quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PADRE VIGARISTA
Foi muito sentido e lamentado pela comunidade católica da região do Alto Uruguai, o envolvimento de um padre da Diocese de Erechim por ter se utilizado de dinheiro da paróquia pela qual era responsável, para assistir à Copa do Mundo na África e uma das disputas da Fórmula-1. E o pior, nesta questão está comprometido por declaração falsa no inquérito policial, Dom Girônimo Zanandrea, bispo diocesano.
O fato decorre de uma denúncia do representante do Ministério Público, João Francisco Dill, aceita pela juíza Marilde Angélica Webber Goldschmidt, de Gaurama, contra o padre Robert Jacenty Domina, por apropriação indébita de recursos, da paróquia Nossa Senhora dos Montes Claros do município de Áurea.
Ao que se sabe o padre Robert ao assumir as funções de pároco em 2008, recebera como primeira missão, reconstruir a Igreja com mais de 50 anos, em mau estado de conservação. Para juntar fundos para as obras necessárias foram feitas campanhas entre a comunidade local, sendo uma delas a assinatura de um livro ouro onde era registrada a doação em dinheiro. Vários eventos com a mesma finalidade também foram realizados no município com pouco mais de 3.600 mil habitantes. De acordo com o inquérito policial foram arrecadados cerca de r$ 484 mil, boa parte gasto pelo padre Domina (desculpe a redundância) não conseguiu à tempo dominar tudo.
Como a obra de reforma não terminava, os membros da diretoria da paróquia desconfiaram e ligaram o fato do padre ter viajado mais de uma vez à Europa, onde foi assistir à Copa do Mundo na África do Sul e a Fórmula-1, em São Paulo, — revela o promotor Dill.
Aprofundando a investigação, o Conselho paroquial encontrou contas zeradas e dívidas, mas não o dinheiro. No levantamento contábil apareceu uma dívida de gasolina no valor de R$ 13 mil — conta o atual tesoureiro, Hermes Mustifaga. Diante desses fatos o padre foi afastado e o Conselho levou a cabo a reforma interior da igreja que custou R$ 135 mil.
Conforme o Ministério Público o padre Domina não teria prestado contas do valor arrecadado, e teria se utilizado de dele em proveito próprio, além de ter destruído ou escondido, o livro ouro onde eram anotadas as doações, como, também, o livro caixa da paróquia, que poderiam comprovar a movimentação financeira.
O que intriga a comunidade católica regional é que chamado a prestar declarações durante o inquérito, o Bispo Diocesano Dom Girônimo Zanandrea acabou sendo também denunciado pelo MP. Ele teria dito que desconhecia as reclamações e que a prestação de contas era realizada normalmente. O padre Robert Jacenty Domina, pelas últimas informações estaria morando e trabalhando na Polônia.
Dom Girônimo procurado pela imprensa para falar sobre o lamentável acontecimento limitou-se a esclarecer que não havia ainda sido comunicado da denúncia.
Tudo isto é muito deplorável, considerando que para atingir a condição de padre há toda uma preparação filosófica, teológica, cultural e acima de tudo vocacional.
Mas, o ser humano é assim mesmo. Nem a igreja consegue filtrar do seu meio os vigaristas.

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