BRASILEIRO TRABALHA
MEIO ANO PARA PAGAR IMPOSTOS
Que coisa absurda. Os
brasileiros terão que trabalhar 150 dias para pagar impostos em 2012.
Estudo recente revela
que a arrecadação no ano equivale a quatro meses e 29 dias da jornada, sendo
40,98% do rendimento bruto no ano. Ou
seja, até essa terça-feira passada foram cerca de quatro meses e 29 dias
destinados somente para cumprir as obrigações fiscais nas esferas federal,
estadual e municipal. Os dados foram levantados pelo programa “Dias Trabalhados
para pagar Tributos”, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT).
Da década de 1970 até
hoje a quantidade de dias dobrou quando eram necessários 76 dias de trabalho
para esse fim. Verifica-se ainda pelo estudo que, dependendo da faixa de renda,
o contribuinte terá de trabalhar mais dias no ano para ficar em dia com a
receita: os que têm rendimento mensal de até R$ 3.000 trabalharão 143 dias, os
que possuem rendimento de R$ 3.000 a R$ 10.000, 159 dias, e aqueles que ganham
acima de R$ 10.000, trabalharão 152 dias.
Além da tributação
incidente sobre os rendimentos, como Imposto de Renda Pessoa Física, INSS,
previdências oficiais e contribuições sindicais, o cidadão brasileiro paga
tributos indiretos sobre o consumo, inclusos no preço dos produtos e serviços
(PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, etc) e sobre o patrimônio (IPTU, IPVA, ITCMD,
ITBI, ITR). As taxas (limpeza pública,
coleta de lixo, emissão de documentos) e contribuições (iluminação pública)
também estão consideradas no cálculo.
Em 2011, o Brasil
arrecadou R$ 1,492 trilhão e deve manter este valor para o ano corrente. Desse montante apenas sete ou oito por cento
da arrecadação do governo é investida em infraestrutura, cujos valores
arrecadados são, grande parte, utilizados para despesas de folhas de
pagamentos. Sobra muito pouco para novos investimentos do país.
O estudo traz ainda uma
comparação com a situação em outros países. O Brasil fica atrás apenas da
Suécia, onde o contribuinte destina 185 dias para o pagamento dos tributos. Na
França, são necessários 149 dias, nos EUA, 102 dias e no México, 95 dias.
Esta voraz cobrança de
impostos tem a ver com a condição de vida do brasileiro, que depende de
investimento de qualidade, pois além de pagar uma alta carga de impostos, ainda
precisa trabalhar mais para prover os serviços deficientes do governo, que
acarretam em pedágio, assistência médica, serviço de segurança e ensino
particular.
Somando tudo, o contribuinte
acaba pagando muito mais do que os impostos. Isso é tributação indireta, que é
quando se paga pelo que o governo não pode dar. Assim, o retorno não é bom para
ninguém. Quem tem mais dinheiro consegue viver com mais conforto e sente menos
o pagamento. Quem depende do SUS, por exemplo, não tem para onde fugir. A
classe média acaba sendo punida porque paga muitos impostos e não percebe o
retorno. Não devia pagar por médico particular, o governo devia dar um serviço
que atendesse bem. Ninguém desconhece que apesar de ser um dos melhores
programas de saúde o SUS enfrenta sérios problemas de gestão, tudo por culpa do
governo federal que insiste em não lhe dar as condições necessárias
Os resultados desse
estudo são provenientes de uma pesquisa do percentual de impostos pagos pelos
brasileiros de acordo com o valor dos seus ganhos, sobre a renda, sobre a
propriedade e como consumidores finais de produtos, mercadorias e serviços. Os
índices obtidos foram multiplicados pelo número de dias existentes no ano, (365
para períodos normais e 366 para anos bissextos), obtendo-se assim o número de
dias trabalhados pelos brasileiros só para pagar impostos.
A pergunta que todos
fazem: isto é justo?
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