Pela primeira vez ouvi palavras tão fortes de um governador publicadas pela imprensa gaúcha. Disse o governador Tarso Genro sobre uma
possível desocupação de terras de famílias pequenas produtoras do Alto Uruguai,
em benefício de meia dúzia de índios: “ninguém tirará térra de ninguém”. E
emendou: nem mesmo uma determinação judicial poderá demover-me desta minha
promessa. “Irei para a cadeia e não cumprirei a determinação”, declarou. Baita
macho!
Aliás, se Tarso Genro fizer o que está prometendo vai somar
pontos, porque não é comum ouvir-se de um governante frases tão contundentes.
Em outras ocasiões o governador já havia se manifestado contra
os indígenas, na questão de retomada de posse de áreas no estado que estão em
mãos de agricultores há cem anos, produzindo e pagando impostos. Os primeiros
confrontos entre agricultores e índios já aconteceram. Quatro pessoas, três
agricultores e um indígena foram parar no hospital. Felizmente ainda não
ocorreu morte. Mas, a continuar os desentendimentos até que o Governo federal
resolva o problema, pode ocorrer já que os ânimos a cada dia que passa ficam
mais acirrados.
O oposicionista, deputado Jerônimo Goergen, classifica a
declaração de Tarso Genro como “demagógica e contraditória com seu passado de
ministro da Justiça”. A alfinetada maior de Goergen foi: “ele sabe que não pode
garantir, mas decidiu jogar para a torcida”. E concluiu dizendo que o engraçado
é que quando Tarso foi ministro ele mesmo acelerou o processo demarcatório.
O caso dos índios e agricultores da região norte e nordeste do
estado é semelhante à ocupação da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, a
Justiça que deveria nessas ocasiões ser célere, e realmente cumprir o seu papel,
fica nesse chove não molha e nada resolve.
Eita Brasil!
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