O
Rádio da Região do Alto Uruguai está de luto. Morreu Euclides Tramontini
(Nanico), aos 82 anos de idade depois de receber todos os cuidados médicos em
Passo Fundo.
O
Tramontini, já contei aqui há algum tempo, foi o responsável pela minha
formação rádio-jornalistica. Ele nasceu praticamente com a Rádio Erechim,
ZYF-7, em 1947, tendo sido contratato como auxiliar de escriturário e por sua
persistência e gostar do que fazia, foi ao longo dos anos sendo promovido a
outro cargos, chegando a gerência local. A emissora pertencia a famosa rede de
Emissoras Reunidas Rádio Cultura Ltda, de Alnaldo Balvé, de quem se afastou por
aposentadoria. A organização muito deve a Euclides Tramontini. Hoje, a empresa não
existe mais, tomou outra denominação após ter sido vendida.
Tem
coisas que o tempo não apaga. Várias promoções com a força da voz do Tramontini
e do seu microfone ascenderam em Erechim, foi um verdadeiro bandeirante. Apenas
algumas delas: Carnaval de Rua e a instituição por vários anos, do Concurso
Rainha do Carnaval; as primeiras transmissões esportivas; primeiros programas
de auditório. Lembro o Gurilândia Clube que ele produzia e apresentava dos
salões de madeira do velho Ypiranga F.C., na Rua Alemanha, antes do incêndio;
Um piano dentro da noite, com Osvaldinho Engel, programa ao vivo, e o inigualável
Repórter Autolândia, uma imitação do repórter Esso.
O
que tornou o noticiário tradicional e inesquecível foi a maneira como Euiclides
Tramontini encerrava suas edições. O patrocinador era concessionário da Willys
Overland do Brasil e o noticiário, obviamente, tinha como objetivo principal a
publicidade do produto, Willys. Para os que não são da época, imagine ao final
de cada edição o locutor (Tramontini) ao se despedir e anunciar a próxima apresentação.
Ao pronunciar o nome do automóvel ele alongava assim: (...) AéroooooooooooooooooooooooWillys.
Era a sua marca. Tinha apresentações que a pronúncia chegava a 30 segundos. Era
uma loucura.
Transmissões
locais e fora da cidade, entrevistas, tudo era com ele. Por muitos anos foi
narrador de futeból, em fim, Euclides Tramontini constituía-se o próprio rádio.
Como
tudo nesta vida acaba, e por mais que queiramos não há como mudar os planos de
Deus, chegou a hora e a vez do nosso estimado radialista que por mais de 50
anos foi um verdadeiro paladino da comunicação em nossa região.
Puxa
vida, este ano já perdi vários amigos inesquecíveis: o Helly, o Abal, o Galli e
agora o Tramontini.
Ao
final destas mal traçadas linhas resta-me, além da lembrança que fica do amigo
e estimulador, apresentar a sua família, esposa Ercy e filhos, Liliane, Márcia
e Euclides Júnior minhas condolências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário