Abre nesta sexta-feira, 13, o Acampamento
Farroupilha, como parte dos festejos da semana dedicada aos heróis da guerra
dos farrapos, a maior efeméride gaúcha, onde são lembrados os feitos e os
heróis que se envolveram na maior revolução deste Estado.
Antes de retornar a Porto O local do
acampamento é a esplanada do Seminário de Fátima, na Av. Sete de Setembro.
Muita gente ainda trabalha para a conclusão e montagem das construções dos
galpões e piquetes. Um enorme palco já está pronto para as apresentações
artísticas. Por ele desfilarão os maiores nomes da nossa música
tradicionalista. Cerca de 50 piquetes estão sendo construídos. Durante o
Acampamento Farroupilha além das atrações artísticas estará funcionando a
cozinha típica gaúcha. O churrasco, o chimarrão, o feijão e a linguiça
campeira, arroz com charque e outras iguarias tradicionais poderão ser
apreciada além de outros pratos da cozinha gaúcha. Será uma semana de muita
festa e tradição, tudo para marcar e homenagear os semideuses da Revolução
Farroupilha
Revolução
Farroupilha, também chamada de Guerra
dos Farrapos ou Decênio Heróico (1835 - 1845), eclodida no Rio Grande do Sul,
configurada como na mais longa revolta brasileira. Durou 10 anos e foi liderada
pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as
camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.
A disputa
envolveu portugueses e espanhóis desde o século XVII. Os historiados afirmam
que a partir de 1821 o governo central passou a impor a cobrança de taxas
pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros,
sebo, graxa, etc.
No início da
década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque
gaúcho, incentivos para a importação do Prata.
Ao mesmo
tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do
charque. A elite rio-grandense além de se revoltar contra a medida, também
protestava desfavoravelmente pela indicação de comandantes que procediam do centro
do país. Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.
A revolta
teve como líderes: general Bento Gonçalves, general Neto, coronel Onofre Pires,
coronel Lucas de Oliveira, deputado Vicente da Fontoura, general Davi
Canabarro, coronel Corte Real, coronel Teixeira Nunes, coronel Domingos de
Almeida, coronel Domingos Crescêncio de Carvalho, general José Mariano de
Mattos, general Gomes Jardim5 , além de receber inspiração ideológica de
italianos da Carbonária refugiados, como o cientista e tenente Tito Lívio
Zambeccari e o jornalista Luigi Rossetti.
Um nome muito
importante para o sucesso militar da Revolução foi a participação do italiano
Giuseppe Garibaldi, responsável por conduzir duas embarcações que saíram da
Lagoa dos Patos em sentido à Tramandaí, o que lhes garantiu o sucesso do ataque
surpresa que eliminou as forças imperiais.
Para dar fim
a revolução, o governo imperial nomeou Luis Alves de Lima e Silva, Duque de
Caxias, para acabar com a revolta. Em 1842 ele assumiu o cargo de presidente da
província e buscou formas de explorar as fraquezas dos farroupilhas. Uma de
suas propostas foi a de conceder anistia geral além da reapropriação das terras
confiscadas e a incorporação dos oficiais revoltosos ao exército nacional.
Porém, achando que as propostas ainda poderiam parecer poucas, ele também
ofereceu a libertação de todos os escravos envolvidos na luta, e após três anos
de negociações, muitas batalhas e um número muito grande de derrotas, os
“Farrapos” se viram obrigados a aceitar a proposta de paz ofertada por Duque de
Caxias, dando um fim a revolta no ano de 1845 com a assinatura do Tratado de Poncho Verde, que ainda agraciava
os estancieiros gaúchos com a criação de um imposto que lhes rendia 25% sobre
toda a carne salgada que viesse da região platina, uma bela vantagem. A
história dos farrapos é muito bonita, vale a pena conhecê-la.
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