Participei na quinta-feira passada, 19,
na sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Rio Grande do Sul,
SETCERGS, em Porto Alegre, do Seminário sobre Qualidade em Transportes, com o
palestrante convidado, Emilio Merino Dominguez, Arquiteto - Urbanista pela
Universidad Nacional Federico Villarreal. Possui doutorado e
pós-doutorado em Engenharia de Transportes, assim como, diversas especialidades
de planejamento e gestão de transporte realizado na França, Bélgica, Espanha O tema foi "A
lei da mobilidade urbana e seus impactos no planejamento e gestão da
mobilidade". Os prefeitos de todos os municípios brasileiros que se
preparem. A Lei 12.587/2012 que está na Câmara dos Deputados para ser aprovada exige
que os municípios se adaptem a ela. Por isso seria interessante que desde já,
mesmo antes de ser aprovada, que as assessorias de projetos das prefeituras
começassem a se inteirar do seu conteúdo, pois segundo o professor Merino, o
município que não se adequar a ela, não receberá nenhum tipo de recurso do
governo federal, na área de projetos do Ministério das Cidades. O palestrante
demonstrou que já existem estudos onde se prevê que o Brasil e o Mundo para o
ano de 2050 estarão 94% mais urbanos, isto é, as cidades vão crescer de tal
modo, alerta, que haverá a partir da aprovação dessa Lei a necessidade urgente
e indispensável de um plano de mobilidade urbana. Merino disse também que os
congestionamentos nas grandes e médias cidades já causam problemas. Citou, por
exemplo, dados levantados em 2010, e que apontavam o Brasil com 2,9
habitantes/veículo, ou seja, para cada três habitantes um automóvel. São Paulo
e Belo Horizonte 1,8 - Goiânia 1,5 e Curitiba 1,4 habitantes/veículo. Chamou a
atenção os dados de Porto Alegre, registrando a mesma taxa verificada em São
Paulo e Belo Horizonte. "Tudo por que? Porque o transporte público é
ineficiente", disse. Para que se torne eficaz e competente há que se ter
planejamento. “O desafio para aplicabilidade da Lei não é somente técnica, mas também
política”, enfatizou. Ressaltou que o
paradigma do milênio é transporte de todos para todos e financiado por todos.
“É preciso ter foco no planejamento, na mobilidade urbana e na pessoa humana”. O conferencista
lembrou a responsabilidade dos prefeitos municipais a partir do ano que vem com
a vigência da Lei. Na Região Sul, 90% dos municípios não tem planejamento e
gestão da mobilidade urbana - frisou. "Como vão crescer? Para demonstrar
que não há planejamento de mobilidade urbana no Brasil, apontou o recente plano
do governo federal, Minha Casa Minha Vida.
A maioria dos municípios brasileiros estão construindo núcleos
habitacionais, mas não planejam a mobilidade urbana. Em quase todos esses
projetos Minha Casa Minha Vida, as ruas são estreitas, não obedecendo os
padrões técnicos para o transporte urbano, observou Merino. Concluindo deixou
como último recado para os empresários do transporte: a lei só terá êxito se os
governos municipais adotarem uma política provativa em favor da
sustentabilidade. O presidente do SETCERGS, Sérgio Neto, encerrando o Seminário afirmou que o
transporte de cargas vem sofrendo com as
restrições que lhe são impostas pela falta de uma política de mobilidade
urbana. Destacou a falta de motoristas profissionais e comentou sobre a Lei do
Motorista que está na Câmara Federal. Criticou a deficiência das nossas
rodovias e melhor infraestrutura. Victorino Saccol, da FETERGS, Federação das
Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros, falou sobre os rumos do transporte
coletivo para os próximos anos.
- O Brasil prioriza o transporte individual. Isso leva à imobilidade
urbana. Temos um sistema que não prioriza o transporte coletivo, provocando
tarifas caras e ônibus lotado”, assinalou. Agora mesmo o governo está anunciado o
aumento do combustível para breve. Lembrou também da gratuidade oferecida aos
idosos. Em 1988 o movimento das empresas
que era de 1,5% o número de passageiro idosos, hoje representa 12%. "Tudo isso tem um
custo", quem vai pagar?
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