sexta-feira, 30 de março de 2012

PROPINA PÚBLICA ELEITORAL
Existe no País uma corrente favorável a extinção da famosa  propina pública eleitoral, que passou a chamar-se as verbas parlamentares que os deputados federais, a seu bel prazer, distribuem ao seu curral eleitoral. São R$ 15 milhões por ano e nos quatro anos de mandato somam R$ 60 milhões.
E há razão nisso. Deputado não está no Congresso para distribuir dinheiro, está, sim, para legislar, fazer leis, fiscalizar os atos do executivo, e ponto final. Distribuição de recursos através de projetos próprios do governo da União e/ou em parceria com os estados e municípios deve ser entre governos. Não tem nada a ver com deputado ou senador.
O exemplo de que as verbas disponibilizadas aos deputados para distribuição em seus estados com fins eleitoreiros vêem-se todos os dias. Basta abrir os jornais da cidade.
É evidente que se eu tenho dinheiro para distribuir, vou contemplar a região ou ao município que melhor me aquinhoou com votos para me eleger. É por isto que a segunda eleição fica mais fácil, a terceira é uma conseqüência da segunda, e o parlamentar se for inteligente, se perpetua no poder.
Esta anomalia do sistema democrático tem de acabar.

SENADOR EM MAUS LENÇÓIS
Não dá mais para confiar nos nossos políticos - claro que não estou generalizando. O eleitor brasileiro de uma vez por todas tem que varrer da vida pública os maus políticos, aqueles que se elegem somente para tirar proveito para si. Quando estive em Brasília e trabalhei na Câmara dos deputados, conheci o senador Demóstenes. Era tido e havido como um homem probo, um senador de uma integridade a toda prova. A imprensa brasileira vem noticiando que o senador se utilizando de seu mandato beneficiou o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por exploração de jogos ilegais em Goiás. De acordo com gravações feitas pela Polícia Federal divulgadas no dia 30 de março último, pelo jornal O Globo, o senador acertou com o empresário uma ajuda em processo judicial e em projeto de legalização de jogos de azar em tramitação no Congresso.
"Fala, Professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem disse que vai olhar o negócio e tal", diz Demóstenes a Cachoeira, que pergunta se o julgamento será rápido. "Vai julgar rápido. Mandou pegar o papel, já pegou o... negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido possível", responde o senador.
No dia 29 de março, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra do sigilo bancário do senador e de outros investigados por suspeita de envolvimento com o empresário. A decisão do STF ocorreu após o procurador-geral da República pedir a abertura de um inquérito para investigar o senador.
A situação do senador Demóstenes Torres se "agravou" de ontem para hoje, disse o líder dos Democratas da Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). Uma série de denúncias ligam o senador ao empresário de jogos de azar Carlos Cachoeira e, na noite dessa quinta-feira (29/3), foram divulgados novos grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal, aumentando os indícios da relação entre os dois. A permanência de Demóstenes no partido fica cada vez mais ameaçada. Segundo Antonio Carlos Magalhães Neto, o senador deve apresentar explicações convincentes ou o partido abrirá um processo de expulsão. As provas já divulgadas mostram que a relação entre Demóstenes e Cachoeira vai além do que o senador assume. Os dois manteriam uma amizade próxima e teriam trabalho juntos para lucrar com projetos do governo.

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