Um homem morreu em Porto Alegre pela
falta de atendimento de urgência. A ambulância do SAMU chamada por populares levou
40 minutos para atender uma pessoa que sofreu uma parada cardíaca na Praça 15,
próximo ao Mercado Público, no centro.
Muitos protestaram, e os responsáveis
pelo serviço alegaram que a demora foi de apenas 11 minutos. Quarenta
testemunhas disseram a mesma coisa, que houve retardamento de mais de meia hora
entre o chamado e o atendimento. Com quem está a razão?
O problema é sempre o malsucedido
diálogo padrão imposto pelo sistema SAMU. Quem faz o chamado precisa ser quase
um médico para responder as perguntas de quem está do outro lado da linha telefônica.
Fornecer o endereço da ocorrência, o
motivo do chamado, o local; o que
aconteceu, (relatar sucintamente o quadro do paciente) se ele está desacordado,
sangrando, se foi atropelado, se caiu, se está respirando, ou se está falando,
tudo isso é fácil. O difícil é constatar se o doente teve um enfarto; convulsão;
ataque epilético etc. O ruim, e o que atrasa o atendimento, é o tempo gasto no
diálogo entre a(o) atendente e quem pede o serviço de urgência. Só depois desta
longa confidência, como denominam checar as informações, elas são passada ao
médico, que por sua vez, avalia o quadro e libera a ambulância.
Enquanto ocorre toda esta tagarelice o
doente morre.
Não é a primeira vez que situações
idênticas tenham ocorrido. No caso do cidadão porto-alegrense foi enfarto. Como
é que a criatura que é leiga, as vezes analfabeta, não sabe nem explicar, vai
descrever o problema?
Mas, o cidadão enfartado mesmo tendo
sido socorrido por populares e brigadianos que se encontravam na área
coincidentemente, e lhe fizeram massagem cardíaca, acabou morrendo a caminho do
Pronto Socoro.
O SAMU mais complica do que simplifica. Até
explicar que tomada de luz não é focinho de porco o paciente morre. E agora de
quem é a responsabilidade?
O Samu que é mantido com dinheiro
público, público esse que paga imposto, que paga o salário do funcionário, o
telefone, o computador, o mobiliário, o veículo, o combustível e o uniforme, oferecer
um atendimento dessa condição, é intolerante, vil, revoltante e inadmissível.
O governo já deveria ter reformulado o
sistema de atendimento do SAMU, que comprovadamente o torna ineficaz, na medida
em que por culpa do seu centralismo
gerencial e burocrático, teima em mantê-lo intocado. Já não morreu gente que
chega pela sua desídia e descaso com a vida humana?
Obstinar-se por um serviço imprestável, afora
provocar um dissabor repulsivo, que causa
a infelicidade e revolta muitas pessoas já há muito tempo o governo deveria
rever esse desmazelado sistema.
Toda vez que ouço falar em SAMU lembro
daquele acidente em que morreu aquela jovem que estava na garupa de seu
namorado na estrada entre Erechim e Barão de Cotegipe. Foi parecido com o homem
que morreu em Porto Alegre. Até ligar do local do acidente para Porto Alegre e
liberar a ambulância o tempo passou e a moça faleceu.
Tem que haver uma solução. A população
não pode mais continuar a mercê da tecnocracia incompetente daqueles que só
ficam sentados em salas com ar condicionado decidindo pela sorte da vida
humana. Aliás, este é um assunto interessante que os deputados da Comissão de
Saúde da Assembleia Legislativa, analisassem com profundidade e
responsabilidade. Fica aqui a sugestão. São membros da Comissão: Adilson
Trocca,PSDB, Pedro Pereira,PSDB, Marcos Denaluz, PT,Maria Helena Sartori,PMDB,
Silvana Covatti, PP, Carlos Gomes,PR, Marisa Formolo,PT, Dr. Bassegio, PDT,
Gilberto Capoani, PMDB, Gilmar Sossela,PDT, Catarina Paladino,PSB e Jurandir
Maciel, PTB.
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