quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

PARA OS INIMIGOS DO REI...
Tenho para mim como um candidato muito bem preparado para ás próximas eleições a prefeito de Erechim, Luiz Antônio Tirello (PTB). Ouvi sua entrevista em programa de rádio local que durou mais de uma hora, no sábado, (7), à noite, e fiquei atento as suas manifestações e questionamentos que lhe eram feitos. As respostas foram inteligentes, equilibradas, demonstrando estar a par de tudo o que aqui se passa, dos problemas que devem encontrar solução nas diferentes áreas administrativas, embora esteja afastado pelo cargo que ocupa na direção da Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE.
Em nenhum momento foi vacilante, antiético e crítico exacerbado. Pelo contrário, elogiou seu ex-companheiro de administração por dois mandatos, Elói Zanella; lembrou os governos de José Mandelli Filho, de Irani Jayme Farina (criador do Distrito Industrial e URI); na CEEE apontou a passagem de Affonso dos Santos Taques e Ivan Taques, pai e filho, que deixaram marcas na empresa, e usou de comedimento para falar sobre a administração atual de Paulo Polis.
Tirello confessou que vive um momento de muita angústia pelo fato de ter sido condenado pela Justiça Eleitoral, por algo que não chega aos pés dos cometidos por um Jader Barbalho, por exemplo, e tantos outros corruptos deste país. Tudo por causa de uma carta distribuída durante a campanha eleitoral em que assegurava a continuidade do trabalho do ex-deputado Iradir Petróski, que deixava de concorrer para assumir uma vaga no Tribunal de Contas. Trabalho este de auxilio aos necessitados que se hospedam em albergues na capital do Estado.
Luiz Antônio Tirello nunca teve albergue em Porto Alegre.
Entenda o caso.
Conforme o Ministério Público Eleitoral, Tirello pediu votos, em 2010, prometendo em troca manter os serviços de um albergue no Centro da Capital e por causa disso o TER cassou por unanimidade, o seu mandato de primeiro suplente. De acordo com a denúncia do Ministério Público Eleitoral, o então candidato assumiu o comando de um albergue, antes administrado pelo ex-deputado e agora conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Iradir Pietroski, e pediu votos, no pleito de 2010, em troca da manutenção do trabalho assistencial.
Ao embasar o pedido, o MPE elencou relatos de testemunhas e uma carta, enviada por ele, Tirello, a eleitores, na qual relembrava os préstimos oferecidos pelo albergue, localizado na Av.Duque de Caxias, em Porto Alegre. O voto do relator do processo, Eduardo Kothe Werlang, destacou que ficou clara a "oferta e promessa a eleitores efetivada em meio à eleição", lembrando que a carta citada pelo MPE era dirigida não apenas a "eleitores, mas a clientes do albergue".
Além da cassação do diploma, Luiz Antônio Tirello foi condenado a pagar multa de R$ 10,6 mil. Como segundo suplente do PTB tornando-se o primeiro após Luís Augusto Lara ocupar a Secretaria do Trabalho no governo gaúcho, estaria na iminência de assumir uma cadeira, este ano no parlamento gaúcho diante de novas composições no governo previstas para 2012. O caso está subjudice no TSE, tendo o advogado Antonio Augusto Meyer dos Santos alegado que existe jurisprudência afirmando que pedir votos por meio do envio de cartas a eleitores não é ilegal.
Enquanto isto os deputados Gérson Burmann (PDT), Adroaldo Loureiro (PDT), Aloísio Classmann (PTB), Giovani Cherini (PDT), Pompeo de Mattos (PDT), deputado federal Vilson Covatti (PP) e a mulher, a deputada estadual Silvana Covatti (PP), o deputado federal Osvaldo Biolchi (PMDB) e filho, o deputado estadual Márcio Biolchi, ambos do PMDB, que mantinham esse mesmo serviço social, saíram ilesos, isto é, não sofreram nenhuma sanção e continuam exercendo seus mandatos.
Tudo isto é muito estranho e complicado. Como explicar ao leigo, ao eleitor menos esclarecido, por que Tirello foi cassado e os demais não?
A impressão que fica é o que diz a máxima: para os inimigos do rei os rigores da lei, mas para os amigos do rei, os benefícios da lei. É a impressão que fica!

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