terça-feira, 10 de setembro de 2013

TRADIÇÃO GAÚCHA

Abre nesta sexta-feira, 13, o Acampamento Farroupilha, como parte dos festejos da semana dedicada aos heróis da guerra dos farrapos, a maior efeméride gaúcha, onde são lembrados os feitos e os heróis que se envolveram na maior revolução deste Estado.
Antes de retornar a Porto O local do acampamento é a esplanada do Seminário de Fátima, na Av. Sete de Setembro. Muita gente ainda trabalha para a conclusão e montagem das construções dos galpões e piquetes. Um enorme palco já está pronto para as apresentações artísticas. Por ele desfilarão os maiores nomes da nossa música tradicionalista. Cerca de 50 piquetes estão sendo construídos. Durante o Acampamento Farroupilha além das atrações artísticas estará funcionando a cozinha típica gaúcha. O churrasco, o chimarrão, o feijão e a linguiça campeira, arroz com charque e outras iguarias tradicionais poderão ser apreciada além de outros pratos da cozinha gaúcha. Será uma semana de muita festa e tradição, tudo para marcar e homenagear os semideuses da Revolução Farroupilha
Revolução Farroupilha, também  chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico (1835 - 1845), eclodida no Rio Grande do Sul, configurada como na mais longa revolta brasileira. Durou 10 anos e foi liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.
A disputa envolveu portugueses e espanhóis desde o século XVII. Os historiados afirmam que a partir de 1821 o governo central passou a impor a cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, etc. 
No início da década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque gaúcho, incentivos para a importação do Prata.
Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do charque. A elite rio-grandense além de se revoltar contra a medida, também protestava desfavoravelmente pela indicação de comandantes que procediam do centro do país. Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.
A revolta teve como líderes: general Bento Gonçalves, general Neto, coronel Onofre Pires, coronel Lucas de Oliveira, deputado Vicente da Fontoura, general Davi Canabarro, coronel Corte Real, coronel Teixeira Nunes, coronel Domingos de Almeida, coronel Domingos Crescêncio de Carvalho, general José Mariano de Mattos, general Gomes Jardim5 , além de receber inspiração ideológica de italianos da Carbonária refugiados, como o cientista e tenente Tito Lívio Zambeccari e o jornalista Luigi Rossetti.
Um nome muito importante para o sucesso militar da Revolução foi a participação do italiano Giuseppe Garibaldi, responsável por conduzir duas embarcações que saíram da Lagoa dos Patos em sentido à Tramandaí, o que lhes garantiu o sucesso do ataque surpresa que eliminou as forças imperiais.
Para dar fim a revolução, o governo imperial nomeou Luis Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias, para acabar com a revolta. Em 1842 ele assumiu o cargo de presidente da província e buscou formas de explorar as fraquezas dos farroupilhas. Uma de suas propostas foi a de conceder anistia geral além da reapropriação das terras confiscadas e a incorporação dos oficiais revoltosos ao exército nacional. Porém, achando que as propostas ainda poderiam parecer poucas, ele também ofereceu a libertação de todos os escravos envolvidos na luta, e após três anos de negociações, muitas batalhas e um número muito grande de derrotas, os “Farrapos” se viram obrigados a aceitar a proposta de paz ofertada por Duque de Caxias, dando um fim a revolta no ano de 1845 com a assinatura do  Tratado de Poncho Verde, que ainda agraciava os estancieiros gaúchos com a criação de um imposto que lhes rendia 25% sobre toda a carne salgada que viesse da região platina, uma bela vantagem. A história dos farrapos é muito bonita, vale a pena conhecê-la.
 

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