O Brasil foi convocado para o recall.
Recall em inglês quer dizer fazer voltar à memória, lembrar, rever. Por
exemplo, as políticas de saúde, segurança; as leis dos partidos; as leis
fiscais etc. precisam ser revistas, passar pelo recall.
Mas, para que isso aconteça foi preciso
o povo saísse ás ruas para protestar, promover (lamentavelmente) quebra-quebra,
saquear, roubar tudo por conta de uma
histeria coletiva que se espalhou por todo o país e que poderia ter sido
evitado se os políticos, efetivamente, cumprissem com o seu verdadeiro papel.
Sobre tantas mudanças que precisam ser
feitas, duas delas seria o fim do voto obrigatório o voto avulso.
O voto imposto, exigido, é idêntico ao
casamento.
Quando contraímos compromisso
matrimonial juramos até a morte que não nos separaremos do cônjuge. Mas, em
determinado momento da vida a lei nos permite a separação. Por que através do
voto precisamos “casar” com um deputado e suportá-lo por quatro anos, ou com um
senador por oito anos e só nos livrar dele numa próxima eleição? Mesmo porque a
multa para quem não vota é ridícula.
Sobre a candidatura avulsa seria outra boa
novidade, pois permitiria ás pessoas que não tem partido; que não gostam de
partido; que odeiam partido político anunciar-se como candidato, sem estar
compromissado com filosofias partidárias, programa, grupo... O único
compromisso seria jurar cumprir e defender a Constituição, promovendo o bem
estar da sociedade.
Por mais que muita gente não goste do
governador Sérgio Cabral (PMDB) do Rio de Janeiro, comungo com ele sobre a
idéia do voto facultativo e a realização de um plebiscito sobre reforma
política em que a população decida sobre pontos específicos a serem definidos
pelo Congresso Nacional, em vez de uma consulta sobre a convocação de uma constituinte
exclusiva.
A candidatura avulsa não compromete os
partidos como andam dizendo por aí sob o argumento de que os aventureiros
poderiam lançar candidaturas avulsas.
Mas há também aventureiros nos partidos!
Então é um argumento que não convence, pois os aventureiros estão em toda
parte. Esse tema vale uma consulta pública, assim como o voto obrigatório. O
voto facultativo melhoraria demais a política brasileira.
Estamos vivendo um aprendizado e temos
que estar mais juntos para discutir o pacto federativo. Não dá para um jogar a
responsabilidade para o outro. Questões como reforma política, combate à
corrupção, saúde, educação têm envolvimento direto de todos os entes
federativos.
Depois de assistir o Globo Repórter da
última sexta-feira, fiquei com inveja dos irmãos uruguaios.
Um país praticamente do tamanho do Rio
Grande do Sul onde não há congestionamento de trânsito, tem uma população cem
por cento alfabetizada, é onde se produz a melhor carne bovina da América do
Sul, doces de leite, o próprio leite, azeite da melhor qualidade e o que é mais
importante, o aposentado uruguaio ganha bem.
Exatamente o que lá tem de bom, aqui tem
de pior. O nosso leite até produtos químicos colocam para se obter mais lucro;
a carne nem se compara e o aposentado é considerado pelo governo um reles da sociedade.
O Uruguai é o pais do bem viver, como é
conhecido. Não há corrupção, a internet é de graça; na escola cada aluno tem um
computador; pescado fresquíssimos, vinhos deliciosos, tudo produzido na própria
terra. Ruas sem engarrafamentos. Não há violência.
Enquanto no país vizinho e amigo os
idosos recebem uma justa aposentadoria, no Brasil o famigerado fator
previdenciário deixa-os a cada ano que passa mais pobre. Por isso o Uruguai é
um país tranquilo.
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