quarta-feira, 24 de agosto de 2011

OS DENUNCISMOS
Os fatos envolvendo personalidades políticas do governo estão passando da medida. Não há dia que não se abra um jornal, liga-se a TV ou o rádio, que lá não esteja uma notícia dando conta de mais um episódio ligado a ato ilícito. E quando tais acontecimentos se avolumam, oportunizam debates e discussões que podem aqui e acolá criarem problemas a própria segurança nacional.
Nesta quarta-feira, 24, um bate-boca entre o senador tucano Mário Couto (PA) e o líder do PT, Humberto Costa (PE), quase transforma o plenário e o cafezinho do Senado num ringue. Faltou pouco para eles se atracarem. O confronto esquentou quando o líder petista afirmou que a CPI da oposição só serve para "dar palanque àqueles que não têm compromisso com o Brasil, mas apenas com o histrionismo para aparecerem na televisão defendendo coisas que nós sabemos que são absolutamente indefensáveis". Couto tinha acusado a presidente Dilma Rousseff de sugerir a seus aliados que "roubem" porque não demitirá ninguém.
Leia o que os dois senadores disseram durante o debate:
"A Ideli, Brasil! Aquela Ideli, senadora que vocês viam aqui, aquela Ideli diz que o governo vai assegurar a liberação de R$ 1,7 bilhão para os deputados calarem a boca", disse Couto. E continuou: "É, Brasil grandioso e querido! Olha como caminhas. Ó Pátria querida, olha o que os teus filhos fazem contigo, pátria, te abandonaram; pátria, dizem para ti: te lixa! Ninguém assina a CPI da Corrupção, ó pátria amada!".
Humberto Costa retrucou, do meio do plenário, que a Mesa Diretora precisa tomar uma posição. "Aqui, nosso partido já foi chamado de partido de bandidos, de vagabundos e a Mesa não faz nada porque dizem: "Não, trata-se de um louco, de um débil mental. E a quantidade de agressões que são feitas aqui? O Regimento precisa ser atualizado, modernizado, para impedir que todos os dias se repitam aqui as agressões a pessoas, a partidos. E muitos não querem comentar porque acham que se trata de discursos folclóricos. Estou apresentando neste momento uma solicitação ao presidente, ao corregedor da Casa."
Veja o trecho final da discussão:
A ida do líder petista para o cafezinho transferiu a troca de insultos para lá. Humberto Costa dava entrevista quando Couto chegou e tocando-o no ombro, retrucou: "Débil mental, não". Ao que Costa respondeu: "Débil mental, sim, você deve aprender a respeitar as pessoas". "Moleque", acrescentou. "Você é um safado", contra atacou Couto. "Safado é você". Os assessores de Humberto Costa tentaram contê-lo, enquanto Mário Couto deixava o cafezinho gritando: "Corrupto tem de acabar no pau, mesmo. Não pode dar trégua. Você acorda e vê, é corrupto a toda hora, tem de acabar."

Em Erechim, a onda de denuncismo não cessa. Na semana passada em sessão da Câmara Municipal, o vereador José Rodolfo Mantovani apontou irregularidades ocorridas em licitação para confecção de uma revista, em que o Poder Executivo presta contas á população das ações de seu governo. Segundo Mantovani teria havido fraude que causaram prejuízo acima de 20 mil reais aos cofres públicos, exibindo laudos e documentos comprobatórios.
Contrapondo as acusações do vereador oposicionista, o líder Lucas Farina apresentou na reunião seguinte do Legislativo suspeita de irregularidades na gestão do ex-prefeito Eloi Zanella. No seu governo, de acordo com Farina foram adquiridas grelhas e estruturas metálicas que deveriam ser usadas em bocas de lobos de uma metalúrgica local no valor de R$ 63.800,00 de forma irregular, estando até hoje abandonadas na central de britagem da prefeitura.
Conforme levantamento feito pelo vereador Lucas farina, a compra do material foi feita através de carta convite, e junto ao site da Receita Federal, verificou que foram convidadas empresas do ramo de comércio varejista de artigos pessoais, domésticos, cultivo de mudas e viveiros florestais, comércio varejista de móveis, de eletrodomésticos, equipamentos de áudio, vídeo e foto e de suprimentos de informática.
Na mesma apuração está comprovado que o projeto e execução foi dado à mesma empresa, o que contraria a lei de licitações. Segundo o vereador Lucas Farina, “não há no processo licitatório, pesquisa de preço conforme determina a lei de licitação e sim um simples documento, arbitrando o valor de R$ 1.280,00”, (cada peça), salienta.
Para o vereador o mais grave é que o pagamento do material, que deveria ser feito em três parcelas, acabou sendo liquidado  em uma única vez. Além disso, foram destinados R$ 1.400,00 para o projeto, que também não foi encontrado na Prefeitura, nem mesmo a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e o conhecimento de análise técnica pelos responsáveis, caracterizando assim desperdício de dinheiro público.
Ao tomar conhecimento de tais acusações o ex-prefeito Zanella comunicou aos órgão de imprensa da cidade, que vai mover uma ação na Justiça contra o vereador Lucas Farina, para que comprove as denúncias de improbidade administrativa.

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