domingo, 23 de junho de 2013



ACABEM-SE OS PARTIDOS POLÍTICOS
Começam a pipocar na mídia brasileira inúmeras sugestões, após as manifestações contra o preço do transporte público e outras pautas que levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas de todo o Brasil, em protestos nos quais militantes de partidos políticos e movimentos sociais foram hostilizados, o próprio governo que aí está etc.
Ouvi na semana passada pela TV-Senado o pronunciamento do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Durante seu discurso ele defendeu,  no plenário do Senado, o fim dos partidos. Segundo o senador, essa seria uma boa resposta aos protestos ocorridos pelo país inteiro. “ Hoje, nada unifica mais todos os militantes e manifestantes do que a ojeriza, a desconfiança, a crítica aos partidos políticos. Talvez seja a hora de dizermos: estão abolidos todos os partidos. E vamos trabalhar para saber o que é que a gente põe no lugar”, disse o senador eleito por Brasília.
Quem sou eu para contestar a tese do senador por Brasília.
Uma democracia não funciona sem partidos. Não conheço nenhum país no mundo que viva em regime democrático que não tenha partido político. Que os partidos políticos no Brasil parecem  clubes eleitorais, isto sim, é verdade. Não existe nada ainda que substitua partidos. Mais, os atuais partidos não são partidos, são ajuntamentos de pessoas que se lançam para tirar benefícios próprios. Desses políticos que hoje nos representam tanto na Câmara como no Senado, são poucos, muito poucos os que não têm redes de televisão, de rádio, de jornal, ou ligação com banco, e muito mais, principalmente no Norte do Brasil.
A reforma política é algo que tem que esquentar já, aproveitando essa onde de protestos e descontentamentos. Ela teria que vir através da criação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para fazer em um ano a reforma. Uma das soluções seria a criação de novas legendas com a reforma política. Podem até manter a mesma sigla, mas têm que se criar uma identidade ideológica.
Já que o artigo 17 da Carta Magna afirma ser “livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos”, desde que “resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo”, pois que assim seja. Outra ideia: acho até que deveríamos ter eleições avulsas, isto é, permitir que pessoas sem partido se candidatem.
Os atuais partidos estão falidos, o povo não quer mais saber deles. Você, hoje, só é candidato se aceitar os acordos internos dos partidos e só recebe apoio se dançar conforme a música da orquestra.
O Senador Buarque de Holanda tem toda razão. Os partidos existentes hoje são partidos de mentirinha. Aliás quem fez tal afirmação foi o Ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, concluindo que os atuais partidos que nada representam, servem apenas para aglomerar políticos interesseiros e fisiologistas. Existe partido mais fisiologista do que o PMDB? Não preciso nem argumentar. Com a reforma política, é claro que novos partidos serão criados, partidos que realmente representem uma ideia, uma filosofia, um pensamento patrocinado por parte dos cidadãos brasileiros no sentido de melhorar a vida da nação. É preciso urgentemente a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para modificar o Sistema Político Eleitoral. Não podemos deixar passar esta oportunidade de reivindicação do povo brasileiro.
Outra coisa que teria de acabar é a obrigatoriedade do cidadão votar, e que o voto em branco não privilegiasse a legenda partidária que estaria vencendo. Os votos, branco e nulos, deveriam ser considerados como tal. Nesse jogo de cartas marcadas, quem sai perdendo é sempre o povo.
O gigante acordou. Esta foi e continua sendo uma das frases mais  usadas em milhares de cartazes. Pois já que ele despertou não deixemos que durma novamente. Que continue esperto, cada vez mais esperto.

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