sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

COMO É BOM SER FUNCIONÁRIO FANTASMA
Estas notícias a sociedade precisa saber. Considerado o número dois na hierarquia pedetista, o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, destacou-se nos últimos meses como um dos principais líderes da “tropa de choque” que tentou, em vão, manter no cargo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado da legenda. Além da inabalável parceria partidária, os dois têm outra coisa em comum: recebiam salário da Câmara enquanto cumpriam exclusivamente atividades partidárias. Maneca, como é mais conhecido o secretário-geral do PDT, está lotado na liderança do partido na Câmara. Era lá também que estava lotado Carlos Lupi até 2006, como mostrou reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Mas não fica por lá, como admite o próprio líder, Giovanni Queiroz (PDT-PA). Presidente estadual da sigla em Santa Catarina, ele passa parte do tempo no estado natal. Quando está em Brasília, fica na sede do diretório nacional, localizado a poucos metros do Congresso Nacional.
Desde 12 de setembro, o secretário-geral do PDT ocupa um cargo em comissão de natureza especial (CNE) e recebe um dos maiores salários da liderança, R$ 12 mil por mês. De acordo com as normas da Câmara, quem ocupa esse tipo de cargo precisa exercer funções técnicas de auxílio administrativo em departamentos como lideranças partidárias e secretarias, sempre dentro da Casa. O que não é o caso de Maneca. Manoel Dias recebeu recentemente juntamente com outra 38 pessoas, a Medalha do Mérito Legislativo, dada pela Câmara a personalidades que prestam serviços de relevância à sociedade. Na cerimônia de entrega das medalhas, o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), disse que a honraria expressa o agradecimento da Câmara pelo trabalho ético e pela responsabilidade cívica dos agraciados. Dois dias após a homenagem a Manoel Dias, a Câmara anunciou a instauração de uma comissão de sindicância para apurar se Carlos Lupi foi funcionário fantasma da Casa, também lotado na liderança do PDT, entre 2000 e 2006. A sindicância vai avaliar, ainda, se o ex-ministro acumulou o cargo de natureza especial em Brasília com uma assessoria na Câmara Municipal do Rio.
Essa história de receber da Câmara e das Assembleias Legislativas sem necessitar estar presente ao local de trabalho não é de agora. É um hábito antigo e que perdura até nos dias atuais. Nas sedes de partidos regionais, como Porto Alegre, por exemplo, estão trabalhando vários servidores que são contemplados com Cargos de Confiança, para exercer função no partido, isto é certo ou errado?

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