Chico Alencar, do Rio de Janeiro. Um bom deputado. Fala muito bem e é bastante aguerrido nas suas posições. Diante das notícias sobre o uso de aviões da FAB para levar deputados e senadores à festa de casamento e assistir jogos de futebol, meu xará apresentou quinta-feira (4) um projeto de lei que disciplina o uso de aeronaves da corporação por autoridades.
O texto restringe o uso de aeronaves da FAB para vice-presidente da República, presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas e Chefe do Estado-maior, e sempre que possível, a aeronave deverá ser compartilhada pelas autoridades. O projeto também limita os acompanhantes nos voos. Pessoas “estranhas ao motivo da viagem” não poderão acompanhar a autoridade, apenas assessores estarão autorizados a viajar também.
O descumprimento desta regra significará uma infração administrativa grave e a autoridade sofrerá sanções administrativas, civis e penais e ainda terá que ressarcir os órgãos públicos. Além disso, a proposta determina a “máxima transparência” nas solicitações e realizações de voos da FAB, e obriga que as informações sejam publicadas no Portal da Transparência do governo federal.
As autoridades só poderão usar as aeronaves da FAB para viagens realizadas por motivo de segurança e emergência médica, viagens a serviço e em deslocamentos para o local de domicílio da autoridade solicitante.
Na justificativa do projeto, Chico Alencar argumenta que o decreto 4244 de 2002, que regulamenta o uso das aeronaves do órgão, já delimitava o correto uso dos aviões, mas não restringia as viagens para pessoas estranhas e não determinava a transparência. O deputado do Psol lembrou ainda que em 2007 fez um pedido de informação ao Comando da Aeronáutica sobre o tema mas a resposta foi “totalmente insuficiente”.
Quem sabe a confissão de ‘erro’ do Henrique Alves, combinada com a impaciência das ruas, acabe de vez com esses ‘voos  festivos’.

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