quinta-feira, 4 de agosto de 2011

BEM QUE CHERINI PODERIA FICAR CALADO
Repercute nacionalmente a notícia a respeito do processo contra o músico gaúcho Tonho Crocco que publicou o rap “Gang da Matriz”, composição feita para criticar os deputados estaduais que aumentaram seus próprios salários no final do ano passado em 73%, passado dos R$ 11.564,76 para R$ 20.042,34 mensais, sem contar, os subsídios para correspondência, telefone, transporte (gasolina) e diárias que chegam a valores de um salário mínimo.
Dos 55 deputados somente a bancada do PT votou contra e o deputado do PTB, Cássia Carpes.
Em virtude de sua crítica musicada, o compositor recebeu notificação de representação movida pelo deputado federal, ex-deputado estadual, Giovani Cherini no Ministério Público.
Qual o nome disso? Se não for censura ou, no mínimo, intimidação para que artistas e livre pensadores deixem de fazer críticas aos poderosos, precisamos rever os dicionários ou o Ministério Público.
O assunto da quinta-feira e deste fim de semana continua sendo este.
Bonita a atitude do deputado Mano Changes, que também é músico e compositor, ao se oferecer para ajudar no diálogo para retirar/arquivar esse processo.
O deputado Cherini, na ocasião estadual, hoje federal, perdeu a grande chance de ficar calado. Hoje, diante da infeliz atitude, através da qual enviou Ofício ao Ministério Público e tendo declarado que agia na defesa da Instituição, Assembléia Legislativa, seu nome está sendo enxovalhado por centenas de blogs e twiters que manifestam solidariedade a Tonho Crocco.
Se exagerou na sua música criticando os políticos que afazendaram-se aumentando absurdamente os seus salários, quase dobrando de valor, não sei. Mas que disse a verdade nos seus versos, sim.
A reação em favor de Crocco foi tão iminente que até um grupo de hackers invadiu o site da Assembléia Legislativa tirando-o do ar. Mais tarde um deles fantasiado de palhaço em entrevista a RBSTV condenava todo o tipo de agressão, e que aquela era a forma de protestar contra qualquer ato de censura no Rio Grande do Sul.
Nesta quinta-feira o deputado Giovani Cherini declarou a imprensa que não pretende levar adiante o processo e o MP confirmou que só após a audiência de conciliação marcada para o dia 22 de agosto, poderá se manifestar.

CARTA CAPITAL
A revista publicou agora á tarde em seu site a notícia abaixo:
Dilma manda avião buscar Jobim na Amazônia para demiti-lo
Redação Carta Capital 4 de agosto de 2011 às 16:06h
A presidenta Dilma Roussef mandou um avião da FAB buscar o ministro Nelson Jobim em Tabatinga (AM) nesta quinta-feira 4, onde ele cumpre agenda de seu ministério. O avião o leva para Brasília, onde chegará no fim tarde para ser demitido.
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Se o ministro estava se esforçando para deixar do governo do qual faz parte mas votou contra, ele enfim conseguiu nesta quinta. A presidenta optou por demití-lo após uma entrevista do ministro à revista Piauí, na qual classificou como “fraquinha” sua colega Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, e na declarou que Gleisi Hoffman, da Casa Civil, “sequer conhece Brasília”.
O Ministro declarou que a afirmação estava fora de contexto. “O que nós comentávamos, era o projeto de lei sobre informações sigilosas. Em momento nenhum fiz referências dessa natureza”, disse nesta quinta, no Amazonas.
No entanto, a polêmica com a revista Piauí foi a última de um verdadeiro festival de verborragia do ministro Jobim que acabou sempre tendo o governo do qual faz parte como alvo.
Primeiro, em uma homenagem pública aos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Jobim citou Nelson Rodrigues para para criticar o atual governo. “Ele (Rodrigues) dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento”.
A segunda bateria de fogo amigo perpretada pelo ministro Nelson Jobim foi em entrevista a um programa do portal UOL, no qual declarou ter votado em José Serra nas eleições para a presidência em 2010.
Nesta quinta estourou a polêmica da entrevista para a revista Piauí, que culmina em sua demissão. O Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) são cotados para assumir o ministério da Defesa em seu lugar

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