Não era este o título da reportagem que
li na semana passada através de um jornal de grande circulação no Rio Grande do
Sul, mas o importante é o seu conteúdo, a ideia, os benefícios, a concepção de
um pensamento que preencheria uma lacuna, principalmente para pessoas de baixa
renda e que necessitam de remédios caros para seu tratamento de saúde.
Eu não sabia, existe em Porto Alegre um Banco de Remédios
que presta serviço gratuito, auxiliando a quem precisa, de medicamentos que
muitas vezes o doente não tem condições de comprar. E justamente a sugestão da
criação desse Banco de Remédios, nasceu da ideia de um transplantado, Dámaso
MacMillan, que teve cirurgia de transplante de rim e sofreu na própria carne a
dificuldade em conseguir remédios caros. Felizmente nos dias atuais ele não
precisa mais tomar a medicação. O seu caso é considerado raro entre os
transplantados no nosso Estado.
MacMillan, por não haver mais
necessidade de tomar remédio, percebeu que inúmeros pacientes como ele deixavam
sobrar cartelas, e muitas vezes caixas com comprimidos ainda em bom estado de
uso. A partir daí, começou a reunir sobras como se fosse uma verdadeira
farmácia informal, nascendo desta forma a ideia de formar um Banco de Remédios. Já existe há oito anos.
Hoje o banco mantém em estoque medicamentos que são colocados á disposição das
pessoas que são antes cadastradas e que possuam receita médica, e o que é mais
importante, ninguém paga nada. É de graça. O Banco de Remédios funciona no
Mercado Público. A entidade já tem cadastradas cerca de mil e quinhentas
pessoas. No estoque existe desde analgésicos, pílulas anticoncepcionais, até
medicamentos para quem possui problemas mais graves. Para receber os remédios
um dos requisitos é se cadastrar e pagar uma contribuição mensal de R$ 20 para
ajudar a cobrir despesas de manutenção do local. O Banco de Remédios não recebe
nenhum tipo de apoio do governo. Damáso Macmillan explica que os pedidos e
doações são aceitos pessoalmente, por telefone e até via redes sociais.
Para se cadastrar basta a pessoa
apresentar Carteira de Identidade, CPF, Comprovante de Residência, Cartão do
SUS e Receita médica.
Quem sabe aí está uma boa ideia de se
formar também no interior um organismo semelhante. Para tanto basta que pessoas
como Macmillan se disponham a prestar esse tipo de serviço voluntário em
benefício de pacientes carentes, que muitas vezes por falta de meios, não
conseguem adquirir remédios para seus problemas.
Em Erechim existe a farmácia mantida
pela Prefeitura, eu sei, mas nem sempre lá o paciente encontra certos tipos de
medicamentos. A farmácia é mais para atender pessoas que tenham problemas mais
comuns de saúde. É uma farmácia básica. Se você precisa de Interferon, por
exemplo, lá não encontra, além de outros remédios mais caros. Agora estou
lembrado que em Erechim já houve há muitos anos trabalho social semelhante. Era
realizado pela Sociedade Beneficente José Bonifácio e recordo que quem se
dedicava a esse trabalho era o coletor estadual, Santo Severo dos Santos,
também ligado na época à Legião da Boa Vontade. Fica aqui a dica para formarmos,
quem sabe, em nossa cidade um Banco de
Medicamentos para servir a coletividade menos favorecida. Afinal, tem tanta
entidade filantrópica que só faz campanha de Natal e distribui roupas no
inverno para carentes. Por que não auxiliar os doentes que necessitam de
remédios e não podem comprar?
E o problema do leite, heim? Mesmo sujeito
a cadeia de 4 a 8 anos, pessoas descerebradas continuam praticando crimes
contra a saúde pública. Agora até água oxigenada misturam no leite. Não basta
apenas cadeia, seria preciso castigar essas pessoas, por exemplo, com a perda
do caminhão se for transportador e do registro de produtor de leite se assim for.
Só cadeia não resolve. É preciso fazer o desumano cidadão que pratica tais
crimes sentir no seu bolso, no seu patrimônio.
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