O castelinho, símbolo do Município de
Erechim completa este ano 100 anos de existência. Há um século ele lembra a
criação de Erechim e é presença no brasão da cidade. Durante todo este tempo a
construção em madeira já sofreu mais de uma restauração, tendo em vista o
envelhecimento de sua estrutura natural pela ação do tempo.
A administração do prefeito Paulo Polis,
em boa hora, contratou uma empresa que está culminando com o trabalho de
restauro, trabalho este que deverá ser concluído brevemente. Foram gastos
vários milhares de reais para que o Castelinho continue imponente no coração da
cidade, lembrando que ele foi testemunha de importante decisões tomadas desde
antes da emancipação do Município, que era 8º distrito de Passo Fundo. O
Castelinho abrigou por muitos anos a Comissão de Terras Públicas do Rio Grande
do Sul, responsável pela colonização de Erechim e também, antes disso, serviu
de hospital. A obra foi contratada pelo
Sr. Guilherme Franzmann e construído pelo Sr. Germano Müssig, entre 1912 e 1915
e inaugurada em 20 de abril de 1916, e
tem se mantido intacto, exatamente como foi projetado. É a mais antiga
construção em madeira, da cidade.
A madeira (de lei) veio do Município de
Getúlio Vargas e as pedras, que formam os alicerces, foram trazidas das
cabeceiras do Rio Dourado, transportadas pelo Sr. Olinto Zambonatto. O prédio
do Castelinho ocupa uma área equivalente a 603,91 m², representando algo
inédito na América Latina, em sua natureza.
Está tombado como Patrimônio Público pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Em 1988 passou para o domínio do Município. Atualmente, o prédio abriga o Centro de Apoio ao Turista e o Memorial da Comissão de Terras.
Está tombado como Patrimônio Público pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Em 1988 passou para o domínio do Município. Atualmente, o prédio abriga o Centro de Apoio ao Turista e o Memorial da Comissão de Terras.
Voltando ao tempo, é bom
reviver a nossa colonização. Nos primórdios da nossa civilização o território que constitui, hoje, a
região do Alto Uruguai já era habitada pelo homem há
muitos séculos, principalmente pelos indígenas da etnia caingangue.
Grupos guaranis também
ocuparam algumas áreas de menor altitude. É provável que os primeiros
povoadores não indígenas da região tenham sido paulistas descendentes
de bandeirantes que,
instalando-se dispersivamente no território, obtiveram a concessão de tratos de
terra requeridos ao governo do estado. Não foi de forma pacífica, inicialmente,
a posse das terras por esses primeiros povoadores, que tiveram de sustentar,
durante muito tempo, luta tenaz contra os caingangues, conhecidos pelos portugueses como
"coroados".
Firmaram-se, porém, na terra, os poucos posseiros
que povoaram o território encoberto pela floresta e sulcado pela abundante rede
da bacia hidrográfica ocidental dos rios Pelotas-Uruguai.
Por volta de 1887, Augusto de Oliveira Penteado, conhecido por Augusto César,
tendo, como companheiros, João Placidino Machado e Antônio Ferreira de
Albuquerque, empreenderam uma ousada exploração fluvial, da qual elaboraram
circunstanciado relatório que foi enviado à Câmara Municipal de Passo Fundo,
em fins de 1888, contendo as denominações dadas por eles a vários acidentes
geográficos. Em 1908 foi fundada a Colônia Erechim, planejada pelo diretor de
Terras e Colonização Carlos Torres Gonçalves, atendendo
aos princípios
positivistas para tornar-se modelo de colonização. O
empreendimento teve rápido progresso econômico, facilitado não só pela presença de
uma ferrovia,
mas também pelas estradas planejadas durante a concepção da colônia e que
foram construídas de acordo com os traçados previstos. A colônia foi
instalada em 1910, com a chegada dos primeiros 36 colonos: 4 famílias com 28
pessoas e 4 solteiros. A região foi colonizada basicamente por imigrantes de
origem polonesa judaica e,
principalmente, italiana. As primeiras famílias italianas chegaram na cidade
por volta de 1910 através da estrada de ferro. Ainda hoje é possível perceber
interferências dos imigrantes oriundos desses países, especialmente na arquitetura e
na culinária da
cidade. Mas, quem conhece bem a nossa história e possui um excelente acervo
sobre a nossa colonização é o historiador Dr. Altair José Menegati.
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