Como
sexta-pfeira, 21, vai acabar o mundo quero aproveitar esta oportunidade para me
despedir dos parentes e amigos e agradecer a oportunidade de ter convivio por
tantos anos em ótima companhia. Não nos veremos mais nesta vida. E se houver
outra depois desta, como muitos acreditam, quem sabe ela possa ser melhor do
que a que vivemos porque não está fácil continuar convivendo neste mundo de
tanta corrupção, violência, vingança, assassinatos...
Só que
não vou me dar o trabalho, como já estão fazendo alguns brasileiros e
estrangeiros, de formar estoques de água, remédio, comida e mudando-se para
cidades consideradas seguras protegendo-se em bunkers para tentar escapar do
apocalipse previsto para amanhã.
Da
cidade de Pirenópolis, interior de Goiás vem a notícia de que o empresário
Hélio Teruo, 51 anos, há seis meses vem estocando comida e água no interior de
uma enorme piscina de fibra deixando patra trás uma empresa de arquitetura e
construção de prédios comerciais de alto padrão na região da Av. Paulista em
São Paulo, casa e dois de seus três carros.
Como
milhares de pessoas espalhadas pelo planeta, Hélio Teruo é um dos que acreditam
e se preparam para encarar o fim do mundo amanhã, sexta-feira, dia 21 de
dezembro de 2012.
Arroz,
milho e feijão, farinha de mandioca, amendoim e frutas secas, além de ervilhas,
cenouras e salsichas em conserva começaram a ser adquiridos em grandes
quantidades por ele e a mulher, quando o casal ainda morava em São Paulo.
Curativos, material de primeiros socorros e até anestésicos para procedimentos
cirúrgicos também foram acumulados, bem como litros e litros de água potável. A
ideia é que, com o estoque, ambos sobrevivam pelo menos dois anos sem precisar
sair de dentro de casa. Também foram comprados coletes salva-vidas e muita
roupa de frio. Os coletes, são para que ele e a mulher consigam flutuar caso as
águas do tsunami de 1,5 mil metros de altura que eles esperam para amanhã
cheguem a Pirenópolis. Já as roupas pesadas aplacarão o frio que pode gelar a
cidade, caso haja uma alteração no eixo de rotação da Terra, também previsto
para esta sexta-feira. Com a mudança, até Pirenópolis, tida por Teruo como
local seguro para se estar no dia do fim, pode acabar onde hoje está o Polo
Norte. O empresário paulista e sua mulher não estão sozinhos em seus
preparativos para o fim do mundo iminente. Mobilizadas por profetas e
municiadas por informações truncadas, milhares de pessoas estão neste exato
momento acertando os últimos detalhes de seus estoques de comida, seus kits de
sobrevivência e seus bunkers subterrâneos para encarar os últimos dias do
planeta Terra, marcado por um entendimento questionável do fim do calendário
maia para 21 de dezembro de 2012. Conhecidos como “preppers” – um neologismo
criado nos Estados Unidos a partir da palavra “prepare”, que significa preparar
ou planejar em inglês – esses indivíduos conversam entre si em encontros e
redes sociais, compartilham técnicas de sobrevivência e alimentam a paranoia
apocalíptica que tomou o mundo nos últimos meses. No Brasil, as pessoas que se
preparam para o dia 21 de dezembro estão quase sempre vinculadas às profecias
de algumas lideranças místicas. A mais forte delas, atualmente, é a do japonês
radicado no Brasil Masuteru Hirota, também conhecido como Professor Hirota.
Hoje com 70 anos, ele fez fama como curandeiro em Atibaia, no interior de São
Paulo, e ganhou o Brasil e o mundo – já foi tema de documentários na Alemanha e
na França – nos últimos meses com estrambólicas previsões do fim dos tempos.
Com base em interpretações duvidosas do suposto fim do calendário maia, ele
cravou que 80% da terra habitável do planeta seria destruída amanhã por um
tsunami que matará nada menos do que seis bilhões de pessoas. Como todo bom
guru, Hirota deu o mapa da salvação. Quem quiser viver, disse ele, deve se
mudar para as cidades de Alto Paraíso ou Pirenópolis, ambas em Goiás, estocar
comida e remédios para dois anos e esperar o fim de colete salva-vidas.
Mas
não ésomente no centro do país que há essa crença burra. O Prefeito de São
Francisco de Paula (RS), Décio Colla acredita no fim no dia 21. Ele alertou sua
cidade e estoca comida e água há meses. A oposição tentou interditá-lo. Sábado
vou morrer de rir se o mundo não acabar.
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