O TAGARELA
As mulheres que me desculpem. Dizem
ser elas as que falam mais que os homens. Seriam, em outras palavras,
tagarelas. Mas, há um motivo que explica. A mulher é mais comunicativa que o
homem, por isso fala até pelos cotovelos.
Agora, você já viu homem tagarela? É
raro, não é? Mas existe. E como é chato ouvir um sujeito que não para de falar,
até dormindo fala.
Sempre quando migro de uma cidade
para outra, principalmente de ônibus, procuro observar o comportamento das
pessoas durante a viagem. Tem aquele que nem bem o ônibus parte já dorme, e o
que é pior, ronca.
Há também aquele que é apaixonado por telefone celular. A viagem
inicia e ele ou ela, liga para dizer: "já estamos partindo". Mais
alguns minutos e nova ligação para informar que se encontra no meio da
viagem e, mais algumas horas, "cheguei
bem". E o camarada que é tagarela, que passa o tempo todo falando. Nesta
minha última viagem de Erechim a Porto Alegre um sujeito sentou atrás do meu
banco e só foi parar de conversar quando já estávamos em Canoas. Queria ler um
livro que trazia e não consegui, pois o sujeito me tirava a concentração. Houve
um momento que a sua companheira sentada ao lado quis aparteá-lo e ele foi logo emendando: não me interrompa!
Imagina!!!
O tempo todo esse cidadão veio
conversando sobre tudo o que você possa imaginar. Assuntos profissionais,
familiares, políticos, religiosos, sociais foram passados a limpo pelo tagarela
passageiro.
Mas, há também os apressadinhos,
aqueles que faltando cerca de cinco quilômetros para o ônibus estacionar na
estação rodoviária, saem do último banco e se plantam na porta de saída, exatamente
como a velha máxima "os últimos serão os primeiros".
Acho isso uma tremenda falta de
educação para os que estão a sua frente. Com certeza, são pessoas que sofrem de
fobia, que tem aversão a alguma coisa, medo mórbido, ou mal educados mesmo.
Mudando um pouco de assunto. O
governador Tarso Genro convidou para um café da manhã no Galpão Crioulo do
Piratini, a bancada federal do Rio Grande do Sul no Congresso Nacional. Dos 31
deputados apenas 11 compareceram e a senadora Ana Amélia Lemos. Nem mesmo o
correligionário senador de Tarso esteve presente. Os assuntos com a bancada
diziam respeito a projetos de interesse do Estado que tramitam em Brasília,
entre eles o que trata da reforma fiscal.
No nordeste um governador que
promovesse um café da manhã para discutir assuntos do seu estado, nenhum convidado
faltaria. O nordestino, podem dizer o que quiserem, eles brigam (no bom
sentido) pelas suas ideias e pelos seus direitos, mas, na hora do pega, todos
se dão as mãos. A falta de gauchismo põe a perder tudo o que de bom e de melhor
se pode conquistar em Brasília.
Vou arriscar uma opinião: mais uma
vez o Rio Grande vai sair perdendo.
Para fechar os assuntos de hoje. Será
ouvido na Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, nos próximos dias, o presidente da Associação dos Servidores
do Grupo Hospitalar Conceição sobre algumas irregularidades que ocorrem por lá.
O Hospital, para que todos saibam,
tem um orçamento de R$ 1,2 bilhão e 8 mil funcionários, muito mais gente do que
vários município do interior do estado. A denúncia é de que a organização foi
acometida de uma epidemia hospitalar, devido a desordem administrativa,
decorrente do loteamento dos cargos de direção, prevaricação e má gestão.
Pelo jeito vem aí mais um
escandalozinho para não deixar a mídia sem assunto.
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