segunda-feira, 18 de novembro de 2013

AÉROOOOOOOOOOOOOOOOOWILLYS

O Rádio da Região do Alto Uruguai está de luto. Morreu Euclides Tramontini (Nanico), aos 82 anos de idade depois de receber todos os cuidados médicos em Passo Fundo.
O Tramontini, já contei aqui há algum tempo, foi o responsável pela minha formação rádio-jornalistica. Ele nasceu praticamente com a Rádio Erechim, ZYF-7, em 1947, tendo sido contratato como auxiliar de escriturário e por sua persistência e gostar do que fazia, foi ao longo dos anos sendo promovido a outro cargos, chegando a gerência local. A emissora pertencia a famosa rede de Emissoras Reunidas Rádio Cultura Ltda, de Alnaldo Balvé, de quem se afastou por aposentadoria. A organização muito deve a Euclides Tramontini. Hoje, a empresa não existe mais, tomou outra denominação após ter sido vendida.
Tem coisas que o tempo não apaga. Várias promoções com a força da voz do Tramontini e do seu microfone ascenderam em Erechim, foi um verdadeiro bandeirante. Apenas algumas delas: Carnaval de Rua e a instituição por vários anos, do Concurso Rainha do Carnaval; as primeiras transmissões esportivas; primeiros programas de auditório. Lembro o Gurilândia Clube que ele produzia e apresentava dos salões de madeira do velho Ypiranga F.C., na Rua Alemanha, antes do incêndio; Um piano dentro da noite, com Osvaldinho Engel, programa ao vivo, e o inigualável Repórter Autolândia, uma imitação do repórter Esso.
O que tornou o noticiário tradicional e inesquecível foi a maneira como Euiclides Tramontini encerrava suas edições. O patrocinador era concessionário da Willys Overland do Brasil e o noticiário, obviamente, tinha como objetivo principal a publicidade do produto, Willys. Para os que não são da época, imagine ao final de cada edição o locutor (Tramontini) ao se despedir e anunciar a próxima apresentação. Ao pronunciar o nome do automóvel ele alongava assim: (...) AéroooooooooooooooooooooooWillys. Era a sua marca. Tinha apresentações que a pronúncia chegava a 30 segundos. Era uma loucura.
Transmissões locais e fora da cidade, entrevistas, tudo era com ele. Por muitos anos foi narrador de futeból, em fim, Euclides Tramontini constituía-se o próprio rádio.
Como tudo nesta vida acaba, e por mais que queiramos não há como mudar os planos de Deus, chegou a hora e a vez do nosso estimado radialista que por mais de 50 anos foi um verdadeiro paladino da comunicação em nossa região.
Puxa vida, este ano já perdi vários amigos inesquecíveis: o Helly, o Abal, o Galli e agora o Tramontini.
Ao final destas mal traçadas linhas resta-me, além da lembrança que fica do amigo e estimulador, apresentar a sua família, esposa Ercy e filhos, Liliane, Márcia e Euclides Júnior minhas condolências.
 

 

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