IRMÃ CELESTE
A Congregação das Irmãs Franciscanas,
perdeu na semana passa sua quase centenária, Irmã Maria Celeste Hamester,
Missionária de Maria Auxiliadora, cuja existência dedicou grande parte dela a
vida religiosa e a educação. Conheci a veneranda freira quando ainda criança
durante os anos de 1945 e 1946 ao cursar o primeiro e segundo anos do ensino
fundamental. Além de professora exercia também o cargo de diretora. Vinda de
Santa Clara, Município de Lajeado, em 1928 para estudar no Colégio São José,
sete anos após sua chegada, ingressou na congregação onde permaneceu até
falecer. Com 98 anos de idade e completamente lúcida, Irmã Celeste deixou à
comunidade de Erechim inúmeros exemplos de fidelidade a Deus, a congregação
Franciscana que servia com esmero e dedicação incontida, bem como, a comunidade
educacional de Erechim. Foi uma perda
irreparável. Uma das características personalistas da Irmã Celeste era a
austeridade com que cuidava e administrava o Colégio São José não admitindo dos
alunos a indisciplina. Era inflexível no cumprimento do regimento interno do
colégio. Certa vez, um colega no primeiro ano, filho de um carroceiro (naquele
tempo havia, como eram denominadas, as carroças de praça, ou seja, veículo de
aluguel puxado por cavalos, para transporte de cargas), durante o recreio pulou
a cerca que dividia o pátio com uma pequena horta cuidada pelas freiras. Nessa
pequena horta existia um pé de limas, e esse meu colega furtou algumas frutas.
Horas depois foi descoberta a traquinice
cometida e veio a decretação do castigo: a palmatória. Ainda guardo na
lembrança a execução da pena: a Irmã professora em sua banca em pé com todos os
alunos da classe, ao lado a Irmã Celeste com uma régua de mais ou menos 50cm de
comprimento por 5cm de largura e o infrator. Imagina o que aconteceu!
Foi uma cena humilhante, mas exemplar!
Naquela época, para quem praticasse
falta grave a correição era executada na base da palmatória. Hoje, os tempos
são outros. Rendo minha modesta homenagem a Irmã Celeste agradecido pelos
primeiros ensinamentos que recebi, sob sua orientação. Pelo menos, nenhum dos
meus colegas daquele tempo saiu ladrão ou corrupto. A falecida veneranda freira
franciscana deixa ás gerações futuras uma das conquistas mais bonitas da sua vida
religiosa: a beatificação e canonização da fundadora da congregação, Santa
Maria Bernarda Butler. Foram 20 anos de muito trabalho, desvelo e dedicação a
essa causa. Mas, ela conseguiu. Ao manifestar meu pesar a Irmã Cassilda Prigol,
atual Diretora do São José e demais Irmãs da Congregação, professores e
servidores do colégio, expresso o sentimento de saudade daquela que me ensinou
amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Ao saber na
notícia rezei por ela. Se for verdade que o céu é o limite e que Deus acolhe
seus filhos amados, a Irmã Celeste está com Ele.
Protestos
O Brasil assistiu nesta segunda-feira as
barbaridades cometidas por grupos extremados infiltrados na grande massa humana
que realizou em várias capitais do país um movimento contra “o aumento de
passagens de ônibus”. Na verdade, não foi somente o custo das passagens, foi,
sim, contra a orgia gasta com a construção de estádios de futebol para a Copa
do Mundo, a corrupção desenfreada e o comportamento de alguns políticos deste
país. Vejo essas manifestações como um aviso. A população está cansada,
exaurida de pedir mais saúde, segurança, educação, punição para os corruptos e
reformas. A manifestação popular foi legítima, porém jamais se pode dizer a
mesma coisa do vandalismo cometido. Esses exageros de quebra-quebra me fazem
lembrar a estória do síndico do edifício. Certo dia ele resolveu protestar e
começou a depredar o prédio onde morava. O cara estava tão cego que não se deu
conta que aquilo que estava vandalizando era a sua própria casa. Pois, foi o
que ocorreu com os ônibus da Carris, em Porto Alegre.
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