segunda-feira, 11 de março de 2013

ELEIÇÃO DO PAPA COMEÇA NESTA TERÇA-FEIRA
Começa nesta terça-feira o conclave que escolherá o novo pontífice católico, em substituição a Bento XVI que renunciou dia 28 de fevereiro último. Cento e quinze cardeais compõe o colégio eleitoral. Hoje pela manhã está sendo realizada uma missa na basílica de São Pedro e a tarde todos os cardeais entram para o conclave. Tudo é decidido no mais absoluto sigilo. Apenas dois cardeais não participarão do conclave: o indonésio Julius Riyadi Darmaatmadja, por motivos de saúde, e o escocês Keith O'Brien, que renunciou por razões pessoais, após reconhecer condutas sexuais impróprias nos anos 1980.
É provável que o novo papa seja escolhido e anunciado ao mundo ainda antes da Páscoa. Na escolha de Bento XVI, em 2005, os cardeais decidiram a escolha em apenas dois dias. Mas já houve casos em que a eleição durou três meses e meio, foi na escolha de Pio VII, em 1799. O local onde será feita a escolha do sucessor de Pedro é a Capela Sistina, antiga Capela Magna, restaurada pelo papa Sisto IV, entre 1477 e 1480. No seu interior estará reunido o colégio cardinalício formado por 115 cardeais que, num processo eleitoral próprio escolherá o sucessor de Bento XVI. A Capela Sistina, local do conclave é de uma magnificência e grandiosidade ímpares. Ela está situada no Palácio Apostólico, residência oficial do papa na Cidade do Vaticano. É famosa pela sua arquitetura, inspirada no Templo de Salomão, do Antigo Testamento, e sua decoração é toda em afrescos. Um dos maiores gênios artísticos de todos os tempos, Michelangelo Buonarroti pintou afrescos na abóboda e Juízo Final em 1482. Na primeira missa, Sisto IV consagrou-a em honra a Nossa Senhora da Assunção, em 15 de agosto de 1483. A parede do altar foi destinada a conservar a maior pintura na qual Michaelangelo dedicou todo o seu engenho e força: O Juízo Final. Hoje é o local onde se realiza o conclave, processo pelo qual um novo Papa é escolhido. Precisamente, na parede esquerda, a partir do altar, estão as cenas do Velho Testamento a representar: Moisés a caminho do Egito e a circuncisão de seus filhos, obra de Pinturicchio; Cenas da Vida de Moisés, de Botticelli; Passagem do Mar Vermelho, de Cosimo Rosselli; Moisés no Monte Sinai e a Adoração do Bezerro de Ouro, de Rosselli; A Punição de Korah, Natan e Abiram, de Botticelli; A Morte de Moisés, de Lucas Signorelli. Na parte direita, também a partir do altar, as cenas do Novo Testamento: O Batismo de Jesus, de Pinturicchio; Tentação de Cristo e a Purificação do Leproso, de Botticelli; Vocação dos Apóstolos, de Ghirlandaio e o Sermão da Montanha, de Rosselli. É difícil acreditar que tenha sido obra de um só homem, pois dispensara os assistentes que havia contratado inicialmente, insatisfeito com a produção destes, e que o mesmo ainda encontraria forças para, duas décadas depois,  retornar ao local e pintar na parede do altar.
Foi o papa Nicolas II quem instituiu, em 1509, um decreto tornando a participação na votação exclusiva aos cardeais. Antes disso, era o clero e o povo quem apontava o representante máximo da Igreja Católica. Quando o novo pontífice é eleito, ele recebe um nome especial para honrar uma tradição iniciada ainda com o primeiro líder da Igreja Católica. Segundo a historiografia cristã, Jesus mudou o nome do pescador Simão, um dos seus apóstolos, quando o escolheu para ser seu representante na terra, dizendo: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja". Simão se tornou São Pedro e desde então cada papa eleito indica o nome que lhe agrada. Cada cardeal indica o colega que quer como papa e vota secretamente num cálice. No fim de cada rodada, os votos são contados e queimados. Quando um cardeal atinge dois terços mais um dos votos, ou a maioria simples, o camerlengo pergunta ao vitorioso se ele aceita ser papa e qual nome deseja usar. Depois vai ao balcão de pregações na Basílica de São Pedro e diz a famosa frase: Habemus papam, ou seja, "temos um papa".
 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário