sábado, 22 de junho de 2013



OS VINTE CENTAVOS QUE CUSTAM MILHÕES

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos mais sérios políticos deste país, diante dos últimos acontecimentos registrados no Brasil, disse uma frase que retrata toda a onda de descontentamento do povo brasileiro: A corda esticou, deu no que deu.

No ano passado, muita gente festejou uma sequência de acontecimentos que parecia apontar um novo rumo para o país. O Congresso aprovou a Lei da Ficha Limpa (no Senado, por unanimidade!), o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu sentenças num processo que se arrastava a sete anos, condenando empresários, políticos e altos funcionários por envolvimento num esquema de corrupção, e o Executivo, adotando o mesmo tom, demitiu ministros acusados de mal feitos?  Pura, ilusão. A esperança que por um momento animou o Brasil se revelou ser apenas um cortejo ingênuo de nossos sonhos.

Um refluxo conservador tomou a cena e em alguns casos chega a constranger. No Congresso, apenas para citar os casos mais evidentes, estão em marcha articulações para limitar o alcance da Lei da Ficha Limpa e proibir que o Ministério Público, responsável pela maior parte das denúncias e processos contra a corrupção, continue realizando investigações criminais (PEC 37); no campo do judiciário, as condenações do STF deram em nada e, aparentemente, o julgamento continua; no Executivo, ministros afastados retomaram influência e cargos importantes no condomínio do poder.

Deu no que deu. A tolerância da cidadania chegou ao ponto de ruptura. A juventude, que muitos julgavam irremediavelmente embalada por um conformismo e individualismo egoísta, foi às ruas em gigantescas manifestações. Caracterizados inicialmente pela proposta de redução das tarifas de ônibus, os protestos incorporaram um amplo leque de solicitações. Desde o fim da PEC 37, o respeito à Lei da Ficha Limpa e o fim da corrupção e da impunidade, a reivindicações por moradia, saúde, educação e transporte no padrão Fifa de qualidade, para lembrar o equívoco na definição de prioridades e o desperdício de recursos na construção de estádios suntuosos.

As caminhadas e atos públicos massivos já se constituem elas mesmas a própria mensagem. O povo está insatisfeito e disposto a ir além do protagonismo passivo de comparecimento às urnas. A resposta que o Estado brasileiro dará à voz das ruas poderá definir nosso futuro como nação.

Pelo jeito essa onda de protesto e violência não vai parar.

Agora, não pode continuar só na base do protesto. Os líderes desse movimento que organizem uma pauta para discutir com o governo e fazê-lo entender que há que se fazer mudanças na educação, na saúde, na segurança, no bem estar do brasileiro.

Outra coisa, muitos protestos houve contra os partidos políticos, queimaram bandeiras etc., mas, infelizmente, não há democracia sem partidos, é um mal necessário. Sem eles aí é ditadura. Será que não se deram conta disso?

Já que a grande maioria protesta contra tanto abuso e desmando, por que não se candidata nas próximas eleições?

Convençam-se de uma vez por todas, mudanças só virão no dia em que o brasileiro souber votar. Chega de político carreirista. As eleições estão logo aí. Aposto que a maioria dos que hoje protesta votará nessa caterva que hoje nos representa. É por isso que na reforma política deveria constar um artigo que diga que quem se elege uma vez, não pode concorrer a reeleição. Se assim fosse, acabaria de uma vez com o profissionalismo político e a sociedade poderia estar melhor representada, uma vez que a cada quatro anos a limpeza seria geral.

Fica a pergunta: uma lei assim passaria no Congresso?

Para concluir, obrigado aos leitores que me enviaram e-mails pelo que escrevi sobre o "pum" que virou processo judicial. He..he...he... só rindo mesmo.


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