CPMI FOI CACHOEIRA A BAIXO
Um verdadeiro circo com
picadeiro, atores e palhaços foi a sessão da Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito nesta terça-feira, no Senado, em Brasília, criada para investigar os
crimes cometidos pelo maior contraventor deste país, Carlinhos Cachoeira.
O seu advogado,
ex-ministro da Justiça do governo Lula, Márcio Thomaz Bastos e seu
constituinte, tomaram conhecimento do roteiro de investigação dos
parlamentares. Quanta ingenuidade!
Todas as perguntas que
eram feitas ao indiciado ele respondia: Não vou falar. Somente me manifestarei
depois que for inquirido na Justiça, vou me manter calado conforme me permite a
Constituição.
Mesmo assim os
deputados e senadores inscritos continuaram fazendo-lhe perguntas e ele respondia:
mantenho-me calado, usando da prerrogativa constitucional de não falar.
Foi ridícula, portanto,
a primeira reunião da CPMI.
Cachoeira de cara cínica
aparentemente estava tranquilo. Na verdade deram o ouro para o bandido.
Por outro lado deu para
notar que a CPMI virou um verdadeiro palco de disputa. O PSDB focou o governo
do Distrito Federal, e o PT no governo de Goiás. Pelo menos ninguém falou em
investigação mais fortemente na empresa Delta.
Há um detalhe nesta
história muito importante, embora Cachoeira não esteja obrigado a responder as
perguntas que lhe foram formuladas, o seu silêncio poderá ser interpretada em
prejuízo da própria defesa. Por outro lado Carlinhos Cachoeira com seu silêncio
cínico e desrespeitoso para com a busca da justiça deste país, ainda que com a
alegação de que é direito constitucional, o que o Delegado da Polícia Federal
apurou é a pura verdade, já que agregou provas às provas.
Para os que ainda não sabem o bicheiro responde a inquérito pela suposta
prática dos crimes de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas,
contrabando, corrupção ativa e passiva, peculato, prevaricação e violação de
sigilo, visando assegurar a exploração ilegal de máquinas eletrônicas de jogos,
bingos de cartelas e jogo do bicho no Estado de Goiás.
Cachoeira disse ter
“muito a dizer”, mas afirmou que só irá responder às perguntas dos
congressistas futuramente.
“Constitucionalmente,
fui advertido pelos advogados para não falar nada. Somente depois da audiência
que teremos no juiz, se por ventura achar que eu deva contribuir, podem me
chamar que eu responderei a qualquer pergunta”, disse Cachoeira no início da
sessão. Essa primeira audiência de Cachoeira com a Justiça deve ocorrer apenas
no fim de maio ou começo de junho. A estratégia da defesa de Cachoeira é tentar
anular toda a investigação que foi realizada contra ele.
O próximo passo agora
será a oitiva do chefe da quadrilha Cachoeira dia 31, quinta-feira da próxima
semana e 1º de junho.
No mesmo dia da sessão
da CPMI, o seu presidente, senador Vital do Rego, do PMDB da Paraíba, recebeu a
denúncia de que teria contratado uma funcionária fantasma para seu gabinete.
Claro que ele negou e disse que vai investigar. O emprego, teria sido arrumado
pelo pai da funcionária. Segundo seu pai, ele faz um trabalho com outros dois
colegas jornalistas no lugar da filha que não é jornalista e que ambos dividem
o valor do salário para receber repassagens favoráveis ao senador. Segundo o
jornalista, partiu do próprio senador a sugestão de colocar uma pessoa no gabinete.
A funcionária é dispensada de bater o ponto e ganha R$ 3 mil por mês.
A reunião da CPI durou
cerca de uma hora e meia e o advogado Márcio Thomaz Bastos não deu garantias de
que seu cliente irá falar em uma próxima convocação. Thomaz Bastos disse: ele
pode não falar nunca, é um direito que ele tem e isto não vai prejudicá-lo se
ele não falar.
Em fim, a sessão da
CPMI foi um espetáculo ridículo.
PARA VOCÊ MEDITAR
Me enviou o leitor
Abrão Martins (Pirão):
"Até parece que o
bem não faz sentido. O mal se multiplica por milhão. Quem manda no mundo é o
bandido. Quem ontem foi honesto hoje é ladrão".
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