quinta-feira, 25 de agosto de 2011

FAXINA PELA METADE
Depois de agir rápido e sem receio, a presidente Dilma Rousseff recuou. Os ministros das Cidades e do Turismo, ainda não serão substituídos, embora pesem sobre eles acusações de envolvimento em corrupção.
Recentemente, mais dois ministros tiveram os nomes envolvidos em denúncias publicadas pela imprensa: Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e seu marido, Paulo Bernardo, ministro das Comunicações.
Na quinta-feira o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), disse que a presidente Dilma "fica na mão" de decisões tomadas por PT e PMDB no Congresso. "Ela está absolutamente condicionada a decisões que PT e PMDB tomem", afirmou. Para o governador, Dilma resolverá o problema se estabelecer "contrapontos" e colocar o PMDB "no seu devido lugar". Gomes sugere que a petista fortaleça o PSB, o PDT e o PC do B. Ele chama essas siglas de "terceira força".
Por sua vez a presidente Dilma Rousseff disse hoje que não vai pautar seu governo por demissões e considerou inadequado o termo "faxina", usado pela imprensa para se referir às demissões de funcionários públicos acusados de envolvimento em esquemas de corrupção. "Faxina, no meu governo, é faxina contra a pobreza, o resto são ossos do ofício da Presidência, e isso não se interrompe", disse a presidente.
"O que eu não vou aceitar, em hipótese alguma, é que alguma pessoa do meu governo seja condenada sem respeitar os preceitos da Justiça moderna, respeito aos direitos individuais e liberdades. A lei é igual para todos. Não tem quem esteja acima da lei. É importantíssimo respeitar a dignidade das pessoas e não submetê-las a condições ultrajantes", concluiu Dilma.
A presidente fez as declarações em resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de novas demissões. Nos oito meses de governo Dilma, foram demitidos quatro ministros e diversos dirigentes de órgãos públicos. Antonio Palocci deixou a Casa Civil após denúncias sobre um grande crescimento de seu patrimônio durante o período em que era deputado federal; Alfredo Nascimento saiu em meio a denúncias de superfaturamento de obras na pasta dos Transportes; Nelson Jobim, que deixou o Ministério da Defesa depois de ter feito declarações polêmicas; e Wagner Rossi, que pediu demissão da pasta da Agricultura em meio a denúncia de corrupção no setor.
Se realmente se confirmar o recuo da presidente como alguns setores da oposição admitem, o movimento de apoio às medidas tomadas pela presidenta nos recentes episódios de denúncias em ministérios, liderado pelo senador Pedro Simon não há como mantê-lo e partir para a CPI.
Sobre o posicionamento do senador gaúcho e o grupo que o acompanha, vários políticos rotularam o movimento de demagógico.
Simon deu logo a resposta: Se tem gente que considera essa uma postura demagógica, nós vamos caracterizar isso. O povo vai saber o nome dos "demagogos" – e eu sou um deles –, e os nomes dos" não demagogos", que não querem combater a corrupção. Nós só queremos que a presidenta continue agindo contra a corrupção. Onde está a demagogia nisso, eu não sei. O que eu gostaria de saber é por que as pessoas fazem represálias contra esse tipo de atitude.

Para completar a notícia desta noite que surpreende é a soltura do ex-dono
do banco Marka Salvatore Cacciola. Ele deixou o complexo penitenciário de Bangu (zona Oeste do Rio) por volta das 17h30 desta quinta-feira.
Cacciola, deixou o local sem falar com a imprensa e entrou direto em um carro que o esperava.
Um grupo de cerca de 30 pessoas que acompanhou a liberação hostilizou o ex-banqueiro, com gritos de "Ladrão" e "Cadê meu dinheiro?".
Cacciola, condenado a 13 anos de prisão por gestão fraudulenta de instituição financeira e peculato, estava preso desde 2008.
Esse foi o homem que se valeu de operações ilegais de compra de dólar que resultaram em prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao tesouro brasileiro durante a desvalorização do real, no início de 1999.

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