domingo, 5 de janeiro de 2014

CENTENÁRIO DO CASTELINHO

O castelinho, símbolo do Município de Erechim completa este ano 100 anos de existência. Há um século ele lembra a criação de Erechim e é presença no brasão da cidade. Durante todo este tempo a construção em madeira já sofreu mais de uma restauração, tendo em vista o envelhecimento de sua estrutura natural pela ação do tempo.
A administração do prefeito Paulo Polis, em boa hora, contratou uma empresa que está culminando com o trabalho de restauro, trabalho este que deverá ser concluído brevemente. Foram gastos vários milhares de reais para que o Castelinho continue imponente no coração da cidade, lembrando que ele foi testemunha de importante decisões tomadas desde antes da emancipação do Município, que era 8º distrito de Passo Fundo. O Castelinho abrigou por muitos anos a Comissão de Terras Públicas do Rio Grande do Sul, responsável pela colonização de Erechim e também, antes disso, serviu de hospital.  A obra foi contratada pelo Sr. Guilherme Franzmann e construído pelo Sr. Germano Müssig, entre 1912 e 1915 e inaugurada em 20 de abril de 1916,  e tem se mantido intacto, exatamente como foi projetado. É a mais antiga construção em madeira, da cidade.
A madeira (de lei) veio do Município de Getúlio Vargas e as pedras, que formam os alicerces, foram trazidas das cabeceiras do Rio Dourado, transportadas pelo Sr. Olinto Zambonatto. O prédio do Castelinho ocupa uma área equivalente a 603,91 m², representando algo inédito na América Latina, em sua natureza.
Está tombado como Patrimônio Público pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Em 1988 passou para o domínio do Município. Atualmente, o prédio abriga o Centro de Apoio ao Turista  e o Memorial da Comissão de Terras.
Voltando ao tempo, é bom reviver a nossa colonização. Nos primórdios da nossa civilização o território que constitui, hoje, a região do Alto Uruguai já era habitada pelo homem há muitos séculos, principalmente pelos indígenas da etnia caingangue. Grupos guaranis também ocuparam algumas áreas de menor altitude. É provável que os primeiros povoadores não indígenas da região tenham sido paulistas descendentes de bandeirantes que, instalando-se dispersivamente no território, obtiveram a concessão de tratos de terra requeridos ao governo do estado. Não foi de forma pacífica, inicialmente, a posse das terras por esses primeiros povoadores, que tiveram de sustentar, durante muito tempo, luta tenaz contra os caingangues, conhecidos pelos portugueses como "coroados".
Firmaram-se, porém, na terra, os poucos posseiros que povoaram o território encoberto pela floresta e sulcado pela abundante rede da bacia hidrográfica ocidental dos rios Pelotas-Uruguai. Por volta de 1887, Augusto de Oliveira Penteado, conhecido por Augusto César, tendo, como companheiros, João Placidino Machado e Antônio Ferreira de Albuquerque, empreenderam uma ousada exploração fluvial, da qual elaboraram circunstanciado relatório que foi enviado à Câmara Municipal de Passo Fundo, em fins de 1888, contendo as denominações dadas por eles a vários acidentes geográficos. Em 1908 foi fundada a Colônia Erechim, planejada pelo diretor de Terras e Colonização Carlos Torres Gonçalves, atendendo aos princípios positivistas para tornar-se modelo de colonização.  O empreendimento teve rápido progresso econômico, facilitado não só pela presença de uma ferrovia, mas também pelas estradas planejadas durante a concepção da colônia e que foram construídas de acordo com os traçados previstos. A colônia foi instalada em 1910, com a chegada dos primeiros 36 colonos: 4 famílias com 28 pessoas e 4 solteiros. A região foi colonizada basicamente por imigrantes de origem polonesa judaica e, principalmente, italiana. As primeiras famílias italianas chegaram na cidade por volta de 1910 através da estrada de ferro. Ainda hoje é possível perceber interferências dos imigrantes oriundos desses países, especialmente na arquitetura e na culinária da cidade. Mas, quem conhece bem a nossa história e possui um excelente acervo sobre a nossa colonização é o historiador Dr. Altair José Menegati.

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