sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A CULPA É DO SAMU

Um homem morreu em Porto Alegre pela falta de atendimento de urgência. A ambulância do SAMU chamada por populares levou 40 minutos para atender uma pessoa que sofreu uma parada cardíaca na Praça 15, próximo ao Mercado Público, no centro.
Muitos protestaram, e os responsáveis pelo serviço alegaram que a demora foi de apenas 11 minutos. Quarenta testemunhas disseram a mesma coisa, que houve retardamento de mais de meia hora entre o chamado e o atendimento. Com quem está a razão?
O problema é sempre o malsucedido diálogo padrão imposto pelo sistema SAMU. Quem faz o chamado precisa ser quase um médico para responder as perguntas de quem está do outro lado da linha telefônica.
Fornecer o endereço da ocorrência, o motivo do chamado,  o local; o que aconteceu, (relatar sucintamente o quadro do paciente) se ele está desacordado, sangrando, se foi atropelado, se caiu, se está respirando, ou se está falando, tudo isso é fácil. O difícil é constatar se o doente teve um enfarto; convulsão; ataque epilético etc. O ruim, e o que atrasa o atendimento, é o tempo gasto no diálogo entre a(o) atendente e quem pede o serviço de urgência. Só depois desta longa confidência, como denominam checar as informações, elas são passada ao médico, que por sua vez, avalia o quadro e libera a ambulância.
Enquanto ocorre toda esta tagarelice o doente morre.
Não é a primeira vez que situações idênticas tenham ocorrido. No caso do cidadão porto-alegrense foi enfarto. Como é que a criatura que é leiga, as vezes analfabeta, não sabe nem explicar, vai descrever o problema?
Mas, o cidadão enfartado mesmo tendo sido socorrido por populares e brigadianos que se encontravam na área coincidentemente, e lhe fizeram massagem cardíaca, acabou morrendo a caminho do Pronto Socoro.
O SAMU mais complica do que simplifica. Até explicar que tomada de luz não é focinho de porco o paciente morre. E agora de quem é a responsabilidade?
O Samu que é mantido com dinheiro público, público esse que paga imposto, que paga o salário do funcionário, o telefone, o computador, o mobiliário, o veículo, o combustível e o uniforme, oferecer um atendimento dessa condição, é intolerante, vil, revoltante e inadmissível.
O governo já deveria ter reformulado o sistema de atendimento do SAMU, que comprovadamente o torna ineficaz, na medida em que por culpa do seu  centralismo gerencial e burocrático, teima em mantê-lo intocado. Já não morreu gente que chega pela sua desídia e descaso com a vida humana?
Obstinar-se por um serviço imprestável, afora provocar um dissabor repulsivo,  que causa a infelicidade e revolta muitas pessoas já há muito tempo o governo deveria rever esse  desmazelado sistema.
Toda vez que ouço falar em SAMU lembro daquele acidente em que morreu aquela jovem que estava na garupa de seu namorado na estrada entre Erechim e Barão de Cotegipe. Foi parecido com o homem que morreu em Porto Alegre. Até ligar do local do acidente para Porto Alegre e liberar a ambulância o tempo passou e a moça faleceu.
Tem que haver uma solução. A população não pode mais continuar a mercê da tecnocracia incompetente daqueles que só ficam sentados em salas com ar condicionado decidindo pela sorte da vida humana. Aliás, este é um assunto interessante que os deputados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, analisassem com profundidade e responsabilidade. Fica aqui a sugestão. São membros da Comissão: Adilson Trocca,PSDB, Pedro Pereira,PSDB, Marcos Denaluz, PT,Maria Helena Sartori,PMDB, Silvana Covatti, PP, Carlos Gomes,PR, Marisa Formolo,PT, Dr. Bassegio, PDT, Gilberto Capoani, PMDB, Gilmar Sossela,PDT, Catarina Paladino,PSB e Jurandir Maciel, PTB.

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