Você
é um indivíduo supersticioso?
Eu
não, nunca fui. E nunca acreditei no que a supertição leva a pessoa a acreditar
em algo que a própria ciência não corrobora. Para aqueles que não sabem o que é
essa crendice popular vamos tentar explicar. Superstição é na verdade uma espécie de imaginação. As superstições são
criadas pelo povo e costuma passar de geração para geração.
Como
funcionam as superstições?
Por
desconhecimento das causas e efeitos de determinados fenômenos científicos,
muitas pessoas atribuem explicações sem sentido racional e, portanto, falsos.
As
supertições podem até atrapalhar a vida das pessoas. Podemos citar como exemplo
o caso de alguém que deixa de fazer determinadas coisas num dia de sexta-feira
13, como deixar de cortar a barba, cruzar a rua se um gato preto estiver por
perto, quebrar espelho, etc. Não há nenhuma explicação científica que prevê que
este dia atrai azar, porém muitos indivíduos acreditam nisso como se fosse uma
verdade. A superstição acaba, repito, atrapalhando a vida de uma pessoa.
Há
quem afirme que quebrar um espelho provoca sete anos de azar na vida de quem
quebrou; passar por debaixo de escada; deixar um sapato ou chinelo de cabeça
para baixo pode provocar a morte da mãe; abrir guarda-chuva dentro de casa pode
atrair morte; toda sexta-feira 13 é um
dia perigoso e podem ocorrer fatos ruins para as pessoas; assim como, achar um trevo
de quatro folhas trás sorte; pé de coelho trás sorte; jogar moedas numa fonte
de água pode realizar um desejo da pessoa que jogou; bater três vezes numa
madeira pode evitar eventos ruins. E tem ainda quem faz na virada do ano, dia
31, trouxinhas com escama de peixe e lentilha para que os que usarem na
carteira traga dinheiro e sorte para novos projetos. Para não dizer que nunca
experimentei, estaria mentindo. Dos amuletos que usei, nenhum deu certo. Ou sou
muito azarado mesmo, ou esse tipo de crendice não funciona.
Abrir
guarda-chuva dentro de casa, segundo a crendice, pode atrair morte da mãe. Mas,
e quem não tem mãe?
A supertição surgiu da
mitologia e do
o folclore. Eles estão repletos de histórias sobre as
propriedades sobrenaturais, fornecendo algumas pistas para a origem dessa
superstição. O exemplo mais famoso é o mito da Grécia antiga sobre Narciso, que
se apaixonou pela própria imagem refletida num lago, mas morreu de inanição ao
passar o resto da vida tentando acariciá-la. Essa história mostra que a beleza,
assim como o reflexo, é efêmera e transitória. "A quebra da imagem
representa simbolicamente a própria morte", diz o helenista Antônio Medina
Rodrigues, da USP. Também na Grécia antiga um método de adivinhação chamado
catoptromancia deu outro impulso importante à superstição. Provável precursor
da bola de cristal, o método consistia em usar um copo raso ou uma tigela de
louça com água para refletir a imagem da pessoa que queria saber
de sua sorte. Se durante a sessão o recipiente caísse e quebrasse, significava
que a pessoa iria morrer ou os dias vindouros seriam catastróficos.
Os romanos adotaram esse costume de adivinhação
grega, acrescentando que a má sorte se estenderia por sete anos, tempo que
acreditavam levar para se iniciar um novo ciclo de vida do ser
humano. O pânico diante da possibilidade de que o reflexo fosse quebrado
existia porque a imagem refletida era tida como a própria alma da pessoa. Esse
tipo de interpretação explica o aparecimento de outras lendas
posteriores, como a de que os vampiros não aparecem no espelho - justamente por
não terem alma. Quando surgiram os primeiros espelhos de vidro, no século 16,
na cidade de Veneza, na Itália, a superstição passou a ter também uma
grande utilidade econômica. Como os espelhos custavam caro, os serviçais que os
limpavam eram advertidos de que quebrá-los traria muito azar. Essa crendice se
tornou tão popular no mundo inteiro que até um antídoto para ela acabou sendo
inventado. Quem der o azar de quebrar um espelho, precisa moer os cacos até
eliminar qualquer reflexo, ou então enterrá-los no chão. Simples, não?
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