quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O BOI CORNETA
A Semana Farroupilha terminou nesta terça-feira com as comemorações da data mais importante para os gaúchos, o 20 de Setembro, marco histórico da revolução Farroupilha, deflagrada em razão do conflito político entre os liberais que propugnavam um modelo de estado com maior autonomia às províncias, e o modelo imposto pela constituição de D. Pedro I, de caráter unitário. Além disso, havia uma disseminação de ideais separatistas, defendidos por muitos gaúchos como o melhor caminho para a paz e a prosperidade, seguindo o exemplo da Província Cisplatina.
O Rio Grande do Sul, por outro lado, estava esgotado pela sequência de guerras, com as estâncias e charqueadas produzindo pouco, com os rebanhos exauridos e sem que o império pagasse as indenizações de guerra, apesar de locupletar-se com as exportações de café e açúcar do centro do País. Os impostos sobre o gado em pé e sobre a arroba de charque - principais produtos da Província - eram escorchantes. Todos os produtos da pecuária pagavam dízimo. Cada arroba exportada pagava 600 réis de taxa e cada légua de campo pagava 100 mil réis de imposto anual. O pior, porém é que o centro do país preferia comprar o charque platino ao invés do rio-grandense que era produzido pelo braço escravo das charqueadas. O charque uruguaio ou argentino, fruto do braço assalariado nos intervalos das infindáveis guerras e revoluções do Prata, era vendido no Rio de Janeiro e São Paulo bem mais barato que o charque gaúcho.
Os historiadores dizem que o movimento farroupilha foi um dos muitos movimentos liberais que sacudiram a Regência na 1ª metade do século XIX, na década de 30, e alcançou de fato ser a primeira experiência republicana em território brasileiro.
Em todo o Estado o dia 20 foi feriado com comemorações tradicionalistas que duraram uma semana. Na maioria das cidades houve desfiles com grande participação de Centros de Tradições Gaúchas, Brigada Militar, Bandas e Cavalarianos. Em Erechim não foi diferente, com destaque especial para o Acampamento Farroupilha, que foi visitado por mais de 80 mil pessoas.
Concentrado em uma área do Seminário de Fátima, próximo ao centro da cidade, construíram-se piquetes e um enorme palco para apresentações artísticas. Durante a semana Farroupilha apresentaram-se grandes nomes da nossa música regionalista, não faltando a comida campeira e o tradicional churrasco.
O Acampamento foi um sucesso, mesmo com a contrariedade de alguns guaipecas, para usar um termo bem gaúcho, que chegaram a dizer que o local era para orações e não para acampamento e festa de gaúcho.
Como o comentário foi feito por uma maleva minoria, a crítica ficou restrita a um grupelho sem a mínima expressão. Como diria o tio: em meio a uma festa sempre existe um boi corneta.

DOUTOR HONORIS CAUSA

Alunos protestaram nesta terça-feira em evento no qual o Ex-presidente Lula ganhou título de "doutor honoris causa" pela Universidade Federal da Bahia.
Com reivindicações pontuais e outras genéricas, como a destinação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação no País, cerca de cem estudantes tomaram a entrada da reitoria da UFBA durante o discurso de Lula.
Entoando palavras de ordem como “É ou não é piada de salão, tem dinheiro para a Copa, mas não tem para a educação” e “Lula sai (sic) do chão e apóie a educação”, os estudantes permaneceram no local até a saída do ex-presidente. Em entrevista após a cerimônia, Lula disse considerar “correta” a reivindicação dos estudantes por mais recursos para a educação. “Temos que estudar com seriedade, não é uma coisa qualquer [destinar 10% do PIB ao setor]”, disse. O ex-presidente também comentou a menção à Copa do Mundo feita pelos estudantes ao dizer que o evento de 2014 “não tem dinheiro público. É privado, e não tem nada a ver com o governo federal.”
Será mesmo?



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